por Richard Simonetti, richardsimonetti@uol.com.br
Quando Allan Kardec pergunta, na questão 683, de O Livro dos Espíritos, qual o limite do trabalho, responde o mentor espiritual que o assiste: o das forças.
A esse respeito Deus deixa inteiramente livre o Homem.
Estaríamos diante de um representante do Sindicato dos Patrões?
Trabalhar até o limite das forças?!
Desavisado estudante de sociologia certamente verá aqui algo do famigerado capitalismo selvagem, a exploração do Homem pelo Homem, conforme o conceito marxista. O favorecimento de alguns em detrimento de muitos.
No início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, havia a jornada de quatorze horas diárias, literalmente no limite das forças do pobre operário, em favor da prosperidade do patrão.
Restavam-lhe dez para o repouso, das quais eram subtraídas as destinadas à alimentação, higiene pessoal, transporte, contato familiar, saúde…
* * *
Obviamente, caro leitor, o Espírito que respondeu a Kardec não estava apoiando esse regime escravocrata.
Consideremos que não se referia exclusivamente ao trabalho profissional. Este é apenas parte do esforço a que somos convocados.
O que ele sugere é que devemos estar sempre ativos, evitando a inércia, que contraria o dínamo-psiquismo próprio da natureza humana.
Experimente parar de pensar por um minuto apenas.
Não conseguirá.
Nossa mente não cessa de trabalhar, nem mesmo quando dormimos. Sonhos são registros esmaecidos do que pensamos ou fazemos afastados do corpo, enquanto este se abriga nos "braços de Morfeu".
Ininterruptamente, emitimos energias, formando imagens que se expandem ao nosso redor, sustentando nossos estados de ânimo e as condições físicas e psíquicas que nos são próprias.
É o que caracteriza nossa condição de Espíritos, seres pensantes, distinguindo-nos dos seres inferiores, dentre os quais estagiamos em tempos remotos, na condição de princípio espiritual destituído da capacidade de pensar e decidir, custodiado pelo instinto.
Agora nos cumpre seguir em frente, rumo à perfeição, a partir de nossa própria iniciativa, exercitando a razão.
O problema é que ainda estamos perto da animalidade, distanciados da angelitude. Prevalecem em nós impulsos instintivos que colidem com a razão.
Um exemplo típico, amigo leitor, está no exercício da sexualidade, algo inerente aos seres vivos, favorecendo a perpetuação das espécies.
Nos seres inferiores a atividade sexual é inteiramente controlada pela Natureza, no chamado cio em que os parceiros são irresistivelmente atraídos ao acasalamento.
Como o ser humano é diferente. O exercício do sexo fica subordinado aos seus desejos. E em grande parte do tempo, principalmente no verdor da juventude, a mente indisciplinada povoa-se de fantasias de ordem sexual, disparando, não raro, envolvimentos passionais, que trazem prazer em princípio, tédio e preocupação depois...
Dizia São Jerônimo: "trabalha em algo para que o diabo te encontre sempre ocupado".
No mesmo sentido o ditado popular: "mente vazia é forja do demônio".
As tentações, não apenas no terreno da sexualidade, chegam sempre quando não temos o que fazer, quando não ocupamos a mente com o trabalho.
Peço-lhe licença, amigo leitor, para outra citação, desta feita do grande Voltaire:
A esse respeito Deus deixa inteiramente livre o Homem.
Estaríamos diante de um representante do Sindicato dos Patrões?
Trabalhar até o limite das forças?!
Desavisado estudante de sociologia certamente verá aqui algo do famigerado capitalismo selvagem, a exploração do Homem pelo Homem, conforme o conceito marxista. O favorecimento de alguns em detrimento de muitos.
No início da Revolução Industrial, em meados do século XVIII, havia a jornada de quatorze horas diárias, literalmente no limite das forças do pobre operário, em favor da prosperidade do patrão.
Restavam-lhe dez para o repouso, das quais eram subtraídas as destinadas à alimentação, higiene pessoal, transporte, contato familiar, saúde…
* * *
Obviamente, caro leitor, o Espírito que respondeu a Kardec não estava apoiando esse regime escravocrata.
Consideremos que não se referia exclusivamente ao trabalho profissional. Este é apenas parte do esforço a que somos convocados.
O que ele sugere é que devemos estar sempre ativos, evitando a inércia, que contraria o dínamo-psiquismo próprio da natureza humana.
Experimente parar de pensar por um minuto apenas.
Não conseguirá.
Nossa mente não cessa de trabalhar, nem mesmo quando dormimos. Sonhos são registros esmaecidos do que pensamos ou fazemos afastados do corpo, enquanto este se abriga nos "braços de Morfeu".
Ininterruptamente, emitimos energias, formando imagens que se expandem ao nosso redor, sustentando nossos estados de ânimo e as condições físicas e psíquicas que nos são próprias.
É o que caracteriza nossa condição de Espíritos, seres pensantes, distinguindo-nos dos seres inferiores, dentre os quais estagiamos em tempos remotos, na condição de princípio espiritual destituído da capacidade de pensar e decidir, custodiado pelo instinto.
Agora nos cumpre seguir em frente, rumo à perfeição, a partir de nossa própria iniciativa, exercitando a razão.
O problema é que ainda estamos perto da animalidade, distanciados da angelitude. Prevalecem em nós impulsos instintivos que colidem com a razão.
Um exemplo típico, amigo leitor, está no exercício da sexualidade, algo inerente aos seres vivos, favorecendo a perpetuação das espécies.
Nos seres inferiores a atividade sexual é inteiramente controlada pela Natureza, no chamado cio em que os parceiros são irresistivelmente atraídos ao acasalamento.
Como o ser humano é diferente. O exercício do sexo fica subordinado aos seus desejos. E em grande parte do tempo, principalmente no verdor da juventude, a mente indisciplinada povoa-se de fantasias de ordem sexual, disparando, não raro, envolvimentos passionais, que trazem prazer em princípio, tédio e preocupação depois...
Dizia São Jerônimo: "trabalha em algo para que o diabo te encontre sempre ocupado".
No mesmo sentido o ditado popular: "mente vazia é forja do demônio".
As tentações, não apenas no terreno da sexualidade, chegam sempre quando não temos o que fazer, quando não ocupamos a mente com o trabalho.
Peço-lhe licença, amigo leitor, para outra citação, desta feita do grande Voltaire:
"O trabalho afasta de nós três grandes males: o tédio, o vício e a necessidade".
O tédio, que nasce da falta de serviço, é porta aberta para o vício, que sempre resulta na incapacidade de prover às necessidades.
O jeito, portanto, é sempre ter o que fazer.
* * *
Quando falo em trabalho, amigo leitor, não me refiro apenas à atividade profissional, importante, sem dúvida, indispensável à subsistência.
Ocorre que essa atividade tenderá a ocupar cada vez menos nosso esforço, ante o desenvolvimento dos recursos tecnológicos.
Vão longe os tempos em que um operário trabalhava quatorze horas diárias. Em países desenvolvidos há uma tendência para a jornada de trabalho de apenas seis horas, cinco dias por semana.
Podemos considerar, à luz da questão 683, que é importante manter a mente ocupada, exercitando atividade, no trabalho profissional, nos cuidados com a família, no atendimento das necessidades de higiene e alimentação.
Não esquecendo nunca, porém, dois tipos de trabalho, fundamentais ao nosso crescimento como filhos de Deus:
Em características de Eternidade
Somos imortais. Já vivíamos antes do berço e continuaremos a viver depois do túmulo.
Não estamos na Terra em jornada de férias, nem simplesmente para resgatar dívidas relacionadas com escabroso passado.
A finalidade principal da jornada humana chama-se evolução.
Estamos aqui para superar mazelas e imperfeições, para desenvolver potencialidades espirituais, morais e intelectuais, a caminho da perfeição.
Por isso, é preciso investir nossas disponibilidades de tempo em favor do Espírito que viverá para sempre, muito além das exigências do homem que desaparecerá no túmulo.
Isso implica permanente esforço de aprendizado e renovação para sair daqui melhores do que quando chegamos.
Em características de Universalidade.
A felicidade, como pleno cumprimento dos objetivos da Vida, como plena integração nos ritmos da harmonia universal, concretiza-se a partir de nossa participação em atividades que visam o Bem, no lar, na sociedade, na profissão, na atividade religiosa…
Por isso, a melhor iniciativa, no propósito de sustentar nosso equilíbrio, é a disposição de servir.
Onde quer que estejamos sempre há o ensejo de fazer algo em favor do próximo.
* * *
O homem comum aprecia o lazer, dentro do "dolce far niente", o doce não fazer nada.
Assimilando noções mais amplas a respeito de nossas potencialidades, compreendemos que nada há mais gratificante e produtivo que o trabalho em características de eternidade e universalidade, que nos realiza como filhos de Deus.
E o Criador, como ensina Jesus, trabalha desde sempre.
Seremos felizes e realizados se nos dispusermos a imitá-lo, desde agora.
Para finalizar, um pensamento de Charles Schulz:
O jeito, portanto, é sempre ter o que fazer.
* * *
Quando falo em trabalho, amigo leitor, não me refiro apenas à atividade profissional, importante, sem dúvida, indispensável à subsistência.
Ocorre que essa atividade tenderá a ocupar cada vez menos nosso esforço, ante o desenvolvimento dos recursos tecnológicos.
Vão longe os tempos em que um operário trabalhava quatorze horas diárias. Em países desenvolvidos há uma tendência para a jornada de trabalho de apenas seis horas, cinco dias por semana.
Podemos considerar, à luz da questão 683, que é importante manter a mente ocupada, exercitando atividade, no trabalho profissional, nos cuidados com a família, no atendimento das necessidades de higiene e alimentação.
Não esquecendo nunca, porém, dois tipos de trabalho, fundamentais ao nosso crescimento como filhos de Deus:
Em características de Eternidade
Somos imortais. Já vivíamos antes do berço e continuaremos a viver depois do túmulo.
Não estamos na Terra em jornada de férias, nem simplesmente para resgatar dívidas relacionadas com escabroso passado.
A finalidade principal da jornada humana chama-se evolução.
Estamos aqui para superar mazelas e imperfeições, para desenvolver potencialidades espirituais, morais e intelectuais, a caminho da perfeição.
Por isso, é preciso investir nossas disponibilidades de tempo em favor do Espírito que viverá para sempre, muito além das exigências do homem que desaparecerá no túmulo.
Isso implica permanente esforço de aprendizado e renovação para sair daqui melhores do que quando chegamos.
Em características de Universalidade.
A felicidade, como pleno cumprimento dos objetivos da Vida, como plena integração nos ritmos da harmonia universal, concretiza-se a partir de nossa participação em atividades que visam o Bem, no lar, na sociedade, na profissão, na atividade religiosa…
Por isso, a melhor iniciativa, no propósito de sustentar nosso equilíbrio, é a disposição de servir.
Onde quer que estejamos sempre há o ensejo de fazer algo em favor do próximo.
* * *
O homem comum aprecia o lazer, dentro do "dolce far niente", o doce não fazer nada.
Assimilando noções mais amplas a respeito de nossas potencialidades, compreendemos que nada há mais gratificante e produtivo que o trabalho em características de eternidade e universalidade, que nos realiza como filhos de Deus.
E o Criador, como ensina Jesus, trabalha desde sempre.
Seremos felizes e realizados se nos dispusermos a imitá-lo, desde agora.
Para finalizar, um pensamento de Charles Schulz:
"O que fazemos durante as horas de trabalho determina o que temos; o que fazemos nas horas de lazer determina o que somos".
Recado ao dirigente espírita:
- Enfatize, diante dos companheiros e frequentadores, a necessidade de exercitarem o trabalho em características de eternidade e universalidade, aprendendo e servindo sempre.
- Centro Espírita distraído dessa orientação é escola de alfabetização sem abecedário.
- Enfatize, diante dos companheiros e frequentadores, a necessidade de exercitarem o trabalho em características de eternidade e universalidade, aprendendo e servindo sempre.
- Centro Espírita distraído dessa orientação é escola de alfabetização sem abecedário.
* * *
Pensemos nisso!
Beijos e abraços.
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