Atenção!


Informamos que o Grupo Espírita Auta de Souza retomou suas atividades e contamos com a presença de todos a participarem das atividades da casa como palestras, passe, atendimento fraterno, atendimento espiritual, cursos, entre outras.


Todas as sextas-feiras a partir das 19h00.


Rua Força Pública, 268/274, bairro Santana - São Paulo /SP


Altura do número 1205 da Rua Voluntários da Pátria

"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O perdão é como rastro de sol, sempre ilumina e aquece

"Precisamos parecer um pouco com os outros para compreendê-los, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los."
Paul Géraldy, poeta e dramaturgo francês, 1885-1983.

O perdão é uma ferramenta indispensável para nossa libertação.

Se me perguntarem qual o sentimento mais libertador, eu direi, sem pensar muito, que é o ato de perdoar.

O perdão, através do verdadeiro acolhimento e da real compreensão da situação que nos magoou, consegue nos encaminhar para a alforria de qualquer dor, cisão, e nos abre o caminho para a verdadeira inteireza.

Quando me refiro ao ato de perdoar, não é sobre o perdão eclesiástico, por medo de arder no fogo do inferno.

Muito menos referente à submissão de outrem à nossa própria altivez, nos delegando algum poder ou superioridade, como se tivéssemos o poder divino de decisão.

Não estou falando em empurrar emoções para debaixo do tapete, motivado(a) pela ilusão de que sentimentos reprimidos não representam ameaças.

Falo da compreensão genuína das mágoas, ressentimentos, medos e melindres, para que possamos acolhê-los, compreendê-los e perdoar a nós mesmo e aos outros.

Viver, conviver, compartilhar, significam ganhos e perdas nas relações.

As pessoas são diferentes, têm suas dificuldades, suas inseguranças, suas carências, e quando isso é colocado em xeque ou em confronto com o outro, o cálice transborda.

Na maioria das vezes sobram ressentimentos, amarguras e uma terrível sensação de decepção e desamparo.

Quam nunca se sentiu assim?

Pois é, mas a vida continua e precisamos estar inteiros e disponíveis para sermos quem em verdade somos.

Não podemos carregar uma bagagem pesada e estarmos, ao mesmo tempo, livres e íntegros.

Quando um copo está cheio, uma gota o faz transbordar.

Não se pode esquecer que ninguém é igual sempre.

o que eu fui ontem, certamente não é mais o que sou hoje.

Ao mesmo tempo, todas as pessoas são iguais a nós: erram e acertam.

Os sentimentos mudam, os valores também. Ficarmos atrelados ao passado, seja nosso ou do outro, é estúpido, improdutivo e, o pior, involutivo.

Ser tomado pela fúria e por mágoas demanda muita adrenalina, desgaste físico, emocional, mental e energético.

Perdemos muito, em todos os sentidos, com essas emoções.

Precisamos exonerar pensamento obsessivos que insistem em nos perseguir e se instalar em nosso emocional.

Se estamos lotados de raiva, rancor e anseios de retaliação, contaminamos nosso ambiente, as pessoas, nossos projetos, nossos desejos, e perdemos essa energia fecunda que nos faz prósperos, bem-sucedidos, amados, criativos, generosos, e consequentemente inteiros e mais felizes.
Certa vez, um velho índio disse:

"Dentro de mim existem dois cachorros: um deles é cruel e perverso, o outro, generoso e magnânino. Os dois estão sempre brigando"

Quanto lhe perguntaram qual dos dois cães ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu:

"Aquele que eu alimentar"

Não alimente emoções negativas
Certa vez, um velho índio disse:

"Dentro de mim existem dois cachorros: um deles é cruel e perverso, o outro, generoso e magnânino. Os dois estão sempre brigando"

Quanto lhe perguntaram qual dos dois cães ganharia a briga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu:

"Aquele que eu alimentar"

Não alimente emoções negativas

 * * * 

Lembre-se: ame e perdoa, incondicionalmente.


fonte: http://br.groups.yahoo.com/group/rastro_de_sol

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Qual dos seus cachorros você alimenta?

sábado, 26 de novembro de 2011

Reflexões Sobre a Grande Transição Planetária

por Suely Caldas Schubert

Queridos amigos, estas são reflexões imprescindíveis, que todos nós, espíritas, comprometidos com a divulgação e vivência dos ensinamentos do Espiritismo, necessitamos fazer, compreendendo que estamos sendo convocados, diretamente, para contribuir com o processo de regeneração da Humanidade.

Minha proposta aos queridos amigos é a de observarmos mais atentamente a mensagem-revelação do Espírito Órion, contida no livro Transição Planetária.

Ressaltarei desse capítulo, que é o terceiro, os pontos referentes à convocação que é feita pelo emissário que veio de uma das Plêiades (constelação do Touro), especialmente a nós, espíritas.

Inicialmente apresento algumas considerações.

O livro Transição Planetária, lançado em setembro de 2010, a meu ver, é a obra mediúnica mais importante dos últimos tempos ao abordar o grandioso processo da renovação planetária, conforme está predito, e como isso se realizará, para que a Terra alcance o patamar da regeneração.

Jesus, no Sermão profético (Mt c.24 e 25; Mc c.13; Lc 21:5-36) fala do

“princípio das dores” e da “grande tribulação”.

Em O Livro dos Espíritos, em resposta à questão 1019 proposta por Allan Kardec, o Espírito São Luís elucida, com muita clareza, o que deverá ocorrer para que o bem reine na Terra. Também em A Gênese, cap. XVIII, Kardec aprofunda os esclarecimentos com relação à grande transformação moral e espiritual do planeta.

Na magnífica obra mediúnica Há dois mil anos (FEB, 1939), Emmanuel, através da psicografia de Chico Xavier, relata no cap. VI da segunda parte, intitulado “Alvoradas do reino do Senhor”, o discurso de Jesus (texto que divulguei há mais de 3 anos para os nossos grupos), quando recepcionava um grupo de mártires sacrificados no circo romano. Segundo Emmanuel, o Mestre fez naquele momento sublime, “a exposição de suas profecias augustas”. Nessa importante profecia – recordemos que isto aconteceu há dois mil anos – encontramos detalhes de como se dará a transição, que ora está em curso.

No ano de 1948, a FEB lança o livro Caminho, verdade e vida, de Emmanuel/Chico Xavier, em cujo capítulo 140, intitulado “Para os montes”, o autor espiritual tece comentários sobre um dos versículos do Sermão profético, conforme Mt 24:16. O texto é notável pois traça um panorama - àquela época – do que estamos vivendo hoje.

Recentemente, a Mentora Joanna de Ângelis, através de Divaldo Franco, divulga a mensagem intitulada “A Grande transição”, (livro Jesus e Vida, LEAL, 2007) excelente esclarecimento sobre o tema que estou enfocando. Interessante assinalar que esta mensagem foi transmitida, penso eu, como preparação para o livro Transição Planetária, que é o objeto de nossas reflexões.

Todos os textos acima evidenciam que a importante contribuição do querido Benfeitor Manoel Philomeno de Miranda, está doutrinariamente fundamentada nas obras citadas.

A obra Transição Planetária, traz, portanto, minuciosos esclarecimentos acerca do processo da regeneração do planeta Terra. Sendo assim é imprescindível que todos os que estarão recebendo essas reflexões estejam em dia com a leitura desse livro. E quem já leu releia...

A seguir, observemos o trecho em que Órion esclarece a vinda de milhares de Espíritos da mesma Esfera ao qual pertence que, inicialmente, estarão se dirigindo às comunidades espirituais (que são denominadas entre nós de ‘colônias espirituais’) que estão próximas à Terra, expondo o grandioso programa ,“de forma que, unidos, formemos uma só caravana de laboriosos servidores, atendendo as determinações do Governador terrestre, o Mestre por excelência.”

“De todas essas comunidades (colônias espirituais) seguirão grupos espirituais preparados para a disseminação do programa, comunicando-se nas instituições espíritas sérias e convocando os seus membros à divulgação das diretrizes para os novos cometimentos.

Expositores dedicados e médiuns sinceros estarão sendo convocados a participarem de estudos e seminários, para que seja desencadeada uma ação internacional no planeta, convidando as pessoas sérias à contribuição psíquica e moral em favor do novo período.”

É importante que leiam todo o capítulo e que atentemos para as advertências que Órion transmite. Claro que os testemunhos acontecerão, como podemos imaginar.

Na parte final da mensagem ele afirma : “ O modelo a seguir permanece Jesus, e a nova onda de amor trará de retorno o apostolado, os dias inesquecíveis das perseguições e do martirológio que, na atualidade, terá características diversas, já que não se podem matar impunemente os corpos como no passado...”

Queridos amigos, agora já sabemos.

A sintonia com essa programação depende de cada um, desde que aceite participar. Mas penso que  estamos, vibratoriamente e honrosamente, engajados nesse nobre propósito.

Como diz Joanna, a amorável Benfeitora de todos nós:

“Aclimatados à atmosfera do Evangelho, respiremos o ideal da crença...

E unidos uns aos outros, entre os encarnados e com os desencarnados, sigamos.

Jesus espera: avancemos! (Após a tempestade. cap. 24)

Juiz de Fora, 18 de janeiro de 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Áudio de palestras de Jacob Melo na net

Saudações Amigos!

Foram disponibilizadas 03 palestras imperdíveis de Jacob Melo em seu site, na página Áudios.

> Sobre O Passe.

> Prevenção e Terapia do Processo Obsessivo.

> O Espiritismo e A Cura Pela Imposição de Mãos.

Lembrando que na página Audios aconselha-se o uso do aplicativo Internet Explorer.

Aproveitem!

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Um grande abraço e ótima semana.

domingo, 20 de novembro de 2011

A visão espírita da cremação

por Maria Aparecida Romano

O espírito desencarnado sofre quando seu corpo é queimado? Quais são os motivos que estão levando um número cada vez maior de pessoas a optar pela cremação? O que o Espiritismo aconselha?

Quando se estuda o comportamento da Humanidade ao longo dos milênios, observa-se a nítida preocupação do homem com seu futuro após a morte. Um indivíduo é declarado oficialmente morto no momento que cessam suas funções vitais. Como cada grupo recebe a herança social e religiosa das tradições cultivadas pelas gerações anteriores, cabe aos membros do grupo que o indivíduo pertence cumprir os ritos tradicionais até a instalação definitiva do corpo em sua morada.

INUMAÇÃO E CREMAÇÃO

A Inumação é o ritual mais praticado. Consiste no sepultamento do cadáver em campas, geralmente no cemitério da comunidade. Cremação, ato de queimar o cadáver reduzindo-o à cinzas colocadas em urnas e em seguidas sepultadas ou esparzidas em local previamente determinado. Embora conhecida e praticada desde a mais remota antiguidade pelos povos primitivos da Terra não é muito utilizada. 

O fogo passou a ser utilizado pelo homem na Idade da Pedra Lascada e, pela sua pureza e atividade, era considerado pelos Antigos como o mais nobre dos elementos, aquele que mais se aproximava da Divindade. Com a eclosão da religiosidade, o ser humano foi descobrindo que havia algo entre o Céu e a Terra e o fogo passou a ser utilizado em rituais religiosos.

Predominava a crença que ao queimar o cadáver, com ele seriam queimados todos os seus defeitos e ao mesmo tempo a alma se libertaria definitivamente do corpo, chegando ao céu purificada e não retornaria à Terra em forma de "aparições" assustando os vivos.

A cremação teve como base a força purificadora do fogo. Nos últimos tempos, em todo o continente europeu têm sido encontradas vasilhas do Período Neolítico (Idade da Pedra Polida) cheias de cinzas do indivíduos. Esses indícios revelam que a cremação já era praticada nos primórdios da Civilização Terrena.

Com o decorrer dos séculos a cremação foi se tornando prática consagrada no oriente (Índia, Japão, etc), regiões da Grécia e Antiga Rosa onde viviam civilizações adiantadas que utilizavam o processo graças ao "status". Entre os povos ibéricos tornou-se um rito generalizado, precedido de músicas, bailes e até banquetes. Com estas cerimônias esperava-se obter atitudes benévolas dos deuses, visando conduzir as almas ao Reino dos Mortos e lá chegando seria recebida e cuidada com carinho.

A INFLUÊNCIA DO CRISTIANISMO

A evolução natural da Humanidade e o ciclo iniciado com Jesus há 2000 anos modelando uma nova mentalidade, influenciavam sensivelmente nos costumes culturais e religiosos dos povos. Com a expansão do cristianismo, na tentativa de se solidificar a fé, foram se estabelecendo dogmas, entre eles, o da Ressurreição. Jesus, como descendente de uma das doze tribos de Judá, foi sepultado conforme as tradições da Lei Mosaica. A Igreja proclamou como Dogma de fé que o Messias ressuscitou de corpo e alma.

Com exceção dos países orientais onde a prática é normal, o rito da cremação ficou esquecido até o ano de 1876, quando em Washington, nos Estados Unidos, na tentativa de revificar o processo, foi estabelecido o primeiro forno crematório dos dias atuais, provocando polêmicas e controvérsias, sobretudo da Igreja que se posicionou contra a destruição voluntária do cadáver.
Só a partir de 1963, mediante a propagação do processo em diversos países do planeta, o Vaticano através do Papa Paulo VI apresentou uma abertura, mas não se posicionando claramente quando se expressou que não proibia a cremação, mas recomendava aos cristãos o piedoso e tradicional costume do sepultamento. A Igreja teve suas razões para defender a inumação. Aprovar plenamente a cremação seria negar o dogma por ela estabelecido.

Nessa sequência histórica observa-se que na cultura religiosa de todos os povos sempre pairou uma nebulosa noção de espiritualidade e nela a preocupação do homem com seu destino após a morte. Até que nos meados do século XIX, o francês Allan Kardec, codificador da doutrina espírita, lançou uma nova luz nos horizontes mentais do homem quando entreviu um mundo de inteligências incorpóreas.

Os espíritos são os seres inteligentes da Criação que habitam esse mundo. Simples e ignorantes no seu ponto de partida, caminham para o progresso indefinido reencarnando sucessivamente. Na encarnação, a ligação entre o perispírito e o corpo é feita através de um cordão fluídico. Sendo a existência terrena uma fase temporária, após o cumprimento da missão moral, com a morte do corpo físico o espírito retorna ao seu lado de origem conservando a individualidade.

O DESLIGAMENTO NÃO É SÚBITO

Os laços que unem o espírito ao corpo se desfazem lentamente. De uma forma geral todos sentem essa transição que se converte num período de perturbações variando de acordo com o estágio evolutivo de cada um. Para alguns se apresenta como um bálsamo de libertação, enquanto que para outros são momentos de terríveis convulsões. O desligamento só ocorre quando o laço fluídico se rompe definitivamente.

Diante da Nova Revelação apresentada pela doutrina dos espíritos e levando-se em consideração a perturbação que envolve o período de transição, questionou-se: cremando o corpo como fica a situação do espírito? Consultado, o mundo espiritual assim se expressou: "É um processo legítimo. Como espírito e corpo físico estiveram ligados muito tempo, permanecem elos de sensibilidade que precisam ser respeitados".

Essas palavras revelam que embora o corpo morto não transmita nenhuma sensação física ao espírito, porém, a impressão do acontecido é percebida por este, havendo possibilidades de surgir traumas psíquicos. Recomenda-se aos adeptos da doutrina espírita que desejam optar pelo processo crematório prolongar a operação por um prazo de 72 horas após o desenlace.

Embora a inumação continue sendo o processo mais utilizado, a milenar cremação, por muito tempo esquecida, voltou a ser praticada nos tempos modernos. Este procedimento vem se difundindo amplamente até em função da falta de espaço nas grandes cidades. Com o crescimento da população as áreas que outrora seriam destinadas a cemitérios tornaram escassas.

CREMAÇÃO: UMA QUESTÃO DE ECONOMIA

Adeptos de todas as seitas estão optando pela operação crematória. Seus partidários fundam-se em diversas considerações. Para alguns está ligada a fatores sanitários, sendo que alguns cemitérios podem estar causando sérios danos ao meio ambiente e à qualidade de vida da população, enquanto que para muitos usuários do crematório o processo diminui os encargos básicos econômicos, entre eles, a manutenção da tumba.

Atualmente, o Brasil conta com quatro áreas crematórias e está em fase de expansão. A área da Vila Alpina, na cidade de São Paulo, foi fundada em 1974. É a primeira área crematória do país e conta com quatro fornos importados da Inglaterra. Pertence à Prefeitura Municipal e leva o nome do seu idealizador, dr. Jayme Augusto Lopes. As outras três áreas são particulares e estão localizadas na cidade de Santos, no Estado do Rio de Janeiro e no Estado do Rio Grande do Sul.

Segundo a Lei, a cremação só será efetuada após o decurso de 24 horas, contadas a partir do falecimento e, desde que sejam atendidas as exigências prescritas. A prova relativa à manifestação do falecido em ser cremado deve estar consistente de Declaração de documento público ou particular.
As cinzas resultantes da cremação do corpo serão recolhidas em urna individual e a família dará o destino que o falecido determinou. Muitos países já contam com Jardins Memoriais e edifícios chamados "Columbários", com gavetas para serem depositadas as urnas com as cinzas dos falecidos podendo ser visitadas por parentes.

Kardec, o codificador disse: "O homem não tem medo da morte mas da transição".

À medida que houver amadurecimento e compreensão para a extensão da vida, o ser humano saberá valorizar cada momento da vida terrena e devotará ao corpo o devido valor que ele merece. Através do corpo, o espírito se ilumina. Resgata-se o passado, vive-se o presente e prepara-se o futuro. No desencarne é restituída a liberdade relativa ao espírito enquanto o corpo permanece na Terra com outros bens materiais.

O espírito preexiste e sobrevive ao corpo. Tanto inumação como cremação são formas de acomodar o cadáver. Expressam o livre arbítrio de cada um. Os dois processos destroem o corpo. Para se optar pela cremação é necessário haver um certo desapego aos laços materiais e mesmo com a inumação, caso o espírito não estiver devidamente preparado, poderá sofrer os horrores da decomposição. Quanto mais o espírito estiver preparado moralmente, menos dolorosa será a separação.

(Revista Cristã de Espiritismo - Nº 06 - Ano 01)
Texto recebido em email de Isabel P. Gonzáles Espanha Isy [isy@divulgacion.org]

Para mais informações consultar O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, capítulo III  Da volta do Espírito, extinta a vida corpórea, à vida espiritual, pág. 112 a 119.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Retrocessos autoritários à vista

por Dora Incontri em 16/11/2011 em seu blog


Dois fatos nessas últimas semanas deflagraram essa minha reflexão a respeito de uma tendência cada vez mais forte em nossa sociedade – eu a chamaria de tendência repressiva, autoritária, policialesca. A ideia de que tudo deve se resolver com punição, violência, coerção, sempre fez parte da história da humanidade. Vejam-se as prisões cruéis, as penas de morte, as torturas, as ameaças de inferno das religiões, as inquisições etc… Entretanto, nos últimos séculos, há muitos pensadores, defensores do direito, educadores, humanistas, que trabalharam com ideias mais elevadas, com propostas mais misericordiosas, com princípios mais humanos! Mas há momentos em que os partidários da “porrada” gritam mais alto que os defensores do humanismo, dos direitos humanos, do respeito à dignidade, do diálogo como forma de resolução de conflitos e como método de ação social. E considero que no Brasil estamos hoje atravessando uma fase dessas. Um retrocesso, portanto.

Duas cenas me impressionaram. A primeira foi a presença da polícia numa escola infantil, chamada por uma professora em Piracicaba, para uma criança de 3 anos, porque ela estava mordendo e chutando! E a outra, a repressão violenta da polícia em cima dos alunos da USP. O pior é que no caso de Piracicaba, a diretora da escola não disse nada, a polícia foi até a escola e a criança foi levada à delegacia. E o pior é que no caso da USP, centenas de pessoas no Facebook (inclusive muitas cristãs, espiritualistas e espíritas!!) gostaram, apoiaram e fizeram publicidade do método de “bater nos baderneiros, nos maconheiros” ou coisa que o valha!


Outra notícia grave que está percorrendo a internet (e com o apoio de muitos) é a proposta de  mudança do ECA (Estatuto da criança e do adolescente) para criminalizar as agressões e “desrespeito” dos alunos aos professores!

Esses sintomas revelam algo muito grave em nossa sociedade: acreditamos muito mais na polícia, na repressão, na punição – leia-se vingança social – do que na educação. Colocar a polícia em cena em locais onde se pretende fazer educação é declarar a falência da própria educação! Tratar crianças e estudantes como bandidos (por mais que estejam agredindo e se revoltando – então temos que descobrir as causas dessa revolta e tratá-las – a educação é justamente para isso!) é mostrar que não acreditamos na força do diálogo, da construção de personalidades autônomas e pensantes, que não damos o mínimo valor ao que uma boa educação – quando cultivada – consegue fazer: trazer à tona o divino que existe em todas as criaturas, para que elas sejam melhores…


A atribuição de responsabilidade criminal a crianças e adolescentes já acontece, embora não se assuma isso, porque comparecem em condição humilhante diante de juízes, quando deveriam ser orientadas em terapias, assistidas socialmente e trabalhadas afetivamente, para se recuperarem dos traumas que passaram nas ruas, com os abusos e violências recebidas, com o abandono dos familiares. Mas a sociedade não está satisfeita: quer a diminuição da maioridade, quer criminalizar agressões dentro da escola! E o que a sociedade faz pelas crianças? Que estímulos positivos dá? Que educação oferece em escolas públicas que mais parecem presídios que escolas? Aliás, deveria ser o contrário: os presídios deveriam mais parecer escolas e não escolas parecerem presídios. Isso revela o quão pouco fazemos pela educação. Quando pensarmos em  todos os níveis, mais em educação que punição, mais em investimento no que é positivo do que em repressão ao que é negativo, mais em oferecer alternativas de vida, de aprendizagem, de esperança e sonho, do que impor limites, regras, amarras… então estaremos de fato contribuindo para a melhoria da escola, das crianças, dos jovens, das universidades e da sociedade em geral.


Façam-se das escolas lugares com boa música, com flores, com natureza, com professores estimulados, bem renumerados, capacitados, amorosos… Façam-se escolas com teatro, poesia, com cores, com escolha livre de projetos interessantes e não com aulas mortas, em classes de 40 pessoas, diante de uma lousa… Façam-se escolas onde de fato se aprenda, com computadores, com midiatecas bem equipadas, com laboratórios, material didático farto e de ponta… Façam-se escolas com corais, orquestras, grupos de dança… E não haverá mais problemas de disciplina, evasão, agressão… Há diversas experiências no Brasil e no mundo que demonstram isso!


Façam-se universidades onde se recupere a espiritualidade e onde se discutam questões existenciais (vi várias pessoas dizendo que os maconheiros deveriam ser presos – mas o que se oferece em termos de sentido existencial, em estímulo de vida, a uma juventude que só vê nihilismo nas faculdades e consumismo na sociedade?)… Façam-se universidades, onde se aprenda a dialogar e a pensar, onde se pense mais socialmente… Façam-se universidades que deem perspectivas de trabalho, de transformação da sociedade e não se faça tudo apenas para encaixar o indivíduo robotizado num mercado desumano… E os jovens terão outras ideais do que esses que apoiam a polícia dentro da universidade e do que esses que se entopem de bebida e drogas!

Quando tivermos essas escolas e essas universidades, dispensaremos polícias, repressões e punições – porque quando bem estimulado, quando despertado para o melhor que traz dentro de si, pela arte, pela espiritualidade saudável (não pela religião fanática), pelo amor recebido de verdadeiros mestres,  o ser humano mostra a sua divindade e desenvolve suas potencialidades de maneira harmoniosa e útil, para si e para o mundo!


Entendamos que a violência, a punição, a repressão, humilham, causam mais revolta, pioram o ser humano, que se já está em crise, se torna um bicho acuado. Ao passo que o diálogo, o respeito, a confiança, a construção paciente e humana de um processo pedagógico restaura a integridade da pessoa e a torna melhor.


Lembro aqui da experiência maravilhosa de Padre Flanagan nos Estados Unidos, nas décadas de 30 e 40, com a construção da Cidade dos Meninos (Boys’ Town), até hoje existente (hoje Girls’ and Boys’ Town). Nos primeiros 10 anos, passaram por lá 4 mil meninos, considerados delinquentes, alguns já com crimes cometidos, e qual foi o índice de recuperação dessas crianças? 100%. O método usado: amor, liberdade, confiança. Os meninos geriam a cidade, elegendo prefeitos em assembleias; havia oficinas, música, religiosidade plural (estimulava-se que cada um praticasse a religião própria). Não havia muros, as portas ficavam abertas, não havia guardas, policiais, celas, punições… Havia a possibilidade de construir uma nova vida, sob a liderança de um padre amoroso, que dizia: “Não há meninos maus! Há má educação, maus estímulos, más companhias!”.


O problema fundamental dos repressores é que eles não acreditam na bondade humana. São amargos, pessimistas, não creem que o amor possa despertar o anjo que mora em nós, mas acham que a violência tem que reprimir o bicho que somos. No entanto, se essas pessoas, que assim pensam (e são muitas) se autodenominam cristãs, deveriam lembrar-se de algumas palavras de Jesus:

“O reino de Deus está dentro de vós!” e “Vós sois deuses” – isso significa que todos temos uma bondade essencial que precisa ser tocada e despertada.

“Perdoai setenta vezes sete!” e “Misericórdia quero, não sacrifício!” – quanto mais isso se aplica com uma criança, um adolescente, que estão começando, que precisam de afeto, orientação e compreensão!


“Deixai vir a mim os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus” – Jesus disse que era preciso nos fazermos como crianças para entrarmos no Reino, isso significa uma primazia da inocência, da pureza e da bondade natural da criança. Se ela agride, se está desajustada, ela está reagindo a uma situação negativa, está com um problema que tem que ser resolvido amorosamente. Ela não é má, não está endiabrada (como querem as professoras evangélicas, que andam fazendo exorcismo dentro das escolas públicas – isso será objeto de outro artigo), não é uma peste!!! Ela precisa de amor e ajuda.


“Amai os vossos inimigos e fazei bem aos que vos perseguem”. O que isso significa? Essa é a essência da mensagem de Jesus: combater o mal com o bem e não nos tornando piores que os agressores. Acender uma luz para dissolver as trevas e não nos tornando inquisidores dos que achamos que estão errados (e às vezes nem errados estão!).


Fica então essa mensagem, que é de Jesus, de Gandhi, de Buda, de Confúcio, de Francisco de Assis e dos grandes educadores, como Comenius, Pestalozzi, Eurípedes… O dia em que acreditarmos na força do amor, da bondade, do diálogo e da compaixão, deporemos nossas armas internas e vamos arar os corações com instrumentos de paz!

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As citações da Dora sobre os últimos episódios de repressão lembram também outro episódio na rede social Facebook em que muitos compartilharam a ideia de exposição ao caso de Edison Tsung Chi Hsueh, publicado neste blog.

Para refletir e tomar decisões sobre nossas atitudes individuais e coletivas.

Beijos e abraços.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Paz Convosco

Após o drama do Calvário, consumada Sua desencarnação, Jesus logo principiou a manter contato com os Apóstolos.

Por algum tempo, dedicou-Se a orientá-los e a encorajá-los.

Em uma dessas aparições, afirmou: A paz seja convosco.

Essa singela frase, no contexto em que foi proferida, enseja interessantes reflexões.

Muita gente se interroga a respeito do auxílio que pode obter do plano espiritual.

Sob diferentes roupagens religiosas e, ao abrigo das mais diversas crenças, há o hábito de muito pedir e esperar.

Há até quem seja adepto da prática de estabelecer mecanismo de trocas, a título de votos e promessas.

Por vezes, a ausência da resposta almejada provoca inquietação.

Há quem indague a razão pela qual as almas redimidas não proporcionam descobertas sensacionais ao mundo.

Afirma-se que elas bem poderiam revelar o processo de cura de moléstias que desafiam a ciência.

Também poderiam interferir nos choques existentes entre as nações, a fim de pacificá-las.

Imagina-se que alguns espetáculos espirituais muito contundentes lograriam produzir maravilhas no palco terrestre.

Entretanto, essa linha de raciocínio queda distante de noções mínimas de justiça.

Seria terrível furtar ao homem os elementos de trabalho, resgate e elevação.

Quem deseja o maravilhoso implantado já, com estrépito, costuma se aborrecer com algumas orientações que vêm do plano espiritual.

Dele, habitualmente, chegam reiteradas e afetuosas recomendações de paz na luta.

Quem se agasta com esse tipo de resposta manifesta ausência de harmonia com a mensagem do Cristo.

O Mestre efetivamente retornou do plano espiritual para confortar Seus discípulos.

Mas O fez de forma reservada e não em plena praça pública, com tumulto e escândalo.

Não lhes deu soluções fáceis para os problemas que vivenciavam e vivenciariam.

Não fez revelações bombásticas de ordem supernatural.

Jesus apenas demonstrou a sobrevivência da alma após a morte do corpo e lhes desejou paz.

Contudo, isso deve bastar para a alma sincera que procura a integração com a vida mais alta.

Envolve grande responsabilidade reconhecer a continuação da existência, para além da morte física.

Como o ser continua, individualizado e consciente, ele deve se submeter a exame quanto aos seus compromissos individuais.

Trabalhar e sofrer constituem processos lógicos do aperfeiçoamento e da ascensão, no atual estágio humano.

Que os homens atendam a esses imperativos da lei, com bastante paz, é o desejo amoroso e puro de Jesus Cristo.

Convém esforçar-se por entender semelhante verdade, para não desperdiçar valiosas oportunidades.

Muitos aguardam grandes sinais para começar a agir.

Esses se assemelham a preguiçosos, que muito esperam sem nada fazer para atingir seus objetivos.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 53, do livro Caminho, verdade e vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 01.03.2012.

sábado, 12 de novembro de 2011

Ante os que partiram

Nenhum sofrimento, na Terra, será talvez comparável ao daquele coração que se debruça sobre outro coração regelado e querido que o ataúde transporta para o grande silêncio.

Ver a névoa da morte estampar-se, inexorável, na fisionomia dos que mais amamos, e cerrar-lhes os olhos no adeus indescritível, é como despedaçar a própria alma e prosseguir vivendo...

Digam aqueles que já estreitaram de encontro ao peito um filhinho transfigurado em anjo da agonia; um esposo que se despede, procurando debalde mover os lábios mudos; uma companheira, cujas mãos consagradas à ternura pendem extintas; um amigo que tomba desfalecente para não mais se erguer, ou um semblante materno acostumado a abençoar, e que nada mais consegue exprimir senão a dor da extrema separação, através da última lágrima!

Falem aqueles que, um dia, se inclinaram, esmagados de solidão, à frente de um túmulo; os que se rojaram em prece nas cinzas que recobrem a derradeira recordação dos entes inesquecíveis; os que caíram, varados de saudade, carregando no seio o esquife dos próprios sonhos; os que tatearam, gemendo, a lousa imóvel, e os que soluçaram de angústia, no adito dos próprios pensamentos, perguntando, em vão, pela presença dos que partiram...

Todavia, quando semelhante provação te bata à porta, reprime o desespero e dilui a corrente da mágoa na fonte viva da oração, porque os chamados mortos são apenas ausentes e as gotas de teu pranto lhes fustigam a alma como chuva de fel.

Também eles pensam e lutam, sentem e choram.

Atravessam a faixa do sepulcro como quem se desvencilha da noite, mas, na madrugada do novo dia, inquietam-se pelos que ficaram... Ouvem-lhes os gritos e as súplicas, na onda mental que rompe a barreira da grande sombra e tremem cada vez que os laços afetivos da retaguarda se rendem à inconformação ou se voltam para o suicídio.

Lamentam-se quanto aos erros praticados e trabalham, com afinco, na regeneração que lhes diz respeito.

Estimulam-te à prática do bem, partilhando-te as dores e as alegrias.

Rejubilam-se com as tuas vitórias no mundo interior e consolam-te nas horas amargas para que te não percas no frio do desencanto.

Tranquiliza, desse modo, os companheiros que demandam o Além, suportando corajosamente a despedida temporária, e honra-lhes a memória, abraçando com nobreza os deveres que te legaram.

Recorda que, em futuro próximo que imaginas, respirarás entre eles, comungando-lhes as necessidades e os problemas, porquanto terminarás também a própria viagem no mar das provas redentoras...

E, vencendo para sempre o terror da morte, não nos será lícito esquecer que Jesus, o nosso Divino Mestre e Herói do Túmulo Vazio, nasceu em noite escura, viveu entre os infortúnios da Terra e expirou na cruz, em tarde pardacenta, sobre um monte empedrado, mas ressuscitou aos cânticos da manhã, no fulgor de um jardim.

do livro Religião dos Espíritos, pág. 58, psicografado por Francisco C. Xavier, ditado pelo espírito de Emmanuel, edição FEB

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Assista as palestras de Mario Mas no VideoLog

Saudações amigos!

É com muita alegria que informamos que as palestras do nosso querido amigo Mario Mas, realizadas no GEAS aos sábados da série Conhece a Ti Mesmo, já estão ficando disponíveis nesta maravilhosa rede virtual que é a Internet.

Estamos fazendo a edição dos vídeos e por isso as palestras estão sendo disponibilizadas gradativamente.

Visite nossa página com a lista do que já está pronto para assistir: Palestras Públicas no GEAS.

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Beijos e abraços.

domingo, 6 de novembro de 2011

O Perdão

As primeiras peregrinações do Cristo e de seus discípulos, em torno do lago, haviam alcançado inolvidáveis triunfos. Eram doentes atribulados que agradeciam o alívio buscado ansiosamente; trabalhadores humildes que se enchiam de santas consolações ante as promessas divinas da Boa Nova.

Aquelas atividades, entretanto, começaram a despertar a reação dos judeus rigoristas, que viam em Jesus um perigoso revolucionário. O amor que o Profeta nazareno pregava vinha quebrar antigos princípios da lei judaica. Os senhores da terra observavam cuidadosamente as palestras dos escravos, que permutavam imenso júbilo, proveniente das esperanças num novo Reino que não chegavam a compreender. Os mais egoístas pretendiam ver no Profeta generoso um conspirador vulgar, que desejava levantar as iras populares contra a dominação de Herodes; outros presumiam na sua figura um feiticeiro incomum, que era preciso evitar.

Foi assim que a viagem do Mestre a Nazaré redundou numa excursão de grandes dificuldades, provocando de sua parte as observações quase amargas que se encontram no Evangelho, com respeito ao berço daqueles que o deveriam guardar no santuário do coração. Não foram poucos os adversários de suas ideias  renovadoras que o antecederam na cidade minúscula, buscando neutralizar-lhe a ação por meio de falsas notícias e desmoralizá-lo, argumentando com informações mal alinhavadas de alguns nazarenos.

Jesus sentiu de perto a delicadeza da situação que se lhe criara com a primeira investida dos inimigos gratuitos de sua doutrina, mas, aproveitou todas as oportunidades para as melhores ilações na esfera do ensinamento.

No entanto, o mesmo não aconteceu a seus discípulos. Filipe e Simão Pedro chegaram a questionar seriamente com alguns senhores da região, trocando palavras ásperas, em torno das edificações do Messias. As gargalhadas irônicas, as apreciações menos dignas lhes acendiam no ânimo propósitos impulsivos de defesas apaixonadas. Não faltavam os que viam no Senhor um servo ativo do espírito do mal, um inimigo de Moisés, um assecla de príncipes desconhecidos, ou de traidores ao poder político de Ântipas. Tamanhas foram as discussões em Nazaré, que os seus reflexos nocivos se faziam sentir fortemente sobre toda a comunidade dos discípulos. Pedro e André advogavam a causa do Mestre com expressões incisivas e sinceras. Tiago aborrecia-se com a análise dos companheiros. Levi protestava, expressando o desejo de instituir debates públicos, de maneira a evidenciar-se a superioridade dos ensinos do Messias, em confronto com os velhos textos.

Jesus compreendeu os acontecimentos e, calmamente, ordenou a retirada, afastando-se da cidade com tranquilo sorriso.

Não obstante a determinação e apesar do regresso a Cafarnaum, a maioria dos apóstolos prosseguiu em discussão estranhando que o Mestre nada fizesse, reagindo contra as envenenadas insinuações a seu respeito.

***

Daí a alguns dias, obedecendo às circunstâncias ocorrentes naquela situação, Pedro e Filipe procuraram avistar-se com o Senhor, ansiosos pela claridade dos seus ensinos.

– Mestre, chamaram-vos servo de Satanás e reagimos prontamente! - dizia Pedro, com sinceridade ingênua.

–  Observávamos que por vós mesmo nunca oporíeis a contradita – ajuntava Filipe, convicto de haver prestado excelente serviço ao Mestre bem amado – e por isso revidamos aos ataques com a maior força de nossas expressões.

Não obstante o calor daquelas afirmativas, Jesus meditava com uma doce placidez no olhar profundo, enquanto os interlocutores o contemplavam, ansiando pela sua palavra de franqueza e de amor.

Afinal, saindo de suas reflexões silenciosas, o Mestre interrogou:

– Acaso poderemos colher uvas nos espinheiros? De modo algum me empenharia em Nazaré numa contradita estéril aos meus opositores. Contudo, procurei ensinar que a melhor réplica é sempre a do nosso próprio trabalho, do esforço útil que nos seja possível. Nesse particular, não deixei de operar na minha esfera de ação, de modo a produzir resultados a nossa excursão à cidade vizinha, tornando-a proveitosa, sem desdenhar as palavras construtivas no instante oportuno. De que serviriam as longas discussões públicas, inçadas de doestos e zombarias? Ao termo de todas elas, teríamos apenas menores probabilidades para o triunfo glorioso do amor e maiores motivos para a separatividade e odiosas dissensões. Só devemos dizer aquilo que o coração pode testificar mediante atos sinceros, porque, de outra forma, as afirmações são simples ruído sonoro de uma caixa vazia.

– Mestre, atalhou Filipe, quase com mágoa –, a verdade é que a maioria de quantos compareceram às pregações de Nazaré falava mal de vós!

– Mas não será vaidade exigirmos que toda gente faça de nossa personalidade elevado conceito?  – interrogou Jesus com energia e serenidade. – Nas ilusões que as criaturas da Terra inventaram para a sua própria vida, nem sempre constitui bom atestado da nossa conduta o falarem todos bem de nós, indistintamente. Agradar a todos é marchar pelo caminho largo, onde estão as mentiras da convenção. Servir a Deus é tarefa que deve estar acima de tudo e, por vezes, nesse serviço divino, é natural que desagrademos aos mesquinhos interesses humanos. Filipe, sabes de algum emissário de Deus que fosse bem apreciado no seu tempo? Todos os portadores da Verdade do Céu são incompreendidos de seus contemporâneos. Portanto, é indispensável consideremos que o conceito justo é respeitável, mas, antes dele, necessitamos obter a aprovação legítima da consciência, dentro de nossa lealdade para com Deus.

–  Mestre – obtemperou Simão Pedro, a quem as explicações da hora calavam profundamente –, nos acontecimentos mais fortes da vida, não deveremos, então, utilizar as palavras enérgicas e justas? *

–  Em toda circunstância, convém naturalmente que se diga o necessário, porém, é também imprescindível que não se perca tempo.

Deixando transparecer que as elucidações não lhe satisfaziam plenamente, perguntou Filipe:

– Senhor, vossos esclarecimentos são indiscutíveis; entretanto, preciso acrescentar que alguns dos companheiros se revelaram insuportáveis nessa viagem a Nazaré: uns me acusaram de brigão e desordeiro; outros, de mau entendedor de vossos ensinamentos. Se os próprios irmãos da comunidade apresentam essas falhas, como há de ser o futuro do Evangelho?

O Mestre refletiu um momento e retrucou:*

– Estas são perguntas que cada discípulo deve fazer a si mesmo. Mas, com respeito à comunidade, Filipe, pelo que me compete esclarecer, cumpre-me perguntar-te se já edificaste o Reino de Deus no íntimo do teu espírito.

– É verdade que ainda não – respondeu, hesitante, o Apóstolo.

– De dentro dessa realidade, podes observar que, se o nosso colégio fosse constituído de irmãos perfeitos, teria deixado de ser irrepreensível pela adesão de um amigo que ainda não houvesse conquistado a divina edificação.

Ambos os discípulos compreenderam e se puseram a meditar, enquanto o Cristo continuava:

– O que é indispensável é nunca perdermos de vista o nosso próprio trabalho, sabendo perdoar com verdadeira espontaneidade de coração. Se nos labores da vida um companheiro nos parece insuportável, é possível que também algumas vezes sejamos considerados assim. Temos que perdoar aos adversários, trabalhar pelo bem dos nossos inimigos, auxiliar os que zombam da nossa fé.

Nesse ponto de suas afirmativas, Pedro atalhou-o, dizendo:

– Mas, para perdoar não deveremos aguardar que o inimigo se arrependa? E que fazer, na hipótese de o malfeitor assumir a atitude dos lobos sob a pele da ovelha?

– Pedro, o perdão não exclui a necessidade da vigilância, como o amor não prescinde da verdade. A paz é um patrimônio que cada coração está obrigado a defender, para bem trabalhar no serviço divino que lhe foi confiado. Se o nosso irmão se arrepende e procura o nosso auxílio fraterno, amparemo-lo com as energias que possamos despender; mas, em nenhuma circunstância cogites de saber se o teu irmão está arrependido. Esquece o mal e trabalha pelo bem. Quando ensinei que cada homem deve conciliar-se depressa com o adversário, busquei salientar que ninguém pode ir a Deus com um sentimento de odiosidade no coração. Não poderemos saber se o nosso adversário está disposto à conciliação; todavia, podemos garantir que nada se fará sem a nossa boa vontade o pleno esquecimento dos males recebidos. Se o irmão infeliz se arrepender, estejamos sempre dispostos a ampará-lo e, a todo momento, precisamos e devemos olvidar o mal.

Foi quando, então, fez Simão Pedro a sua célebre pergunta:

– Senhor, quantas vezes pecará meu irmão contra mim, que lhe hei de perdoar? Será até sete vezes?

Jesus respondeu-lhe, calmamente:

– Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.

***

Daí por diante, o Mestre sempre aproveitou as menores oportunidades para ensinar a necessidade do perdão recíproco, entre os homens, na obra sublime da redenção.

Acusado de feiticeiro, de servo de Satanás, de conspirador, Jesus demonstrou, em todas as ocasiões, o máximo de boa vontade para com os Espíritos mais rasteiros de seu tempo. Sem desprezar a boa palavra, no instante oportuno, trabalhou a todas as horas pela vitória do amor, com o mais alto idealismo construtivo. E no dia inesquecível do Calvário, em frente dos seus perseguidos e verdugos, revelando aos homens ser indispensável a imediata conciliação entre o Espírito e a harmonia da vida, foram estas as suas últimas palavras: 

– “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!...

Do livro Boa Nova, FEB, ditado pelo espírito Humberto de Campos pela psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Analisando o Atual Momento Espírita - Parte V

por Jacob Melo em 3, Novembro 2011 às 1:20 PM

Para acompanhar e entender a reflexão de Jacob veja também as parte I, parte II, parte III e parte IV.

“O silêncio é uma prece (ou oração)”.

A frase acima está repetida em avisos afixados ou pintados, dentre outros locais, em muitas Casas Espíritas e hospitais, no visível intuito de pedir às pessoas que não façam barulho. Sua sentença, entretanto, arremete à ideia de sublimidade pelo simples ato de calar ou não provocar ruídos, como se o silêncio fosse tudo. Essa generalização pode criar distorções reais, pois há quem não faça barulho exteriormente audível, embora sua postura interior provoque verdadeiros estrondos psíquicos, perturbando a “energia” ambiental de maneira grave; por conta disso, o silêncio, por si só, não deveria ser entendido como a realização de uma prece. Afinal, nem sempre ele traduz isso.

Veja-se o caso do silêncio covarde. Embora ele não atenda necessariamente ao apelo da frase, quando silenciamos ante fatos equivocados, ações e atitudes lesivas ao interesse geral, quando nos calamos por conivência com o erro, jamais, jamais mesmo, esse silêncio estará originando o que uma prece deve proporcionar. Esse tipo de silêncio é totalmente diferente do que envolve uma oração real, sentida, recolhida, profunda, viva!

Os cristãos das primeiras horas, mesmo sabendo que renegar o Senhor poderia salvá-los da pena de morte, deram vozes às suas convicções, como a imitar Jesus quando, ao ser questionado por Pilatos acerca de sua realeza - o principal motivo das acusações que pesavam sobre ele - no lugar do silêncio preferiu dizer ao seu julgador: “Tu o dizes; sou Rei”. Ele, que em outras ocasiões se calou para não rebater caluniadores (Mateus 27, 62 e 63), não usou do direito de ficar calado; falou, alto e bom som, não apenas que era o Rei, como ainda atribuiu aquele reconhecimento ao seu principal juiz. Tal como Jesus agiu ante a Verdade, o silêncio covarde não dominou seus seguidores das primeiras horas.

Juntando essas observações, mas também destacando que ‘falar por falar’ não é construtivo nem deve ser tomado como boa regra, afirmo desconfiar que a disseminação daquela frase, a qual iguala o não-ruído à prece, tenha propósitos mais fortes do que simplesmente pedir calar a boca; mais do que isso pode ser uma clara insinuação a ficarmos sem emitir juízos ou questionamentos ante o que quer que seja, mesmo que isso gere maiores problemas no amanhã, nos outros. Se, de fato, assim for terei ainda menos motivos para tomar o aspecto de prece destacado na sentença.

Logicamente que os defensores da frase, com boa razão, defenderão que o sentido da mesma não indique devamos ficar derivando de sua essência, mas não podemos negar a ninguém o direito de pensar sobre o que lê, vê, ouve ou sente. Assim, me permito refletir a respeito, como acabei de fazê-lo.

Mas também quero tratar aqui de uma outra frase constantemente dita em Casas Espíritas: “Nos passes (ou melhor, no passe espírita), basta fazer imposição/ções (de mãos)...”. À frase costuma haver um acréscimo, quase obrigatório: “... como fazia (ou ensinou) Jesus”. A verdade que se esconde por trás dessa regra é clara: definir e limitar toda a ação dos passes, sem um mínimo de reflexão em cima dessa ‘verdade’; é uma espécie de ordem para que o silêncio seja a resposta às eventuais dúvidas daí surgidas. A ‘vantagem’ mais explícita dessa frase (a qual, mesmo não sendo dita está liminarmente clara) é um acomodar administrativo, pois fica fácil ‘controlar’ e ‘fiscalizar’ os passistas; a grande desvantagem (igualmente não dita): restringe-se drasticamente o alcance do Magnetismo.

Tenho aqui pelo menos dois pontos a destacar. O primeiro deles é uma pergunta: quer dizer então que existe mesmo um passe espírita? Se sim, quem o definiu como tal? Poderiam, as pessoas que defendem tal idéia, apresentar onde o senhor Allan Kardec ou os Espíritos da base espírita fizeram tal qualificação? E, aproveitando o pedido, será que poderia ser explicitamente definido o que é mesmo um passe espírita??? Pergunto isso porque tudo leva a crer que tal tipo está muito longe do que seja o que Allan Kardec e os Espíritos Superiores ensinaram. Quem sabe, talvez justifiquem, surgiu algo mais novo e melhor do que eles nos legaram e eu ainda não tive acesso... E você que me lê, saberia, de verdade, o que é o passe espírita? Será que ele atua junto a quem precisa, mesmo se quem precise não tenha fé, religião nem comportamento moral equilibrado? Será que se esse passe curar alguém ou algum mal, não estaria contrariando a ‘lei do carma’, a qual, embora não seja da teoria espírita, costuma ser aventada por quem não quer saber do Magnetismo? Resumindo, não gosto desse título: passe espírita. Até já o usei no passado, mas o abomino inteiramente, por ser inconsistente e gerar uma busca por algo que, de fato, inexiste.

Outro ponto: existe um movimento muito intenso na direção de que essa frase (Nos passes (ou melhor; no passe espírita), basta fazer imposição/ções de mãos...) seja dita, repetida, tida e cobrada como de essência divina, como sendo o ápice do Espiritismo no terreno das curas. E não faltam explicações: além da que se atribui seja uma verdadeira aplicação prática dos ensinos de Jesus, temos outras igualmente usuais como “uma imposição transmite o fluido bom substituindo o ruim de forma natural”, “uma imposição no coronário (alto da cabeça) faz com que esse centro distribua todos os fluidos para onde se tem necessidade deles”, “nas imposições os Espíritos dirigirão os fluidos, pois ‘quem somos nós para sabermos o que fazer?’!”, “fazer mais do que imposição é querer ser possuidor de qualidades e conhecimentos que não temos condições de possuir”, “se uma imposição não resolver é porque o paciente (assistido) não tem merecimento”... Para os que defendem só a imposição de mãos existe uma pergunta que preferem não seja feita nem muito menos oferecem uma resposta sequer contendo um mínimo de coerência; a pergunta é: mas se o passe se fundamenta no Magnetismo e esta ciência nos fornece condições de estudar, aprender, dominar e realizar grandes feitos em prol dos carentes e dos que necessitam de ajuda, por que devemos ficar limitados a um gesto, sem sequer refletir nos efeitos do que se sugere?

As recomendações de ‘só imposições’ são destituídas de qualquer base lógica, científica, racional e até mesmo religiosa – a menos que se limite o sentido religioso a gesto ou ritual de imobilidade e que a subserviência à Vontade Divina seja apenas o “deixar como está para ver como é que fica”. Querer imitar Jesus apenas em gestos é, no mínimo, ingenuidade imperdoável para quem lida com uma Doutrina da dimensão da Espírita. Portanto, não importa que seja Jacob Melo ou qualquer outro autor, pessoa, encarnado ou desencarnado, instituição, dirigente, médium ou quem quer que seja que traga o simplório para substituir uma ciência. Ciência é ciência; não é achismo, não é invencionice, nem muito menos tão-somente imitação, como tão-pouco é decreto ou norma administrativa.

Exemplificando com um caso, no ano passado um amigo meu assistiu a uma palestra espírita na qual o expositor falou que em termos de passes devemos fazer apenas como Jesus fazia, ou seja, só impor as mãos. Depois da palestra, num bate-papo informal com aquele expositor, quis saber em que se fundamentava aquela sugestão e a resposta foi de que: - Tem gente querendo complicar o que é simples, pois basta seguir os exemplos de Jesus. Meu amigo replicou. - Então tenho uma sugestão pra você; faça o seguinte: em suas palestras sobre desobsessão ensine a se fazer apenas o que Jesus fazia. Meio sem entender, o expositor perguntou: - Como assim? E o meu amigo respondeu: - Simples; ensine que basta nos aproximarmos do obsidiado e digamos ao obsessor: ‘Afaste-se daqui, satanás’ e tudo ficará resolvido. Contou-me esse amigo que o expositor ficou muito aborrecido... Claro que ele – e os defensores da mesma ideia – ficam aborrecidos com uma argumentação desse tipo, sobretudo porque eles vão ter que desdizer o que sempre afirmaram, além de terem sido ‘desafiados’ em suas lógicas com idêntico argumento que usam; e isso tem muito peso porque evidencia que, para eles, suas argumentações só são consideradas válidas apenas quando lhes interessam.

Se alguém nos diz para não construirmos casas, pois antigamente se vivia em cavernas, certamente estará proferindo absurdo destituído de qualquer bom-senso. Todavia há quem pense que isso seria uma boa ideia... De igual modo querer insinuar que uma cirurgia pode ser substituída, em qualquer caso, por um simples curativo é superestimar o curativo e subestimar a razão de quem ouve, além de sujeitá-lo às gravidades daí decorrentes e, por fim, culpar o Criador pelo insucesso que virá... Imaginar que reduzir o Magnetismo a um único gesto – e sendo realizado dentro do reduzido tempo que jamais excede a 2 minutos –, contando apenas com uma vontade incipiente e insegura será capaz de realizar o que pede todo um conjunto de conhecimentos, experiências, estudos e vivências é ridicularizar algo que, por algum motivo, não se quer ver, saber, divulgar ou empregar em benefício do próximo. Como se isso não bastasse, ainda ‘reza a tradição’ de que não se deve discutir ‘esse tipo de assunto’.

É certo que um dia chegaremos aonde Jesus já chegou, mas convenhamos, ainda falta muito chão, tem muito tempo pela frente até que uma simples imposição de mãos nossa seja tão poderosa... Por outro lado, quem foi que disse mesmo que Jesus só fazia imposições? Quem??? E será que quem falou isso já leu o Novo Testamento? Pois se leu, não percebeu nem o literal do texto, muito menos o que está além da letra. Portanto sua palavra está eivada de inconsistências...

O Espiritismo é o Consolador Prometido por Jesus (João, 15; 26), isso é quase unânime em nosso meio. Mas está certa uma amiga quando diz que no atual movimento espírita tem gente querendo transformar o Consolador no Controlador; pelo menos é o que pretendem muitos dirigentes e faladores do Espiritismo. A contribuir com esse estado de coisas tem o silêncio dos que veem e calam, sabem e dissimulam, percebem as distorções e não agem, descobrem o regime de hipocrisia e falsidade e fingem nada ver ou saber... Esse silêncio covarde faz com que esse tipo de regra, que anula toda a parte científica do Espiritismo, essa postura de “lobos em vestes de cordeiros”, que os destroçadores da pura e verdadeira Doutrina Espírita escancaradamente expõem, tem provocado muito mais comprometimentos na base da Doutrina do que quaisquer outros adversários jamais pensaram poderiam conseguir realizar. O que fazer então: calar e pensar que isso é uma oração? Aceitar distorções na obra de Kardec por crer-se consolador? Aceitar os ataques dos lobos de fala mansa (que costumo chamar de beiços-moles) e sermos por eles devorados, deixando todo o rebanho entregue à fome de falso saber e insustentável poder que almejam perpetuar?

Não estou querendo fazer do verbo uma arma de agressividade gratuita, mas não dá para ficar calado quando pessoas que deveriam esplanar, explicar, iluminar, esclarecer e bem destacar o Espiritismo ficam distorcendo o bem, manipulando palavras e frases por interesses descabidos ou inconfessáveis, excluindo o que a parte da Ciência Espírita tão bem enseja, quando visivelmente querem fazer do Espiritismo nada além de uma igrejinha, onde se vai buscar favores espirituais e aparentar reformas que não se consolidam... Não, não e não! Não é para isso que veio o Espiritismo. Urge que as vertentes da Filosofia e da Ciência voltem a existir na vivência espírita para que, a bem da verdade, a Verdade e a Luz voltem a ser bênçãos para todos.

Quero encerrar este artigo lembrando o grande apóstolo Paulo de Tarso: “irmãos, quanto ao modo de julgardes, não sejais como crianças; quanto à malícia, sim, sede crianças, mas, quanto ao modo de julgar, sede adultos.” (I Cor 14:20). Espero estar julgando dentro do padrão adulto. Se, entretanto, estiver me equivocando, pelo menos tenho a esperança de que alguns pensarão ou repensarão a forma de viver, sentir, aprender e ensinar o Espiritismo.

Até o próximo artigo.