Atenção!


Informamos que o Grupo Espírita Auta de Souza retomou suas atividades e contamos com a presença de todos a participarem das atividades da casa como palestras, passe, atendimento fraterno, atendimento espiritual, cursos, entre outras.


Todas as sextas-feiras a partir das 19h00.


Rua Força Pública, 268/274, bairro Santana - São Paulo /SP


Altura do número 1205 da Rua Voluntários da Pátria

"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

4º Encontro de Comunicação Social Espírita - ECOS


Convida a todos a participar do

4º Encontro de Comunicação Social Espírita - ECOS
Entrada Franca


Grupo Espírita Auta de Souza
Rua Força Pública, 268 – Santana / S. Paulo
5 de Novembro de 2011, das 16 às 19 horas


Tema "Avanços da Difusão da Temática Espírita nas Universidades"
com Jefferson Betarelo

filósofo e mestre em Ciências da Religião pela PUC/SP, escritor e membro da ADE-SP


Participação de diversos comunicadores, que discutirão com o público temas relacionados à divulgação da cultura Espírita no âmbito social, incluindo a utilização de recursos tecnológicos modernos no uso da comunicação e seus veículos de difusão na mídia


Mediador - Carlos Scaramuzza 

Maiores informações: contato@adesaopaulo.org.br

sábado, 29 de outubro de 2011

Os Quinhentos da Galiléia

Depois do Calvário, verificadas as primeiras manifestações de Jesus no cenáculo singelo de Jerusalém, apossara-se de todos os amigos sinceros do Messias uma saudade imensa de sua palavra e de seu convívio. A maioria deles se apegava aos discípulos, como querendo reter as últimas expressões de sua mensagem carinhosa e imortal.

O ambiente era um repositório vasto de adoráveis recordações. Os que eram agraciados com as visões do Mestre se sentiam transbordantes das mais puras alegrias. Os companheiros inseparáveis e íntimos se entretinham em longos comentários sobre as suas reminiscências inapagáveis.

Foi quando Simão Pedro e alguns outros salientaram a necessidade do regresso a Cafarnaum, para os labores indispensáveis da vida.

Em breves dias, as velhas redes mergulhavam de novo no Tiberíades, por entre as cantigas rústicas dos pescadores.

Cada onda mais larga e cada detalhe do serviço sugeriam recordações sempre vivas no tempo. As refeições ao ar livre lembravam o contentamento de Jesus ao partir o pão; o trabalho, quando mais intenso, como que avivava a sua recomendação de bom ânimo; a noite silenciosa reclamava sua bênção amiga.

Embebidos na poesia da Natureza, os apóstolos organizavam os mais elevados projetos, com relação ao futuro do Evangelho. A residência modesta de Cefas, obedecendo às tradições dos primitivos ensinamentos, continuava a ser o parlamento amistoso, onde cada um expunha os seus princípios e as suas confidências mais recônditas. Mas, ao pé do monte onde o Cristo se fizera ouvir algumas vezes, exalçando as belezas do Reino de Deus e da sua justiça, reuniam-se invariavelmente todos os antigos seguidores mais fiéis, que se haviam habituado ao doce alimento de sua palavra inesquecível. Os discípulos não eram estranhos a essas rememorações carinhosas e, ao cair da tarde, acompanhavam a pequena corrente popular pela via das recordações afetuosas.

Falava-se vagamente de que o Mestre voltaria ao monte para despedir-se. Alguns dos apóstolos aludiam às visões em que o Senhor prometia fazer de novo ouvida a sua palavra num dos lugares prediletos das suas pregações de outros tempos.

Numa tarde de azul profundo, a reduzida comunidade de amigos do Messias, ao lado da pequena multidão, reuniu-se em preces, no sítio solitário. João havia comentado as promessas do Evangelho, enquanto na encosta se amontoava a assembléia dos fiéis seguidores do Mestre. Viam-se, ali, algumas centenas de rostos embevecidos e ansiosos. Eram romanos de mistura com judeus desconhecidos, mulheres humildes conduzindo os filhos pobres e descalços, velhos respeitáveis, cujos cabelos alvejavam da neve dos repetidos invernos da vida.

Nesse dia, como que a antiga atmosfera se fazia sentir mais fortemente. Por instinto, todos tinham a impressão de que o Mestre voltaria a ensinar as bem aventuranças celestiais. Os ventos recendiam suave perfume, trazendo as harmonias do lago próximo. Do céu muito azul, como em festa para receber a claridade das primeiras estrelas, parecia descer uma tranquilidade imensa que envolvia todas as coisas. Foi nesse instante, de indizível grandiosidade, que a figura do Cristo assomou no cume iluminado pelos derradeiros raios do Sol.

Era Ele.

Seu sorriso desabrochava tão meigo como ao tempo glorioso de suas primeiras pregações, mas de todo o seu vulto se irradiava luz tão intensa que os mais fortes dobraram os joelhos. Alguns soluçavam de júbilo, presas das emoções mais belas de sua vida. As mãos do Mestre tomaram a atitude de quem abençoava, enquanto um divino silêncio parecia penetrar a alma das coisas. A palavra articulada não tomou parte naquele banquete de luz imaterial; todos, porém, lhe perceberam a amorosa despedida e, no mais íntimo da alma, lhe ouviram a exortação magnânima e profunda:

“Amados a cada um se afigurou escutar na câmara secreta do coração —, eis que retomo a vida em meu Pai para regressar à luz do meu Reino!... Enviei meus discípulos como ovelhas ao meio de lobos e vos recomendo que lhes sigais os passos no escabroso caminho. Depois deles, é a vós que confio a tarefa sublime da redenção pelas verdades do Evangelho. Eles serão os semeadores, vós sereis o fermento divino. Instituo-vos os primeiros trabalhadores, os herdeiros iniciais dos bens divinos. Para entrardes na posse do tesouro celestial, muita vez experimentareis o martírio da cruz e o fel da ingratidão... Em conflito permanente com o mundo, estareis na Terra, fora de suas leis implacáveis e egoístas, até que as bases do meu Reino de concórdia e justiça se estabeleçam no espírito das criaturas. Negai-vos a vós mesmos, como neguei a minha própria vontade na execução dos desígnios de Deus, e tomai a vossa cruz para seguir-me."

“Séculos de luta vos esperam na estrada universal. É preciso imunizar o coração contra todos os enganos da vida transitória, para a soberana grandeza da vida imortal. Vossas sendas estarão repletas de fantasmas de aniquilamento e de visões de morte. O mundo inteiro se levantará contra vós, em obediência espontânea às forças tenebrosas do mal, que ainda lhe dominam as fronteiras."

"Sereis escarnecidos e aparentemente desamparados; a dor vos assolará as esperanças mais caras; andareis esquecidos na Terra, em supremo abandono do coração. Não participareis do venenoso banquete das posses materiais, sofrereis a perseguição e o terror, tereis o coração coberto de cicatrizes e de ultrajes. A chaga é o vosso sinal, a coroa de espinhos o vosso símbolo, a cruz o recurso ditoso da redenção. Vossa voz será a do deserto, provocando, muitas vezes, o escárnio e a negação da parte dos que dominam na carne perecível."

“Mas, no desenrolar das batalhas incrueritas do coração, quando todos os horizontes estiverem abafados pelas sombras da crueldade, dar-vos-ei da minha paz, que representa a água viva. Na existência ou na morte do corpo, estareis unidos ao meu Reino. O mundo vos cobrirá de golpes terríveis e destruidores, mas, de cada uma das vossas feridas, retirarei o trigo luminoso para os celeiros infinitos da graça, destinados ao sustento das mais ínfimas criaturas!... Até que o meu Reino se estabeleça na Terra, não conhecereis o amor no mundo; eu, no entanto, encherei a vossa solidão com a minha assistência incessante. Gozarei em vós, como gozareis em mim, o júbilo celeste da execução fiel dos desígnios de Deus. Quando tombardes, sob as arremetidas dos homens ainda pobres e infelizes, eu vos levantarei no silêncio do caminho, com as minhas mãos dedicadas ao vosso bem. Sereis a união onde houver separatividade, sacrifício onde existir o falso gozo, claridade onde campearem as trevas, porto amigo, edificado na rocha da fé viva, onde pairarem as sombras da desorientação. Sereis meu refúgio nas igrejas mais estranhas da Terra, minha esperança entre as loucuras humanas, minha verdade onde se perturbar a ciência incompleta do mundo!..."

“Amados, eis que também vos envio como ovelhas aos caminhos obscuros e ásperos. Entretanto, nada temais! Sede fiéis ao meu coração, como vos sou fiel, e o bom ânimo representará a vossa estrela! Ide ao mundo, onde teremos de vencer o mal! Aperfeiçoemos a nossa escola milenária, para que aí seja interpretada e posta em prática a lei de amor do Nosso Pai, em obediência feliz à sua vontade augusta!”

Sagrada emoção senhoreara-se das almas em êxtase de ventura. Foi então que observaram o Mestre, rodeado de luz, como a elevar-se ao céu, em demanda de sua gloriosa esfera do Infinito.

Os primeiros astros da noite brilhavam no alto, como flores radiosas do Paraíso.

No monte galileu, cinco centenas de corações palpitavam, arrebatados por intraduzível júbilo. Velhos trêmulos e encarquilhados desceram a encosta, unidos uns aos outros, como solidários, para sempre, no mesmo trabalho de grandeza imperecível. Anciãs de passo vacilante, coroadas pela neve das experiências da vida, abraçavam-se às filhas e netas, jovens e ditosas, tomadas de indefinível embriaguez dalma. Romanos e judeus, ricos e pobres confraternizavam, felizes, adivinhando a necessidade de cooperação na tarefa santa. Os antigos discípulos, cercando a figura de Simão Pedro, choravam de contentamento e esperança.

Naquela noite de imperecível recordação, foi confiado aos quinhentos da Galiléia o serviço glorioso da evangelização das coletividades terrestres, sob a inspiração de Jesus-Cristo. Mal sabiam eles, na sua mísera condição humana, que a palavra do Mestre alcançaria os séculos do porvir. E foi assim que, representando o fermento renovador do mundo, eles reencarnaram em todos os tempos, nos mais diversos climas religiosos e políticos do planeta, ensinando a verdade e abrindo novos caminhos de luz, através dos bastidores eternos do Tempo.

Foram eles os primeiros a transmitir a sagrada vibração de coragem e confiança aos que tombaram nos campos do martírio, semeando a fé no coração pervertido das criaturas. Nos circos da vaidade humana, nas fogueiras e nos suplícios, ensinaram a lição de Jesus, com resignado heroísmo. Nas artes e nas ciências, plantaram concepções novas de desprendimento do mundo e de belezas do céu e, no seio das mais variadas religiões da Terra, continuam revelando o desejo do Cristo, que é de união e de amor, de fraternidade e concórdia.

Na qualidade de discípulos sinceros e bem-amados, desceram aos abismos mais tenebrosos, redimindo o mal com os seus sacrifícios purificadores, convertendo, com as luzes do Evangelho, à corrente da redenção, os espíritos mais empedernidos. Abandonados e desprotegidos na Terra, eles passam, edificando no silêncio as magnificências do Reino de Deus, nos países dos corações e, multiplicando as notas de seu cântico de glória por entre os que se constituem instrumentos sinceros do bem com Jesus-Cristo, formam a caravana sublime que nunca se dissolverá.

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Extraído do livro BOA NOVA, psicografado por Chico Xavier ditado pelo espírito de Humberto de Campos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A oração do Horto

Do livro Boa Nova, FEB ditado pelo espírito de Humberto de Campos e psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Depois do ato de humildade extrema, de lavar os pés de todos os discípulos, Jesus retomou o lugar que ocupava à mesa do banquete singelo e, antes de se retirarem, elevou os olhos ao céu e orou assim, fervorosamente, conforme relata o Evangelho de João:

- Pai santo, eis que é chegada a minha hora! Acolhe-me em teu amor, eleva o teu filho, para que ele possa elevar-te, entre os homens, no sacrifício supremo. Glorifiquei-te na Terra, testemunhei tua magnanimidade e sabedoria e consumo agora a obra que me confiaste. Neste instante, pois, meu Pai, ampara-me com a luz que me deste, muito antes que este mundo existisse!...

E fixando o olhar amoroso sobre a comunidade dos discípulos, que, silenciosos, lhe acompanhavam a rogativa, continuou:

- Manifestei o teu nome aos amigos que me deste; eram teus e Tu mos confiaste, para que recebessem a tua palavra de sabedoria e de amor. Todos eles sabem agora que tudo quanto lhes dei provém de ti! Neste instante supremo, Pai, não rogo pelo mundo, que é obra tua e cuja perfeição se verificará algum dia, porque está nos teus desígnios insondáveis; mas, peço-te particularmente por eles, pelos que me confiaste, tendo em vista o esforço a que os obrigará o Evangelho, que ficará no mundo sobre os seus ombros generosos. Eu já não sou da Terra; mas rogo-te que os meus discípulos amados sejam unidos uns aos outros, como eu sou um contigo! Dei-lhes a tua palavra para o trabalho santo da redenção das criaturas; que, pois, eles compreendam que, nessa tarefa grandiosa, o maior testemunho é o do nosso próprio sacrifício pela tua causa, compreendendo que estão neste mundo, sem pertencerem às suas ilusórias convenções, por pertencerem só a ti, de cujo amor viemos todos para regressar à tua magnanimidade e sabedoria, quando houvermos edificado o bom trabalho e vencido na luta proveitosa. Que os meus discípulos, Pai, não façam da minha presença pessoal o motivo de sua alegria imediata; que me sintam sinceramente em suas aspirações, a fim de experimentarem o meu júbilo completo em si mesmos. Junto deles, outros trabalhadores do Evangelho despertarão para a tua verdade. O futuro estará cheio desses operários dignos do salário celeste. Será, de algum modo, a posteridade do Evangelho do Reino que se perpetuará na Terra, para glorificar a tua revelação! Protege-os a todos, Pai! Que todos recebam a tua bênção, abrindo seus corações às claridades renovadoras! Pai justo, o mundo ainda não te conheceu; eu, porém, te conheci e lhes fiz conhecer o teu nome e a Tua Bondade infinita, para que o amor com que me tens amado esteja neles e eu neles esteja!

* * *

Terminada a oração, acompanhada em religioso silêncio por parte dos discípulos, Jesus se retirou em companhia de Simão Pedro e dos dois filhos de Zebedeu para o Monte das Oliveiras, onde costumava meditar. Os demais companheiros se dispersaram, impressionados, enquanto Judas, afastando-se com passos vacilantes, não conseguia aplacar a tempestade de sentimentos que lhe devastava coração.

O crepúsculo começava a cair sobre o céu claro. Apesar do sol radioso da tarde a iluminar a paisagem, soprava o vento em rajadas muito frias.

Daí a alguns instantes, o Mestre e os três companheiros alcançavam o monte povoado de árvores frondosas que convidavam ao pensamento contemplativo.

Acomodando os discípulos em bancos naturais que as ervas do caminho se incumbiam de adornar, falou-lhes o Mestre, em tom sereno e resoluto:

- Esta é a minha derradeira hora convosco! Orai e vigiai comigo, para que eu tenha a glorificação de Deus no supremo testemunho!

Assim dizendo, afastou-se, a pequena distância, onde permaneceu em prece, cuja sublimidade os apóstolos não podiam observar. Pedro, João e Tiago estavam profundamente tocados pelo que viam e ouviam. Nunca o Mestre lhes parecera tão solene, tão convicto, como naquele instante de penosas recomendações. Rompendo o silêncio que se fizera, João ponderou:

- Oremos e vigiemos, de acordo com a recomendação do Mestre, pois, se ele aqui nos trouxe, apenas nós três, em sua companhia, isso deve significar para o nosso espírito a grandeza da sua confiança em nosso auxílio.

Puseram-se a meditar silenciosamente. Entretanto, sem que lograssem explicar o motivo, adormeceram no decurso da oração.

Passados alguns minutos, acordaram, ouvindo o Mestre que lhes observava:

- Despertai! Não vos recomendei que vigiásseis? Não podereis velar comigo, um minuto?

João e os companheiros esfregaram os olhos, reconhecendo a própria falta. Então, Jesus, cujo olhar parecia iluminado por estranho fulgor, lhes contou que fora visitado por um anjo de Deus, que o confortara para o martírio supremo. Mais uma vez lhes pediu que orassem com o coração e novamente se afastou. Contudo, os discípulos, insensivelmente, cedendo aos imperativos do corpo e olvidando as necessidades do espírito, de novo adormeceram em meio da meditação. Despertaram com o Mestre a lhes repetir:

- Não conseguistes, então, orar comigo?

Os três discípulos acordaram estremunhados. A paisagem desolada de Jerusalém mergulhava na sombra.

Antes, porém, que pudessem justificar de novo a sua falta, um grupo de soldados e populares aproximou-se, vindo Judas à frente.

O filho de Iscariotes avançou e depôs na fronte do Mestre o beijo combinado, ao passo que Jesus, sem denotar nenhuma fraqueza e deixando a lição de sua coragem e de seu afeto aos companheiros, perguntou:

- Amigo, a que vieste?

Sua interrogação, todavia, não recebeu qualquer resposta. Os mensageiros dos sacerdotes prenderam-no e lhe manietaram as mãos, como se o fizessem a um salteador vulgar.

* * *

Depois das cenas descritas com fidelidade nos Evangelhos, observamos as disposições psicológicas dos discípulos, no momento doloroso. Pedro e João foram os últimos a se separarem do Mestre bem-amado, depois de tentarem fracos esforços pela sua libertação.

No dia seguinte, os movimentos criminosos da turba arrefeceram o entusiasmo e o devotamento dos companheiros mais enérgicos e decididos na fé. As penas impostas a Jesus eram excessivamente severas para que fossem tentados a segui-lo. Da Corte Provincial ao palácio de Ântipas, viu-se o condenado exposto ao insulto e à zombaria. Com exceção do filho de Zebedeu, que se conservou ao lado de Maria até ao instante derradeiro, todos os que integravam o reduzido colégio do Senhor debandaram. Receosos da perseguição, alguns se ocultaram nos sítios próximos, enquanto outros, trocando as túnicas habituais, seguiam, de longe, o inesquecível cortejo, vacilando entre a dedicação e o temor.

O Messias, no entanto, coroando a sua obra com o sacrifício máximo, tomou a cruz sem uma queixa, deixando-se imolar, sem qualquer reprovação aos que o haviam abandonado na hora última. Conhecendo que cada criatura tem o seu instante de testemunho, no caminho de redenção da existência, observou às piedosas mulheres que o cercavam, banhadas em lágrimas: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai por vós mesmas e por vossos filhos!"...

Exemplificando a sua fidelidade a Deus, aceitou serenamente os desígnios do céu, sem que uma expressão menos branda contradissesse a sua tarefa purificadora.

Apesar da demonstração de heroísmo e de inexcedível amor, que ofereceu do cimo do madeiro, os discípulos continuaram subjugados pela dúvida e pelo temor, até que a ressurreição lhes trouxesse incomparáveis hinos de alegria.

João, todavia, em suas meditações acerca do Messias, entrou a refletir maduramente sobre a oração do Horto das Oliveiras, perguntando a si próprio a razão daquele sono inesperado, quando desejava atender ao desejo de Jesus, orando em seu espírito até o fim das provas ríspidas. Por que dormira ele, que tanto o amava, no momento em que o seu coração amoroso mais necessitava de assistência e de afeto? Por que não acompanhara Jesus naquela prece derradeira, onde sua alma parecia apunhalada por intraduzível angústia, nas mais dolorosas expectativas? A visão do Cristo ressuscitado veio encontrá-lo absorto nesses amargurados pensamentos. Em oração silenciosa, João se dirigia muitas vezes ao Mestre adorado, quase em lágrimas, implorando-lhe perdoasse o seu descuido da hora extrema.

* * *

Algum tempo passou, sem que o filho de Zebedeu conseguisse esquecer a falta de vigilância da véspera do martírio.

Certa noite, após as reflexões costumeiras, sentiu ele que um sono brando lhe anestesiava os centros vitais. Como numa atmosfera de sonho, verificou que o Mestre se aproximava. Toda a sua figura se destacava na sombra, com divino resplendor. Precedendo suas palavras do sereno sorriso dos tempos idos, disse-lhe Jesus:

- João, a minha soledade no horto é também um ensinamento do Evangelho e uma exemplificação! Ela significará, para quantos vierem em nossos passos, que cada espírito na Terra tem de ascender sozinho ao calvário de sua redenção, muitas vezes com a despreocupação dos entes mais amados do mundo. Em face dessa lição, o discípulo do futuro compreenderá que a sua marcha tem que ser solitária, uma vez que seus familiares e companheiros de confiança se entregam ao sono da indiferença! Doravante, pois, aprendendo a necessidade do valor individual no testemunho, nunca deixes de orar e vigiar!...

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O mancebo rico


Trecho do livro "Primícias do Reino" ditado pelo espírito de Amélia Rodrigues e psicografado por Divaldo Pereira Franco.

O momento era de profunda significação. Sabia, por estranha intuição, que um dia defrontaria a Realidade, e a encontrava agora (*).

No ar abafado do entardecer serenavam as ânsias da Natureza.

Doces perfumes evolavam de miúdas flores derramadas nos flancos do aclive. As águas transparentes cantavam melodias ignotas, deslizando sobre o leito de pedras arredondadas.

O apelo pairava vibrando em derredor: - “Vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me”.

Aquela voz penetrava como um punhal afiado e impregnava qual perfume de nardo.

Havia um magnetismo inconfundível naqueles olhos severos e profundos como duas estrelas engastadas na face pálida do amanhecer.

Tinha sede de paz.

Embora repousasse em leito de madeiras preciosas incrustado de ébano e lápis-lazúli, se banqueteasse em repastos opíparos, cuidasse do corpo com massagens de óleos e unguentos raros, envolvendo-o em tecidos de linho leve, e suas arcas estivessem abarrotadas de gemas e ouro, sabia-se infeliz, sentia-se infeliz. Faltava-lhe algo que não se consegue facilmente.

Hesitava, no entanto.

Sua vivenda era luxuosa, seus pertences valiosos e vazio o seu coração.

Conquanto a juventude cantasse alegrias e festas em convites constantes ao prazer no corpo ágil e vigoroso, acalentava melhores aspirações, se disputava a posse total da paz. Era mais do que um tormento essa necessidade. Não que desejasse a tranquilidade aparatosa dos fariseus ou o repouso entorpecente dos mercadores opulentos, nem a serenidade enganosa dos cambistas abastecidos ou a senectude vitoriosa dos conquistadores em aposentadoria compulsória. Buscava integração harmoniosa, mas não sabia em quê.

Confragia-se e angustiava-se,  ignorando as nascentes da melancolia renitente que lhe dissipava sonhos e esperanças sob guante de inenarrável amargura.

Buscava as competições em Cesaréia, todavia ignorava se essa busca representava uma realização ou fuga.

Agora, pela primeira vez, sentia-se arrebatado.

A meiguice e a ordem daquela voz, enunciada por aquele Homem, ecoavam como cascatas em desalinho nos abismos do espírito.

Interiormente gritava: “Irei contigo, Senhor, mas...”

Hesitava, sim, e a hora não comportava dubiedades.

Uma roseira de flores rubras, que abraçava os ramos do arvoredo próximo, sacudida pelo vento, desgarrou-se e as pétalas da cor de sangue caíram-lhe aos pés, junto dEle, no alpendre, como sinais...

Donde O conhecia? – indagava, a medo , procurando recordar-se, com indizível esforço mental.

Tudo àquela hora era importante; mais do que isso: vital!

Ao vê-Lo, de longe, era como se reencontrasse um amigo, um Celeste Amigo.

Quando os seus descansaram nos olhos d’Ele, sentiu-se desnudado, o coração em descontrole sob violenta pulsação. Emoções inusitadas vibravam no seu ser, como jamais acontecera anteriormente. Desejou arrojar-se ao solo, esmagado por indômita constrição no peito.

Percebeu que o Estranho sorriu, como se o esperasse, como se o amasse, poderia afirmá-lo...

O tempo corria célere galopante as horas fugidias.

Seus lábios se afiguravam selados, e frio impertinente gelava-lhe as mãos.

Lutava por quebrar aquele torpor que o imobilizava.

Retalhos de luar tímido prateavam nuvens soltas no firmamento, bordando de luz oliveiras altivas e loendros em flor.

– Permite-me primeiro – conseguiu articular, vencendo a emoção que o transfigurava – competir em Cesaréia, logo mais, disputando para Israel os triunfos dos jogos...

– Não posso esperar. O Reino dos Céus começa hoje e agora para o teu espírito. Não há tempo a perder.

– Aguardei muito essa ocasião e ela se avizinha, com a chegada do período das competições... Exercitei-me, contratei escravos que me adestraram... aos partos comprei, por uma fortuna, duas parelhas de fogosos cavalos... os jogos estão próximos...

– Renuncia, e segue-me!

Quem era Ele, que assim lhe falava? Que poder exercia sobre sua vontade?!  Por qual sortilégio o dominava?!... Gostaria de fugir ou deixar-se arrastar;  estava perturbado; ignorada sofreguidão o aniquilava...

A horizontalidade das aflições humanas contemplava a verticalidade da sublimação divina; o cotidiano deparava com o infinito; o vale fitava o abismo das alturas e se perdia na imensidão.

O homem e o Filho do Homem se defrontavam.

O diálogo parecia impossível, reduzindo-se a um monólogo atormentante para o moço diante daquele Homem.

Vencendo irresistível temor, continuou o príncipe afortunado:

–  Não receio dar o que possuo: dinheiro, ouro, gemas, títulos, se possível, pois sei que estes se gastam mui facilmente, mas...

–  ...Dá-me a ti próprio e eu te oferecerei a ventura sem limite.

Que alto prêmio! Que pesado tributo! – pensou desanimado.

Era muito jovem e muitos confiavam nele. Possivelmente Israel lucraria com os seus lauréis e triunfos. Príncipe, tinha pela frente as avenidas do poder a que se afervorara, poder que no momento se destituía de qualquer valor.

Os bens, poderia ofertá-los, sim. Porém a fortuna da juventude, os tesouros vibrantes da vaidade atendida e dos caprichos sustentados, as honras de família resguardadas pela tradição, os corifeus agradáveis e bajuladores, oh! seria necessário renunciar-se a isso tudo? – interrogava-se, inquieto.

– Sim! – Respondeu-lhe, sem palavras, com os olhos fulgurantes.

Sofria naqueles minutos a soma dos sofrimentos que experimentara a vida toda.

O ar cantava leves murmúrios enquanto as tulipas do campo teciam um manto sutil, rescendendo aromas.

O Rabi, em silencio, aguardava. E ele, em perplexidade, lancinava-se.

O diálogo tornara-se realmente impossível.

Subitamente, o príncipe de qualidade, num átimo de minuto, lembrou-se que amigos o aguardavam na cidade. Compromissos esperavam-no. Deveria debater os detalhes finais para a corrida na grande festa da semana entrante.

Acionado por estranho vigor, que dele se apossou repentinamente, fitou o Messias sereno e triste, balbuciando com voz apagada:

E saiu quase a correr.

***
 
Sopravam os ventos frios que chegavam de longe, musicados pelo bulício das estrelas balouçantes.

A terra estuava sob a gramínea orvalhada.

O Mestre sentou-se e se encheu de profundo sofrimento.

Era assim, sempre assim que Ele ficava após a deserção dos convidados ao Banquete da Luz. A expressão de mansuetude e perdão que lhe brilhava nos olhos mergulhava em lágrimas, agasalhada em leves tons de amargura.

Assim O encontraram os discípulos. Interrogado, respondeu:

–  “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas”!

***

Uma semana depois Cesaréia era a capital do ócio, do prazer.

Situada ao norte da planície de Sarom e a 30 quilômetros ao sul do Monte Carnelo, foi embelezada por Herodes que, no local, mandou erguer grande porto de mar, caracterizado por colossal quebra-mar enriquecendo-a com imponente Templo onde se levantava descomunal estátua do imperador.

Esse porto valioso sobre o Mediterrâneo era importante escoadouro de Israel e porta de entrada marítima onde atracavam embarcações de toda parte.

As vilas ajardinadas debruçavam-se sobre as encostas pardacentas da cidade, exibindo estilos arquitetônicos variados.

Pelo seu clima agradável, tornara-se residência oficial dos procuradores romanos, em Israel.

Tamareiras onduladas pelo vento adornavam as ruas e odores exóticos misturavam-se no ar varrido pela maresia.

Os festins de Cesáreia pretendiam rivalizar com os de Roma, atraindo aficionados até mesmo da Metrópole longínqua.

Ao som alegre de trompas e fanfarras começavam as festas públicas.

Competições de bigas abrem as corridas ante a aflição de judeus, romanos e gentios que deixaram sobre as mesas dos cambistas pesadas apostas nos seus ases.

Gladiadores em combates simulados, tocadores de pífanos e flautas, alaúdes e címbalos, enchem os intervalos de som e cor.

As quadrigas estão na linha de partida. Os fogosos corcéis, adquiridos aos partos, oriundos da Dalmácia, de Tiro, Sidon e da Arábia, empinam, lustrosos, ajaezados. Ao sinal disparam, sob estrondosa ovação.

Chicotes vibram no ar, mãos firmes nas rédeas, os guias e condutores dão velocidade aos carros frágeis. A celeridade prende a respiração em todos os peitos.

Numa manobra menos feliz, um carro vira e um corpo tomba na arena, despedaçado pelas patas velozes, em disparada.

O moço rico sente as entranhas abertas, o suor e o sangue em pastas de lama, a respiração estertorada...

Enquanto escravos precípites arrastam-no na pista, foge mentalmente à cena brutal que o esmaga, e entre as névoas que lhe sombreiam os olhos parece vê-LO.

Silenciando os gritos na concha acústica tem a impressão de escutá-lo.

–  Renuncia a ti mesmo, vem, e segue-ME.

–  Amigo!...

Dois braços o envolvem veludosos e transparentes.

Apesar da face deformada e lavada pelas lágrimas, o suor e o sangue, ele dá a impressão de sorrir.

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Pelo Espírito de Amélia Rodrigues – Primícias do Reino

(*) Mat. 19: 16 a 30
     Mar. 10: 17 a 31
     Luc.  18: 18 a 30
     (Nota da Autora espiritual) 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

"Carta ao editor da Revista Superinteressante referente à edição de out/2011"

A seguir carta do Dr. Alexander Moreira-Almeida direcionada à revista Superinteressante dando esclarecimentos sobre alguns equívocos cometidos pela publicação "Ciência Espírita" da edição de Outubro/2011.

Equívocos propositais ou não, interessante é que Alexander esclarece e demonstra seu profissionalismo e seriedade, como cientista, nos estudos que realiza.

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Juiz de Fora, 10 de outubro de 2011.

Prezado Sr. Sérgio Gwercman

Diretor de redação da revista Superinteressante,

Como o objetivo da reportagem “Ciência espírita” era apresentar o trabalho desenvolvido por mim e por outros pesquisadores de experiências espirituais, surpreendeu-me o fato de a revista ter ignorado uma longa entrevista que concedi em 1/9/2010 ao repórter Pablo Nogueira, autor da matéria. Por isso, disponibilizei as principais partes da entrevista no site www.ufjf.br/nupes.

Tendo em vista a busca de rigor que deve nortear o trabalho de jornalismo científico, seria preferível que a matéria fosse escrita em linguagem mais precisa, sem o uso de ironias.

Ao contrário do que foi publicado:

  • não se trata de “Ciência Espírita”, mas de ciência acadêmica convencional, realizada por grupos de pesquisa, em importantes universidades do mundo, que utilizam as ferramentas da ciência para explorar certos tipos de experiências humanas;
  • em nenhum momento de meu artigo sobre cirurgia espiritual (publicado pela Revista da Associação Médica Brasileira) afirmei a necessidade de “mais investigações sobre o ‘mundo espiritual’”, como foi citado entre aspas na reportagem;
  • o Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (ProSer) do Instituto de Psiquiatria da USP não foi fundado em 1999, mas em 2008. Em 1999, foi fundado o NEPER (Núcleo de Estudos de Problemas Espirituais e Religiosos), que posteriormente originou o ProSer;
  • não foi o neuropsiquiatra inglês Peter Fenwick quem popularizou as EQMs, mas sim o psiquiatra norte-americano Raymond Moody Jr;
  • não há evidências para a afirmação de que “a maior parte dos pesquisadores entende que elas (as EQMs) não passam de confusão cerebral”. Além disso, a maioria dos pesquisadores que efetivamente publicaram estudos rigorosos sobre EQM discordam desta explicação;
  • meu nome é Alexander Almeida e não Alexandre Almeida;
  • I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente-Corpo não foi realizado “em (de novo) Juiz de Fora”. Ele ocorreu em São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças da Faculdade de Medicina da USP, com o apoio da USP, Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Associação Brasileira de Neurociência Clínica e Associação Brasileira de Medicina de Emergência;
  • o simpósio não teve como pauta “relatos de experiências transcendentais, filosofia e surrealidades da física quântica”, mas a apresentação interdisciplinar de estudos acadêmicos já realizados sobre as implicações das experiências espirituais para a relação mente-cérebro. Todos os conferencistas e debatedores são pesquisadores de destaque no meio científico internacional. O conteúdo deste simpósio será publicado em novembro de 2011 na forma de livro por uma das mais importantes editoras científicas do mundo, a Springer. O prefácio do livro é do psiquiatra Robert Cloninger, que está entre os 100 pesquisadores na área de psicologia e psiquiatria mais citados em revistas científicas no mundo;
  • há carência de evidências de que seria “desnecessário dizer que as pesquisas com reencarnação são severamente criticadas pela academia”. Os principais pesquisadores na área (como Ian StevensonErlendur Haraldsson) são da própria academia e publicam em periódicos científicos prestigiosos. Embora naturalmente haja debates sobre este tipo de pesquisa, o trabalho deles tem sido reconhecido como de qualidade em editoriais e resenhas em algumas das mais importantes revistas médicas do mundo, como American Journal of Psychiatry vol. 162, pag.823-4, 2005British Medical Journal vol. 334, pag.700, 2007Journal of Nervous and Mental Disease 1977 vol.165, pag.:151, 1977;
  • todos os pesquisadores citados discutem com seriedade, em suas publicações, as diversas hipóteses explicativas sobre essas experiências e não dizem que elas implicam necessariamente uma dimensão humana extra-corpórea;
  • pelo rigor e reconhecimento deste trabalho pelo meio acadêmico internacional, é fácil perceber que estes pesquisadores se movem mais pelo interesse científico de exploração rigorosa e não dogmática da natureza humana do que pela fé. 

Alexander Moreira-Almeida


- Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF

- Diretor do NUPES – Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde da UFJF

- Coordenador Geral dos Programas de Pós-Graduação Stricto-Sensu da UFJF

PS.: o texto desta carta, que espero ver publicada no próximo número de Superinteressante, e as principais partes da entrevista concedida à Superinteressante seguem também em anexo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Seleção e capacitação de voluntários para o Serviço Religioso Espírita no HC

Departamento CARE-HC-FMUSP

Data: domingo, 27 de novembro · 08h às 17h

Local: Instituto de Psiquiatria do HC da Fac de Medicina da USP -  ANFITEATRO PRINCIPAL
Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785 - São Paulo, Brasil

Próximo a estação Clínicas do Metrô

Objetivos

- Capacitar e Selecionar voluntários espíritas para o Serviço Religioso Espírita do CARE-HC-FMUSP


- Capacitar interessados em criar serviços espíritas de Capelania, adaptados aos seus serviços ou cidades.

- Atualizar voluntários espíritas do SRE-CARE-HC-FMUSP.

- Atualizar trabalhadores espíritas, de outras instituições, que fazem assistência á hospitais.

Apoios

ABRAPE-Associação de Psicólogos Espíritas do Brasil

AMEs-Associação Médico-Espírita- Brasil, São Paulo e Sorocaba

CARE-Comitê de Assistência Religiosa do HC-FMUSP


Aos interessados na Seleção de novos Voluntários

Requisitos básicos
:

- Ser Espírita

- Ser trabalhador de Casa Espírita

- Ter experiência em passe

- Respeito aos diferentes credos

- Capacidade de trabalhar em equipe

- Disponibilidade e responsabilidade.


Documentação necessária:

- 1 Cópia RG e CPF (não trazer carteira de motorista ou outros)

- 1 cópia de comprovante de endereço

- 1 foto 3x4 recente

- Carta de Intenção (com histórico breve de vida e motivos do interesse neste serviço)

- Carta de indicação (de dirigente de casa espírita, comprovando atividade atual na Casa Espírita de origem)

Necessário ter disponibilidade

- Semanal- 3ª feira, 4ª feira ou 5ª feira (18:30-21:30hs)

ou Sábado (14:00-17:00hs)

- 1x/mês – 3ª feira (quarta do mês) – Reunião de equipe/Educação Continuada (19-21:30hs)

Observação: Haverá seleção do mínimo de 10 voluntários, baseado na disponibilidade, experiência e capacidade de trabalho em equipe.

Serão agendadas entrevistas com os voluntários interessados após o curso.

Organização: Serviço Religioso Espírita do CARE-HC-FMUSP

Responsável: Dra. Carolina M. Bassi Figuinha

Programação (8 ás 17 hs)

8:00hs - Recepção e Entrega de documentos dos canditados ao Voluntariado

8:30hs -“Comitê de Assistência Religiosa-CARE-HC-FMUSP- introdução á abordagem Ecumênica”

Reverendo Luis Roberto Pinheiro Chagas- Coordenador CARE-HC-FMUSP

9:10hs - “Estudos de André Luiz- contribuições á prática de Capelania I

“Religião e Religiosidade”- Voluntários do SRE: Kátia Pereira e Elizabeth Medeiros

9:50hs – “Estudos de André Luiz- contribuições á prática de Capelania II

“A Prece”- Voluntários do SRE: Aparecida Zenaide e Elizabeth Nolasco

11:00hs -“Estudos de André Luiz- contribuições á prática de Capelania III

“Assistência Espiritual em Hospitais”- Voluntários do SRE: Sérgio Filgueiras e Ariovaldo Souza

11:40hs – “ O processo do Adoecer e do Morrer para o Espírito -aspectos psicológicos”

Psicóloga da ABRAPE e Voluntária SRE- Pilar Coratolo

13:40 hs- - “O Passe na assistência á doentes-aspectos práticos”

Dra. Jane Modena Bassi- Dermatologista-Presidente AME-Sorocaba

14:20 – “Transtornos Mentais- Visão Espírita e Manejo no atendimento espiritual”

Dra. Carolina Bassi Figuinha- Psiquiatra e Co-Coordenadora SRE-CARE-HC-FMUSP

15:20hs - “Serviço Religioso Espírita –SRE-CARE-HC-FMUSP”-

Dr. Sérgio P. Rigonatti e Dra. Carolina Bassi Figuinha- Coordenadores SRE-CARE

16:00 - Casos Clínicos do SER-CARE-HC-FMUSP”

Voluntários do SRE / Moderadores: Dra. Carolina Bassi Figuinha, Dr. Sérgio Rigonatti

INSCRIÇÕES PARA O CURSO: euqueromeinscrever@hotmail.com

Fonte: http://www.facebook.com/event.php?eid=137164253050003&ref=notif&notif_t=event_invite 

Divulguem e participem!

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Beijos e abraços.

sábado, 15 de outubro de 2011

Uma mensagem de Chico Xavier em Portugal?

por Dora Incontri
publicado em 11/10/2011 no site Pedagogia Espírita-ABPE

Carola Richter Lotufo, Chico Xavier, Lucy Hackradt (atrás) Zaira Pitt e minha mãe (de Dora Incontri), Cleusa B. Colombo em 1967 - conheci Chico desde criança, quando ele afirmava que nas últimas dez encarnações havia sido mulher.
 
Chegou-me hoje por e-mail uma mensagem, recebida em Portugal, por médium que não conheço, atribuída a Chico Xavier. E pela primeira vez, pareceu-me que fosse dele mesmo.

O que já indica de imediato essa autoria é a justificativa por que estaria mandando essa mensagem em Portugal, pela isenção necessária – leia-se, o clima não idólatra, que só fora do Brasil poderia achar. Ou seja, só fora poderiam lhe dar crédito. Se aqui alguém publicar uma mensagem do Chico, dizendo que ele não foi perfeito, que não está sentado à direita de Jesus… está fadado quase a ser linchado. Pois aqui, ele é o santo obrigatório.

Oportuníssima, portanto, essa mensagem – que como todas as mensagens, por todos os médiuns (inclusive pelo próprio Chico, quando encarnado), passa por um filtro de linguagem e adaptação do médium – que é sempre uma subjetividade encarnada, traduzindo outra subjetividade desencarnada. Então, pode haver aqui e ali uma expressão que Chico não usaria. Mas, no geral, o tom está bastante à moda de Chico, sentimental, pacificador, amistoso.

É pena que Chico não possa se comunicar aos brasileiros como um ser humano, que foi, exposto a enganos e desenganos, com grandes qualidades, com belo trabalho, mas também sujeito – como ele diz aqui – a fraquezas e tentações. Pena que ele não possa achar amigos a quem se confidenciar, pois só encontra pessoas de joelhos, prontas a idolatrá-lo, a colocá-lo num altar, que ninguém deve ocupar, pois somos todos “almas em trajetória, rolando em direção ao sol da vida”.

Acredito que isso deva ser motivo de angústia e solidão para um Espírito – sentir-se colocado num pedestal sobre-humano, apartado do companheirismo dos outros, para ser mitificado. O mito se sente terrivelmente solitário, porque deixa de ser gente, para se tornar uma projeção ideal.

E, por fim, acredito que seja mesmo Chico, porque ele está falando publicamente o que deveria ter falado mil vezes em vida, mas não falou: de não ter sido reencarnação de Kardec. Por isso talvez se penitencie nessa mensagem e diga o quanto ama Kardec, pois não falar isso enquanto vivo pode ter sido quase uma traição ao mestre.

Esperemos que com esse precedente, Chico possa achar outros médiuns que tenham a coragem de deixá-lo falar como irmão, como gente, como pessoa humana e falível, amorosa e sincera.

Fica aqui a mensagem para reflexão de todos (deixo a grafia portuguesa):

“À família Espírita de todo o planeta terráqueo.

É a ti meu filho que abraçaste a causa Espírita que me dirijo.

Detentor de um enorme sentimento de amor, responsabilidade e desejo de avanço de todas as almas, aqui estou novamente comunicando-me convosco.

Espero que compreendam, os amados irmãos Brasileiros, da necessidade de me comunicar noutro país, pois, é a forma mais isenta e disponível que encontramos, neste frágil momento que atravessa o Espiritismo. Agradeço comovido a todos aqueles que me carregam no coração afectuoso, relembrando-me nas recordações felizes e chorando na saudade. Porém, não pretendo que me coloquem em lugar que não me pertence estar. Não sou santo, nem fui perfeito, apenas vossos olhos ainda limitados ao conhecimento e vossos corações afectos de ternura, para me atribuírem tais e tais predicados. Sou uma alma em trajectória rolando em direcção ao sol da vida. Firme no propósito de fazer o melhor e causar o melhor à Humanidade, porém, nem sempre estive imune às tentações e fraquezas e por isso me penitencio a todos os queridos corações.

Venho humildemente pedir-vos e principalmente aqueles que me acompanharam de mais perto na caminhada da vida, aos que me enxugaram as lágrimas, aos que me mataram a fome, aos que curaram minhas feridas, aos que ouviram minhas palavras e aos que leram por mim os escritos, se for lícito fazer-vos um último pedido, aqui deixo expresso o meu desejo:

Que todos os Espíritas, principalmente aqueles com maiores responsabilidades aos olhos do Mundo, se possam avistar num evento, visando a colocação de um ponto final em todas as desavenças e histórias infelizes, equívocos e sobretudo agrupamentos e partidos. Peço-vos a retirada da Internet de todos os escritos que possam causar divisões, sofrimentos, ódios, perturbações físicas ou espirituais e descrença. Por amor a Jesus eu me libertei de tudo que na Terra me causou mágoa e sofrimento, pois tudo se reverteu em rosas que colhi no porvir. A Kardec amo profundamente e agradeço a luz. Não o fui realmente.

A nossa abençoada Doutrina Espírita nos foi trazida da bendita Espiritualidade, não é Doutrina nem Religião nascida na Terra, é foco de luz que nos conduz à paz.

Meus extremosos e tão amados filhos, o meu coração vos remete este pedido, o qual vos ficarei devendo para todo o sempre,

Chico Xavier ”
 

(página psicografada na noite de 21 de Setembro de 2010, pelas 22H30, no GEEAK/Coimbra, pela médium Maria della Rosa, durante os trabalhos mediúnicos)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Notícia polêmica no Facebook: Estudante de medicina é morto durante trote na USP em 1999

Por Tati Quaglio e Alexandro Chazan

Recentemente acontece uma difusão e discussão na rede social Facebook com relação à morte de um estudante de medicina que ocorreu na USP no ano de 1999 durante o famoso "trote", muitas vezes violento, realizado pelos veteranos com os "calouros" sob a alegação de "recepção".

A abordagem do trote nas faculdades já um assunto polêmico por si só e geralmente excede os limites de respeito aos direitos humanos e a cidadania. Por vezes, anualmente, em inúmeras faculdades espalhadas pelo mundo todo o trote é praticado por estudantes veteranos em detrimento e humilhação dos estudantes "calouros" (como são chamados) ou ingressantes.

 No Facebook trata-se claramente de uma corrente movida por vingança. E nem é pessoal, as pessoas só querem saber de ver alguma "punição". Tal como nas épocas antigas em que o povo assistia as execuções de sentenças de morte em praça pública.

A publicação na rede social tem como título "Infeliz lembrança", leva a imagem da capa da Revista Época de Abril de 1999 e tem como texto o nome completo de cada um dos estudantes, acusados pela morte do estudante Edison Tsung Chi Hsueh, informando suas atuais profissões exercidas, o local onde trabalham, e ainda com uma ligeira sugestão "tomem cuidado com estes profissionais".

De fato esta é mesmo uma lembrança bastante infeliz, em todos os pontos: para as pessoas que participaram dos trotes do dia do acontecimento; para as pessoas que não participaram, mas estudavam na universidade; para os familiares do rapaz que desencarnou; para seus amigos; para os telespectadores que aguentaram a mídia massificando o fato durante horas, dias, semanas e meses a fio, a custo de escândalo e fins comerciais; para as pessoas que algum dia sonharam em estudar na USP e de alguma forma ficaram aterrorizadas com a possibilidade depois da notícia; e infeliz lembrança principalmente para as pessoas que incentivam a difamação dos estudantes no Facebook.

A postagem na rede com aproximadamente uma semana desde a publicação já alcançou cerca 8.368 compartilhamentos, isso significa que mais de 8.000 pessoas divulgaram a notícia em seus perfis pessoais dentro da rede; uma única publicação atingiu cerca de 3.538 pessoas que declararam curtir a mesma e tem mais de 140 comentários, e os números aumentam a cada minuto. Os comentários vão desde declarações de lamentações, indignações, revoltas e ofensas destinadas aos acusados até demonstração de compaixão pelos mesmos. As demonstrações de compaixão são inclusive interessantes, pois expressam opinião com relação à massificação da mídia e chega a questionar aos demais sobre a veracidade das acusações e a busca individual pela informação; o que geralmente não acontece nesse tipo de notícia e neste tipo de ambiente de divulgação, onde as pessoas são contaminadas pela histeria coletiva.

Quem acredita na Justiça Divina sabe que nada acontece em vão, nem será. Nas palavras de nosso irmão mais velho, Jesus, "O escândalo tem de vir, mas ai daquele que o provocá-lo". Então, não sigamos a "Lei de Talião" do 'olho por olho e dente por dente', pois essa nossa época negra de sede de sangue já passou (ou assim acreditamos e gostaríamos que fosse).

O estudante desencarnou, é fato que completou 12 anos, este é o destino de todos os espíritos encarnados. E para quem professa a reencarnação, sabe que essa é uma "pontada muscular" mínima durante nossa eterna caminhada ao infinito.

Quanto aos "acusados" do homicídio, suas consciências não devem ter melhorado depois desses anos todos e, mesmo que não sejam culpados, cedo ou tarde se lembrarão disso, assim como foram forçados a lembrar durante bastante tempo enquanto eram estudantes do curso na USP. Segundo matéria publicada pela Revista Época de Abril de 1999 em todo lugar em que os estudantes de medicina da USP iam eram questionados e lembrados de que participaram do trote naquele dia em que Edison Tsung Chi Hsueh morreu afogado na piscina Atlética da universidade.
 
E, além do mais, porque será que estão livres hoje em dia? Será que, assim como a lei humana, a providência divina também teria faltado com a justiça? Foi levantada sequer a hipótese de que podem, através da medicina, estar tentando se redimir de seu erro? Alguém que comete um erro precisa pagar imediatamente e com a mesma moeda? Será que nenhum desses médicos já não salvou alguma outra vida nesse tempo todo? Pensemos nisso e, com outra citação do nosso querido mestre: "Aquele dentre vós que não possuir pecado, que atire a 1ª pedra".

Quem não cometeu nenhum erro em nenhuma de suas existências? Ou mesmo apenas nesta? Magoou, ofendeu, prejudicou, machucou, feriu alguém? Deixou de ajudar sabendo que poderia? E após ter cometido o erro não desejou perdão? Desejou nunca ter pensado em cometer o que fez? Envergonhou-se, puniu-se, culpou-se? Com os estudantes da USP seria diferente?

Vamos então ao Livro dos Espíritos, Livro Terceiro, Capítulo XI: Lei da Justiça, amor e Caridade:

Questão 875: Como se pode definir a justiça?
— A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um.

Questão 875. a) O que determina esses direitos?
— São determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. Tendo o homem feito leis apropriadas aos seus costumes e ao seu caráter, essas leis estabeleceram direitos que podem variar com o progresso. Vede se as vossas leis de hoje, sem serem perfeitas, consagram os mesmos direitos que as da Idade Média. Esses direitos superados, que vos parecem monstruosos, pareciam justos e naturais naquela época. O direito dos homens, portanto, nem sempre é conforme à justiça. Só regula algumas relações sociais, enquanto na vida privada há uma infinidade de atos que são de competência exclusiva do tribunal da consciência.

Questão 886: Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.
O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como irmãos". A caridade, segundo Jesus, não se restringe à esmola, abrange todas as relações em que nos achamos com os nossos semelhantes, sejam eles nossos inferiores, nossos iguais, ou nossos superiores. Ela nos prescreve a indulgência, porque da indulgência precisamos nós mesmos, e nos proíbe que humilhemos os desafortunados, contrariamente ao que se costuma fazer. Apresente-se uma pessoa rica e todas as atenções e deferências lhe são dispensadas. Se for pobre, toda gente como que entende que não precisa preocupar-se com ela. No entanto, quanto mais lastimosa seja a sua posição, tanto maior cuidado devemos pôr em lhe não aumentarmos o infortúnio pela humilhação, o homem verdadeiramente bom procura elevar, aos seus próprios olhos, aquele que lhe é inferior, diminuindo a distância que os separa.

Ora, então as pessoas acusadas responsáveis pelo desencarne de Edison não estão sujeitas às leis divinas? Não têm elas o direito de perdão, de arrependimento, e de reparação?

Questão 887: Jesus também disse: Amai mesmo os vossos inimigos. Ora, o amor aos inimigos não será contrário às nossas tendências naturais e a inimizade não provirá de uma falta de simpatia entre os Espíritos?
Certo ninguém pode votar aos seus inimigos um amor terno e apaixonado. Não foi isso o que Jesus entendeu de dizer. Amar os inimigos é perdoar-lhes e lhes retribuir o mal com o bem. O que assim procede se torna superior aos seus inimigos, ao passo que abaixo deles se coloca, se procura tomar vingança.

Para que então tornar maior o sofrimento dessas pessoas expondo-as em rede pública mais do que já foram na mídia durante e após o acontecimento? Estamos sendo caridosos desta forma?

E poderíamos aqui seguir com maiores delongas citando inúmeras outras questões e outros trechos da Doutrina dos Espíritos que educam e trazem reflexões a respeito. Mas achamos o bastante para este momento.

Nota: em todas as citações fazemos a indagação na 3ª pessoa do plural por um motivo específico: quando um ato se torna coletivo, seja por todos ou por um grupo, este ato torna-se da sociedade e nós todos como parte da sociedade somos responsáveis e ao mesmo tempo os receptores das atitudes individuais que se tornam coletivas. Desta forma a intenção é indagar a reflexão interior sobre nossas próprias escolhas. Colocar-nos no lugar do outro é uma forma eficiente de refletir sobre o que fazemos e o que queremos fazer.

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A rede social Facebook tem sido utilizada, além de divulgação pessoal, como veículo de informação e disseminação de fatos e notícias, nisso podem ter os objetivos dos mais nobres... Porém isso não nos isenta da responsabilidade de fazermos o que é certo, ético e responsável. Muitas declarações nesta publicação demonstram a intenção de fazer o povo observar e tentar superar essa "memória de passarinho" que temos. Porém, há sempre os ditos "danos colaterais", e é justamente por isso que, por mais que tenhamos boas intenções, é sempre preciso prestar muita atenção no que dizemos, física ou digitalmente. Citando Jesus novamente: "Orai e vigiai".

Quer dizer a verdade? Quer mostrar as falhas da justiça humana cedendo à corrupção? Vá em frente. Mas será sempre interessante pra cada um e para todos nós que acreditemos também que sempre há esperança. Se ficarmos restritos só a lei dos homens, poderemos começar a achar que "não tem jeito", não tem salvação. E isso não nos torna melhores que a multidão. As pessoas - individualmente - são inteligentes, no entanto o povo é massa de colisão, entra em pânico e gera histeria coletiva. E isso não é construtivo. Trouxemos este assunto por acreditarmos que seria interessante compartilhar um ponto de vista diferente, contribuindo para a seara do bem e ajudando, como a sua intenção original, a nos fazer pensar mais a respeito.

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Beijos e abraços.