Atenção!


Informamos que o Grupo Espírita Auta de Souza retomou suas atividades e contamos com a presença de todos a participarem das atividades da casa como palestras, passe, atendimento fraterno, atendimento espiritual, cursos, entre outras.


Todas as sextas-feiras a partir das 19h00.


Rua Força Pública, 268/274, bairro Santana - São Paulo /SP


Altura do número 1205 da Rua Voluntários da Pátria

"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

quarta-feira, 30 de março de 2011

Mocidade

Extraído do Livro “ Paz e Libertação” de Emmanuel - psicografia de Francisco Cândido Xavier

Mocidade é força.
Mas, se a força não estiver sob a direção da justiça, pode converter-se em caminho para a loucura.

Mocidade é poder.
Entretanto, se o poder não aceita a orientação do bem, depressa se converte em tirania do mal.

Mocidade é liberdade.
Todavia, se a liberdade foge à disciplina é, invariavelmente, a descida para deplorável situação.

Mocidade é chama.
No entanto, se a chama não sofre o controle do proveito justo, em breve tempo se transformará em incêndio devastador.

Mocidade é carinho.
Mas, se o carinho não possui consciência de responsabilidade, pode ser veneno mortal para o coração.

Mocidade é beleza da forma.
Contudo, se a beleza da forma não se enriquece com aprimoramento interior, não passa de máscara perecível.

Mocidade é amor.
Entretanto, se o amor não se equilibra na sublimação da alma, cedo se transforma em paixão infeliz.

Mocidade é primavera de sonhos.
Todavia, se a primavera de sonhos não se enobrece no trabalho digno, todo o nosso idealismo será simplesmente um campo de flores mortas.

Se fé encontras na hora radiante da juventude, não te esqueças de que o tempo é o nosso julgador implacável.

A plantação de agora será colheita depois.

Nossas esperanças dia a dia se materializam nas obras a que nos destinamos.

A lei será sempre a lei.

Povoam-se e despovoam-se berços e túmulos, para que o Espírito, divino caminheiro, - através da mocidade e da velhice do corpo terrestre – desenvolva, em si, as asas que o transportarão a cima da vida eterna.
Assim, pois, se realmente procuras a felicidade incorruptível, confia teu coração e tua mente ao Cristo Renovador, a fim de que, jovem hoje, te faças amanhã, o caráter sem jaça que lhe refletirá no mundo a Divina Vontade.

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Beijos e abraços.

domingo, 27 de março de 2011

Homenagem a Allan Kardec e Dr. Bezerra de Menezes em Guarulhos

Por iniciativa da USE-IG e com o auxílio da vereadora Luiza Cordeiro, em 03 de fevereiro de 2011 foram oficialmente batizadas as praças: ALLAN KARDEC e DOUTOR ADOLFO BEZERRA DE MENEZES conforme publicado no Diário Oficial do Município de Guarulhos.

As pessoas envolvidas agradecem a todos aqueles que contribuíram, assinando o abaixo assinado.

Alguns eventos espíritas têm sido realizados nessas Praças o que é muito bom para a divulgação da Doutrina Espírita!

Em 4 de Fevereiro de 2011 houve a publicação oficial: 

Diário Oficial do Município de Guarulhos, página 3
 
DECRETO nº 28486
 
Dispõe sobre denominação oficial para as praças públicas localizadas no Loteamento Jardim Maia - Bairro Maia.

SEBASTIÃO ALMEIDA, PREFEITO DA CIDADE DE GUARULHOS, no uso de suas atribuições legais lhe conferem os incisos XIV e XXIV, do artigo 63 da Lei Orgânica do Município de Guarulhos e considerando o que consta no processo administrativo nº 14.410/2010; DECRETA:

Art. 1º As atuais praças sem nomenclatura oficial, localizadas no Loteamento Jardim Maia, Bairro Maia, passam a denominar-se oficialmente:

I - Praça situada na esquina da Avenida Paulo Faccini com a Rua Delezino de Almeida Franco, de Inscrição Cadastral nº 084.01.39.0112.00.000, PRAÇA ALLAN KARDEC; e (lado da Crurrascaria do Bosque) 

II - Praça situada na esquina da Avenida Paulo Faccini com a Rua Delezino de Almeida Franco, de Inscrição Cadastral nº 084.01.47.0082.00.000, PRAÇA DOUTOR ADOLFO BEZERRA DE MENEZES. (lado do Banco do Brasil)

Art. 2º As despesas decorrentes com a execução do presente Decreto correrão por conta de verbas próprias consignadas em orçamento, suplementadas se necessário.

Art. 3º Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

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Beijos e abraços.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Construtores da Vida

Por mais que gostemos da vida no corpo físico, um dia, todos morreremos, isto é fato. Morrem os pobres e morrem os ricos. 

Foi assim que um dia aquele homem, que detinha poder e muitas posses, foi habitar o além.

Foi recebido pelo benfeitor, encarregado de conduzi-lo à sua nova residência.

Caminhavam calmamente por um lugar pitoresco, com ruas calmas, um gramado extenso e grande variedade de árvores e jardins.
 
Casa da cozinheira
Ao passarem por uma das casas, o benfeitor mostrou-a ao homem e lhe disse: “observe! Aquela é a casa de sua cozinheira.” “Mas ela ainda não morreu”, respondeu o homem.
 
Sem dar nenhuma resposta, andaram por mais algum tempo e o orientador mostrou outra casinha graciosa e disse: “essa é a casa do seu jardineiro.”

Casa do jardineiro

Ambas eram casas muito agradáveis. Simples, mas aconchegantes. Jardins com flores silvestres e pássaros voando e cantando por entre as borboletas que pousavam de flor em flor.

Discretos regatos com águas cantantes e  cristalinas cortavam os gramados verdes.

O homem estava muito animado, pois se  seus empregados teriam moradias tão agradáveis, o que não estaria reservado a ele, um homem rico e poderoso? 

Casa do homem "rico do mundo material"
Caminharam por mais algum tempo, quando o benfeitor parou diante de um barraco, localizado numa área menos clara e quase sem nenhum encanto.

Com um gesto gentil indicou ao homem sua nova residência. O homem teve um sobressalto. Indignado perguntou ao orientador:
 
“Infelizmente não é, meu filho”, falou amavelmente o benfeitor. E acrescentou: “todas as construções são feitas com os materiais que vocês nos enviam diariamente enquanto estão na Terra.

São materiais invisíveis aos olhos físicos, mas firmes o bastante para construir um recanto sólido aqui, no mundo espiritual.

Cada gesto nobre, cada boa ação, cada trabalho realizado com honestidade e desinteresse, são matérias primas importantes aplicadas nos tesouros verdadeiros deste lado da vida.”

“Mas como saber disso, se ninguém me avisou enquanto estava na Terra?”, objetou o infortunado.

“Ora, meu filho, talvez você tenha esquecido, mas há mais de dois milênios se ouve falar de um Homem chamado Jesus, que orientou muito bem sobre essa questão, recomendando que se construíssem tesouros no céu, onde nem a traça come nem os ladrões roubam.”

Pensativo e sem argumentos, o homem adentrou seu mísero barraco, em busca de um mínimo de conforto para sua alma inquieta.

REFLETINDO...

Nossos maiores tesouros são as virtudes. A compaixão, a fraternidade, a solidariedade, a ternura, o afeto, são elementos importantes na construção da beleza e da harmonia.

A honestidade, a dignidade, a humildade, a indulgência e a justiça, são virtudes essenciais para construções sólidas e indestrutíveis.

Assim sendo, vale a pena investir nesses tesouros desde hoje, pois a imortalidade não é uma proposta para ser pensada depois da  morte, é uma realidade para ser vivida hoje.

PENSE NISSO, MAS PENSE AGORA!

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Beijos e abraços.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A evolução na visão espírita

Allan Kardec, em toda a sua obra, procurou demonstrar que o Espiritismo nada tem a ver com o maravilhoso e o sobrenatural, e não guarda relação com nenhum tipo de superstição. Assim, a teoria da evolução no espiritismo está intimamente atrelada à da ciência. Claro, é preciso reconhecer que, na codificação de Kardec, está atrelada ao que se sabia de ciência em SUA época, com todas as suas falhas e preconceitos (e daí advém as críticas de que Kardec era racista, e tal).

Mas, como o próprio Kardec postulou: "Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará". Assim, cabe aos espíritas a atualização da doutrina através de um contínuo estudo.

O diferencial aqui é que, no espiritismo, toda a explicação da evolução do universo, planetas e seres se processa de acordo com a ciência, mas possui sua causa em uma inteligência (ou inteligências), durante todo o processo.
 
A Formação da vida na Terra.

Acredita-se que a vida na Terra tenha surgido há cerca de 2 bilhões de anos, e, segundo a teoria que hoje prevalece (de Oparin e Müller), o primeiro ser vivo surgiu da combinação de elementos químicos presentes na Terra primitiva.
A fim de romper as moléculas dos gases simples da atmosfera e reorganizar as partes em moléculas orgânicas, era preciso energia, abundante na Terra jovem. Existia calor e vapor d'água. Tempestades violentas eram acompanhadas de relâmpagos que forneciam energia elétrica. O Sol bombardeava a Terra com partículas de alta energia e luz ultravioleta. Essas condições foram simuladas em laboratório, e os cientistas demonstraram que assim se produzem moléculas orgânicas. Entre elas, estão alguns aminoácidos, os importantes blocos de construção das proteínas, componentes fundamentais da matéria viva.

Em seguida, na sequência que conduziu à vida, esses compostos foram levados da atmosfera pelas chuvas e começaram a se concentrar em certas áreas do oceano. Algumas moléculas orgânicas tendem a se agarrar no oceano primitivo, esses agregados provavelmente tomaram a forma de gotas, envolvidos por fina película protetora. Denominam-se esses seres de coacervados. Essas estruturas, apesar de não serem vivas, têm propriedades osmóticas e podem se unir, formando outro coacervado mais complexo. Da evolução destes coacervados, surgem as primeiras formas de vida. Os primeiros seres vivos, segundo se acredita, eram heterótrofos (buscavam o alimento fora deles), habitante das águas, unicelular e com um único sentido: o tato.

Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, escreve no livro "A Caminho da Luz" que todo esse processo admirável não foi obra do acaso, resultado de forças cegas, inconsequentes, e sim, a consequência de um trabalho bem elaborado dos Espíritos superiores, responsáveis pelo destino de nosso planeta. Emmanuel nos informa que Jesus (ele mesmo) e sua falange de engenheiros, químicos e biólogos siderais estiveram presentes todo o tempo, acompanhando fase a fase o despertar da vida no planeta. Não podemos também desconsiderar a presença do princípio inteligente (que poderíamos chamar de "Deus") que, como "campo organizador da forma", deve ter exercido um papel preponderante no processo de gênese orgânica.

Emmanuel nos diz:
"E quando serenaram os elementos do mundo nascente, quando a luz do Sol beijava, em silêncio, a beleza melancólica dos continentes e dos mares primitivos, Jesus reuniu nas Alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas que envolveu o imenso laboratório em repouso. Daí a algum tempo, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada."

Este relato, obviamente que de forma romanceada, sugere elementos da Panspermia, teoria marginalizada pela ciência até poucos anos e que sustenta que o "detonador" da vida na Terra foram elementos provenientes do espaço (trazidos por cometas, meteoritos e nebulosas).

Nas questões 43, 44 e 45 de "O Livro dos Espíritos" (de 1857), a Quimiossíntese e a Teoria dos Coacervados, de Alexander Oparin (de 1936), são prenunciadas pelos Espíritos, com palavras diferentes, mas com a mesma ideia.

A Evolução Orgânica

Não mais se discute hoje a realidade do processo evolutivo. A evolução das espécies é um fato inquestionável. Através de processo múltiplos e fenômenos diversos, os primeiros seres vivos, unicelulares e simples, foram os precursores de todas as formas complexas de vida. Mas qual o mecanismo dessa evolução? Duas teorias, agindo conjuntamente, sem se excluírem, tentam explicar a evolução:

Darwinismo: lançado em 1859, por Charles Darwin (No livro "A Origem das Espécies"). O Darwinismo se baseia na seleção natural, ou seja, os seres mais aptos sobrevivem, enquanto os menos aptos desaparecem.
 
Mutacionismo: teoria que teve em Hugo de Vries seu idealizador, baseia-se no conceito de mutação (toda alteração no patrimônio genético dos seres, que se transmite às espécies descendentes). Segundo essa teoria o aparecimento de espécies novas seria o resultado de várias mutações ocorridas nas espécies anteriores.
 
Como o macaco se tornou homíneo até hoje é uma incógnita. Nunca encontramos realmente o "elo perdido", a espécie biológica que represente esta transição. Já chegamos bem perto, mas ainda falta "algo". Tal vácuo dá espaço até para teorias de seres alienígenas que ficaram responsável por esta transição, com alterações in vitro e por meio de reprodução controlada inter-espécies (teoria esta não de todo maluca, se formos pesquisar nas lendas dos povos antigos, como os sumérios, índigenas e asiáticos).

Mas vejamos o pensamento de Kardec, em seu tempo, numa ciência ainda fortemente influenciada pelo modelo grego em que beleza = evolução, vemos no livro "A Gênese", de Allan Kardec, cap. 11, a "Hipótese sobre a origem do corpo humano":
 
Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros Espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essas vestiduras mais apropriadas às suas necessidades e mais adequadas ao exercício de suas faculdades, do que o corpo de qualquer outro animal. Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste da pele de certos animais, sem deixar de ser homem.

Fique bem entendido que aqui unicamente se trata de uma hipótese, de modo algum posta como princípio, mas apresentada apenas para mostrar que a origem do corpo em nada prejudica o Espírito, que é o ser principal, e que a semelhança do corpo do homem com o do macaco não implica paridade entre o seu Espírito e o do macaco.
 
Admitida essa hipótese, pode-se dizer que, sob a influência e por efeito da atividade intelectual do seu novo habitante, o envoltório se modificou, embelezou-se nas particularidades, conservando a forma geral do conjunto. Melhorados os corpos, pela procriação, se reproduziram nas mesmas condições, como sucedem com as árvores de enxerto. Deram origem a uma espécie nova, que pouco a pouco se afastou do tipo primitivo, à proporção que o Espírito progrediu. O Espírito macaco, que não foi aniquilado, continuou a procriar, para seu uso, corpos de macaco, do mesmo modo que o fruto da árvore silvestre reproduz árvores dessa espécie, e o Espírito humano procriou corpos de homem, variantes do primeiro molde em que ele se meteu. O tronco se bifurcou: produziu um ramo, que por sua vez se tornou tronco.

O tempo passou, aprendemos coisas como ecossistema, beleza só não põe mesa, a natureza não dá saltos, jacarés e ornitorrincos estão muito bem, obrigado, nada se perde, tudo se transforma, etc. A questão evoluiu no espiritismo pelas mãos de Chico Xavier e Emmanuel, que nos esclarecem que muitas das transformações que se verificaram nos seres foram, anteriormente, promovidas em suas estruturas perispirituais, entre uma existência e outra (ou seja, no plano espiritual!). Os Espíritos construtores, sob a supervisão de Jesus, retocavam, em vezes sucessivas, as formas perispiríticas, e estas alterações criariam o campo magnético para as futuras mutações.
Conta ainda que os seres atuais não tinham, no princípio da vida, suas formas biológicas totalmente definidas. Experiências múltiplas, no patrimônio genético dos nossos antepassados, coordenadas por geneticistas siderais, foram modelando aquelas formas que deveriam persistir até os tempos atuais. A seleção natural se incumbiria de fazer desaparecer as formas primitivas inaptas. Ou seja, uma mistura de Mutacionismo, Design Inteligente e Darwinismo. Interessante.
 
Emmanuel volta a dizer:
"Extraordinárias experiências foram realizadas pelos mensageiros do invisível. As pesquisas recentes da ciência sobre o tipo de Neanderthal, reconhecendo nele uma espécie de homem bestializado e outras descobertas interessantes da Paleontologia, quanto ao homem fóssil, são um atestado dos experimentos biológicos a que procederam os prepostos de Jesus, até fixarem no primata as características aproximadas do homem futuro. Os séculos correram o seu velário de experiências penosas sobre a fronte dessa criatura de braços alongados e de pelos densos, até que um dia as hostes do invisível, operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual pré-existente, dos homens primitivos, nas regiões siderais e em certos intervalos de suas reencarnações. Surgem os primeiros selvagens de compleição melhorada, tendendo à elegância dos tempos do porvir".

A evolução espiritual

Quanto à origem dos Espíritos, quase nada se sabe. Allan Kardec diz: "Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. Na opinião de alguns filósofos espiritualistas, o princípio inteligente, distinto do princípio material, se individualiza e elabora, passando pelos diversos graus da animalidade. É aí que a alma se ensaia para a vida e desenvolve, pelo exercício, suas primeiras faculdades. Esse seria, por assim dizer, o período de incubação. Haveria assim filiação espiritual do animal para o homem, como há filiação corporal."
 
Hoje não resta mais dúvida de que os Espíritos, em sua longa trajetória, têm percorrido os diversos reinos da natureza.

O pensamento de Léon Denis, de que "a alma dorme na pedra, sonha na planta, move-se no animal e desperta no homem", está plenamente incorporado ao corpo doutrinário do Espiritismo.

André Luiz, no livro "Mecanismos da Mediunidade" explica que "Temos, hoje, o Espírito por viajante do Cosmo, respirando em diversas faixas de evolução, condicionados nas suas percepções, à escala do progresso que já alcançou".
E que tal progresso, estampado no campo mental de cada alma, vai ser condicionado por duas variantes: "o tempo de evolução, ou seja, aquilo que a vida já lhe deu, e o tempo de esforço pessoal na construção do destino, ou seja, aquilo que ele próprio já deu à vida".

No livro "No mundo Maior", André Luiz completa o seu pensamento: "Não somos criações milagrosas, destinadas ao adorno de um paraíso de papelão. Somos filhos de Deus e herdeiros dos séculos, conquistando valores, de experiência em experiência, de milênio a milênio".
 
Assim, no reino mineral, o princípio espiritual refletiria a sua presença nas manifestações das forças de atração e coesão com que as moléculas se ajuntam em característicos sistemas cristalográficos.
 
No reino vegetal, mostraria maiores aquisições pelo fenômeno de sensibilidade celular. No reino animal, o princípio inteligente somaria novas aquisições refletidas nos instintos.
 
No reino hominal, todo esse cabedal de experiências estaria ampliado pelos novos lastros da concientização, a carregar consigo, raciocínio, afetividade, responsabilidade e outras tantas condições que caracterizam esta fase.

Princípio Inteligente
 
Mineral - atração
Vegetal - sensação
Animal - instinto
Hominal - razão
 
Reino Mineral
 
Acredita-se que antes de unir-se ao elemento material primitivo do planeta, (o "protoplasma", na expressão de Emmanuel), dando início a vida no orbe, o princípio inteligente encontrava-se nos cristais, completando seu estágio de individualização em longuíssimo processo de auto-fixação, ensaiando, aos poucos, os primeiros movimentos internos de organização e crescimento volumétrico.
 
Até hoje constitui fato pouco explicado pela ciência acadêmica, de determinadas substâncias arranjarem-se sob a forma de cristais perfeitamente arrumados segundo linhas geométricas definidas, o que não deixa de ser uma organização, ainda que não um organismo.

"O cristal é quase um ser vivente", disse Gabriel Delanne. Naturalmente que não iremos pensar numa inteligência própria da matéria. Todavia, o cientista Jean Emille Charon declarou que "o comportamento das partículas interatômicas revela vida incipiente".

Reino Vegetal e Animal
 
Após adquirir a capacidade de aglutinar os diversos elementos da matéria em sua peregrinação pelos minerais, o princípio espiritual vai iniciar outra etapa de sua longa carreira evolutiva. Identifica-se com os vírus, logo a seguir com as bactérias rudimentares, as algas unicelulares e, sucedendo-as, com as algas pluricelulares. O princípio inteligente passa então a vivenciar as experiências nos vegetais mais complexos, melhor estruturados, onde ele vai adquirir a capacidade de reagir direta ou indiretamente a qualquer mudança exterior (irritabilidade) e depois a faculdade de sentir, captar e registrar as alterações do meio que o cerca (sensação) - conquistas do princípio espiritual em seu percurso pelo reino vegetal.
 
Mais tarde, assinala-se o ingresso da "energia pensante", no reino animal. O princípio inteligente vai desdobrar-se entre os espongiários, os celenterados, os equinodermos e crustáceos, anfíbios, répteis, os peixes e as aves, até chegar aos mamíferos. Neste imenso percurso, o elemento espiritual estará enriquecendo a sua estrutura energética, aprimorando o seu psiquismo rudimentar e assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, da auto-preservação, enfim, dos diversos instintos, preparando-se para a sublime conquista da razão.

Afirma-se que a conquista maior do princípio inteligente em sua passagem pelos animais foi o instinto.
 
Denomina-se instinto às formas de comportamento dos organismos que não são adquiridas durante a vida, mas herdadas. São impulsos naturais involuntários pelo qual os seres executam certos atos de forma mecânica, sem conhecer o fim ou o porquê desses atos (como o gato enterrar suas fezes e urina, ou certos pássaros fazerem seus ninhos de certa forma).
 
No entanto, em muitos animais, especialmente nos animais superiores (macaco, cão, gato, cavalo, muar e o elefante), já identifica-se uma inteligência rudimentar. Além dos atos instintivos, observa-se, às vezes, atitudes que demandam certo grau de perspicácia e lucidez. Seria uma forma primitiva de inteligência relacionada apenas a coisas que importam à auto-preservação do animal.
 
André Luiz diz que nos animais superiores observa-se um pensamento descontínuo e fragmentário, a partir do qual vai desenvolver-se o pensamento contínuo do reino honimal.

Conquistas do Princípio Inteligente


Atração: capacidade de aglutinar os elementos da matéria;
Sensação: faculdade de reagir aos estímulos do meio;
Instinto: atitudes espontâneas, involuntárias, reflexas, características da espécie;
Razão: consciência que o indivíduo tem de si mesmo e do meio que o cerca.

Reino Hominal

Afirma André Luiz que, para alcançar a idade da razão, com o título de homem, dotado de raciocínio e discernimento, o ser automatizado em seus impulsos, no caminho para o reino angélico, despendeu nada menos que um bilhão e meio de anos.
 
Com a conquista da razão, aparece o raciocínio, a lucidez, o livre-arbítrio e o pensamento contínuo. Até então, o progresso tinha uma orientação centrípeta, ou seja, de fora para dentro; o ser crescia pela força das coisas, já que não tinha consciência de sua realidade, nem tampouco liberdade de escolha. Ao entrar no reino hominal, o princípio inteligente - agora sim, Espírito - está apto a dirigir a sua vida, a conquistar os seus valores pelo esforço próprio, a iniciar uma evolução de orientação centrífuga (de dentro para fora).
 
Mas a conquista da inteligência é apenas o primeiro passo que o Espírito vai dar em sua estadia no reino hominal. Ele deverá agora iniciar-se na valorosa luta para conquistar os valores superiores da alma: a responsabilidade, a sensibilidade, a sublimação das emoções, enfim, todos os condicionamentos que permitirão ao Espírito alçar-se à comunidade dos Seres Angélicos.

Observação
 
1.Os espíritos humanos, não transitam, por evolução, dos animais para os homens. Podemos ter instintos animalescos, primitivos, mas nos reinos há distinção. Kardec examina isso no capítulo XI do L.E. e os espíritos respondem na Pergunta 591 “…nesses mundos superiores os animais são sempre animais e os homens sempre homens”, isto é: mesmo nos reino superiores, animais serão animais. E seguem-se explicações até a Pergunta 610, consubstanciando a distinção. Não confundamos. O princípio espiritual estagia nos reinos inferiores, mas só se individualiza no reino hominal.
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Veja mais detalhes nas Obras Abaixo:

Evolução em Dois Mundos - André Luiz/Chico Xavier e Waldo Vieira
No Mundo Maior - Cap. IV - André Luiz/Chico Xavier
Mecanismos da Mediunidade - André Luiz/Chico Xavier
Morte Vida Renascimento - Hernani Guimarães Andrade
Impulsos Criativos da Evolução - Jorge Andréa
A Caminho da Luz - Emmanuel/Chico Xavier
Evolução Anímica - Gabriel Delanne
 
Fonte: http://conexaoamado.blogspot.com

Algumas dessas obras você pode conferir em nosso Acervo Virtual.

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Beijos e abraços.

sexta-feira, 18 de março de 2011

O exemplo de Dona Cacilda

Dona Cacilda é uma senhora de 92 anos, miúda, e tão elegante, que todo o dia às 8 da manhã já está toda vestida, bem penteada e discretamente maquiada, apesar de sua pouca visão.
 
E hoje ela se mudou para uma casa de repouso: o marido, com quem ela viveu 70 anos, morreu recentemente, e não havia outra solução.
 
Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando a atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.
 
Enquanto ela manobrava o andador em direção ao elevador, eu dei uma descrição do seu minúsculo quartinho, inclusive das cortinas floridas que enfeitavam a janela.
 
Ela me interrompeu com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.
 
- Ah, eu adoro essas cortinas...
 
- Dona Cacilda, a senhora ainda nem viu seu quarto... Espera mais um pouco...
 
- Isso não tem nada a ver, ela respondeu, felicidade é algo que você decide por princípio. Se eu vou gostar ou não do meu quarto, não depende de como a mobília vai estar arrumada... vai depender de como eu preparo minha expectativa.
 
- E eu já decidi que vou adorar, continuo. É uma decisão que tomo todo dia quando acordo.
 
- Sabe, eu posso passar o dia inteiro na cama, contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem... Ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem.
 
- Simples assim? - perguntou a enfermeira. Nem tanto; isso é para quem tem auto-controle e exigiu de mim um certo "treino" pelos anos a fora, mas é bom saber que ainda posso dirigir meus pensamentos e escolher, em consequência, os sentimentos.
 
Calmamente ela continuou:
 
- Cada dia é um presente, e enquanto meus olhos se abrirem, vou focalizar o novo dia, mas também as lembranças alegres que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: você só retira aquilo que guardou.
 
- ... Então, meu conselho para você é depositar um monte de alegrias e felicidades na sua Conta de Lembranças. E aliás, obrigada por este seu depósito no meu Banco de Lembranças.
 
- Como você vê, eu ainda continuo depositando e acredito que, por mais complexa que seja a vida, sábio é  quem a simplifica".
 
Depois me pediu para anotar:
 
*Receita da Dona Cacilda para se manter jovem:
 
1. Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência.
Isso inclui idade, peso e altura. Deixe o médico se preocupar com eles. Para isso ele é pago.
 
2. Frequente, de preferência, seus amigos alegres.Os "baixo-astral" puxam você para baixo.
 
3. Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado. Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
 
4. Curta coisas simples.
 
5. Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego; ria para você mesmo no espelho, ao acordar e que o sorriso seja sua última 'atitude' antes de dormir.
 
6. Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO enquanto você viver e seja uma boa companhia para si mesmo.
 
7. Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser família, animais, lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio, sua mente seu paraíso.
 
8. Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a da maneira mais simples: caminhe, sorria, beba água, ore, veja comédias, leia piadas ou histórias de aventuras, romances e comédias. Se está abaixo desse nível e não consegue fazer nada por si mesmo, peça ajuda.
 
9. Não faça viagens de culpas. Viaje para o shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, a calda de cometa, imagine os mais diversos objetos formados pelas nuvens no céu, mas evite as viagens ao passado, pois você pode ficar retido na estação errada.

Escolha as lembranças que quer ter; não se deixe dominar por elas ou perderá o direito à escolha.
 
10. Diga a quem você ama, que você realmente o ama, e diga isso em todas as oportunidades, através do olhar, do toque, das palavras, das ações diárias e do carinho.

Seja feliz com seu próprio sentimento e não exija retribuição; você terá, de graça, o que o outro sentir; nada mais, nada menos.
 
E LEMBRE-SE SEMPRE QUE:

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego...de tanto amor... de tanto rir ...  de surpresa, de êxtase, de felicidade...
 
"O que de nós vale a pena se não tocarmos o coração das pessoas?"
"O mundo é de quem se atreve"
 
Um ótimo a todos!
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Beijos e abraços.

terça-feira, 15 de março de 2011

Peça: Obsessão, um espírito me persegue!

Saudações Amigos!

Sim! A peça Obsessão, um espírito me persegue continua em cartaz! Mas em outro local. Confira:



Peça baseada no Samba-de-Breque “Obsessão" (de Gilberto Andreotti) da Banda “Bolinho de Carne com Berinjela”.

Texto produzido por um dos integrantes do conjunto e também compositor, Sergio Sachi.

Elenco:Samuka Anuragi,Eber Rodrigues,Lilian Luchesi,Thiago Faria,Gilson Faria,Pamela Paz.

Produção Nusical: Valdir Alves

Figurino: Márcia Franco

Direção Musical e Produção Executiva: Sérgio Sachi

Projeto Gráfico: João Travesso

PREÇOS ESPECIAIS NOS INGRESSOS, DE R$ 40,00 para R$ 15,00.
Não perca esta festa!!!

TEMPORADA
LOCAL: Teatro "Santo Agostinho" - São Paulo/ SP
INICIO: 19/03/2011- 16:00 hs.
ENDEREÇO: Rua Apeninos, 118- Liberdade
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Eu recomendo! É muito bom!

Beijos e abraços.

domingo, 13 de março de 2011

Vampirismo

Por :: Osvaldo Shimoda ::

Os casos de pessoas dependentes, excessivamente tímidas, desanimadas, inaptas para a vida normal, essas que se diz ‘passaram pela vida, mas não viveram’, são tipicamente casos de parasitismo ou vampirismo.

Herculano Pires

No imaginário popular, o vampiro, personificado no cinema pelo conde Drácula, sai de seu caixão à noite para sugar o sangue de suas vítimas, transformando-se em morcego. E de dia, volta a dormir no caixão, pois detesta a luz do sol.

Apesar da mídia explorar bem essa figura lendária, no plano real, no nosso cotidiano, os vampiros na verdade encontram-se bem próximos de nós, causando os mais diversos problemas.

Eles não sugam sangue humano, mas sua energia. Por isso, sal grosso, alho, crucifixo, estaca, água-benta, são recursos inócuos para combatê-los.

Em verdade, a vampirização de energia é um fenômeno muito mais comum do que muitos possam imaginar. Ela pode ocorrer do desencarnado para o encarnado ou mesmo entre os encarnados, ocasionando as chamadas obsessões (popularmente conhecidas como encostos).

É, sem dúvida alguma, uma relação parasitária, simbiótica, onde o vampiro acopla-se no campo áurico do vampirizado, sugando-lhe toda a sua energia e vitalidade.

Em certa ocasião, uma paciente veio ao meu consultório -após passar por vários profissionais-, porque não conseguia se curar de uma doença que a acompanhava há anos: a Síndrome da Fadiga Crônica, que é uma doença controversa e de difícil explicação pela medicina oficial (a grande maioria da classe médica não considera a existência da causa espiritual na gênese das doenças); por este motivo, ela ainda não conseguiu estabelecer suas causas e, em vista disso, o diagnóstico é difícil de ser feito e o seu tratamento é pouco efetivo.

Os sintomas mais freqüentes dessa doença são: dificuldade de concentração e memória fraca; dores musculares; dores de cabeça; dificuldade de dormir e, após qualquer esforço físico e mental, o paciente se sente exausto, extenuado.

No caso dessa paciente, além da desvitalização e da exaustão física, que a incomodavam muito, apresentava também fotofobia (aversão à luz), que a obrigava a andar com óculos escuros, pois a claridade solar machucava a sua vista.

Ao regredir, viu um vulto escuro que se identificou como sendo o seu falecido pai (ele era um dos tripulantes do avião da TAM, que há 15 anos, ao decolar do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, sofreu uma pane e veio a cair nas imediações).

Ao conversarmos com o pai, percebemos que ele não tinha consciência de que havia morrido nesse acidente. Não tinha consciência também de que estava vampirizando a energia de sua filha, causando sua fadiga crônica e, sem saber, deixando-a desvitalizada, exaurida. E o sintoma de fotofobia que ela sentia era causado pelas emanações do ambiente escuro, das trevas, onde o pai habitava.

Ao lhe informar que não pertencia mais ao mundo dos vivos, dos encarnados, e que sua presença constante junto à filha a estava prejudicando, ele, chorando, pediu perdão, pois não sabia disso. Aceitou ajuda dos dois seres amparadores de luz que o levaram para uma Luz Maior. Após sua ida para a Luz, a paciente recuperou sua vitalidade, não sentindo mais aquela exaustão que a deixava bastante debilitada, bem como a aversão à luz, que a incomodava muito.

Este caso bem sucedido que ilustrei como exemplo de um vampirismo de energia de um desencarnado para um encarnado, pode ocorrer também (e com muita freqüência) entre os encarnados. Ou seja, esse tipo de vampirismo ocorre –na maioria das vezes de forma inconsciente–, tanto com os entes queridos (cônjuge, pai, mãe, irmãos, parentes), bem como com os amigos, colegas de trabalho, chefes, clientes, ou mesmo com pessoas estranhas e com os profissionais de cura (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas etc.), que desenvolvem um trabalho que exige um dispêndio grande de energia.

Esses profissionais estão mais vulneráveis ao vampirismo, à perda de energia, onde os pacientes -consciente ou inconscientemente-, retiram deles a energia que necessitam.

Caso Clínico: Vampirismo

Veio ao meu consultório uma mulher de 37 anos, que assim me relatou:

Não tenho vontade de fazer nada, Dr. Osvaldo; tenho muitas idéias, penso em colocá-las em prática, mas não consigo. Eu me formei a duras penas, ou seja, até o 9º semestre da Faculdade de direito, era a melhor aluna, nunca tinha ficado de exame; porém, no último semestre quase fui reprovada em uma matéria.

Nunca passei no exame da OAB (Ordem dos Advogados); no entanto, faço os testes que esses sites de concursos têm para avaliar o conhecimento dos candidatos, e eu acerto quase tudo. Mas, quando presto os exames, das 100 questões, acerto só 30.

No âmbito pessoal, tenho um marido e um filho, mas não temos uma casa própria, apesar de termos uma boa condição financeira; porém, como é só o meu marido que trabalha, eu me sinto uma fracassada. Hoje ele mora em um local e eu em outro -não me pergunte o porquê-, pois não saberia responder.

A gente brigava muito quando estávamos juntos, e esse distanciamento melhorou o nosso relacionamento. Não me dou bem com a minha família e ele também não se dá bem com a dele e vivemos em uma situação que não muda: ele tem sua profissão, trabalha, mas eu não tenho forças pra nada. Até começo algumas coisas, mas nunca termino nada do que me proponho a fazer.

Sabe doutor, não tenho prazer em nada e isso vale para todos os aspectos de minha vida...

Ao passar pelas sessões de regressão, nas duas sessões, a paciente só via sombras e uma faixa de luz que saia dela para outro lugar, mas que ela não conseguia identificar o que era.

Na 3ª sessão (última), ela viu um ser espiritual, um vulto escuro, e uma faixa de luz que saia dela em direção a esse ser.

- Peça para esse ser espiritual se identificar – pedi à paciente.
Ele diz que viveu comigo na vida anterior à atual, e que foi meu marido, mas nos separamos. Fala que não vai me deixar nunca, jamais!

- Pergunte-lhe como você pode ajudá-lo?
Ele disse que não precisa de ajuda, que vai esperar por mim assim que eu desencarnar.

- Qual o motivo dele estar aqui no consultório?
Diz que vive da minha energia, que ele só está aqui porque suga toda a minha vitalidade, e que é ele que impede que eu faça as coisas.

- Por que ele faz isso?
“Porque só assim serei dele de novo. Diz ainda que faz com que eu não tenha vontade de sair de casa porque me quer só para ele... Ele é obcecado por mim! (pausa).

Dr. Osvaldo, agora está vindo uma luz dourada que nos envolve... Essa luz restabelece minhas forças e corta a conexão com este ser que suga minha energia. Essa luz se identifica como minha mentora espiritual... Fala que preciso também me ajudar, não deixando que esse ser atrapalhe a minha vida, sendo forte. Ela diz que se eu sentir vontade de ficar na cama, preciso reagir, tenho que me levantar, mesmo contra a minha vontade; preciso fazer a minha parte.

A minha mentora espiritual diz ainda que preciso pedir perdão para esse ser, e que ele também precisa me perdoar, pois tivemos uma relação muito conturbada nessa vida passada, como marido e mulher. Ela diz que houve a separação porque tudo o que tínhamos que aprender naquela existência passada ocorreu, mas ele não aceitou. (pausa).

Dr. Osvaldo, ele está escutando com muita atenção o que a minha mentora espiritual está dizendo... Eu sinto que ele quer ir embora, mas há também de minha parte a vontade que ele fique... Eu irei sentir a falta dele (paciente fala chorando muito). (pausa).

Estamos nos despedindo com o compromisso de um dia voltarmos a ser marido e mulher... Ele está indo embora... Olha para trás pra me ver pela última vez... Agora entrou numa luz forte”. (pausa).

- Como você está se sentindo? - Pergunto à paciente.

“Estou sentindo três coisas: a minha energia está de volta e há ainda tristeza por não tê-lo mais por perto. Mas também uma sensação de liberdade que eu desconhecia”.
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Osvaldo Shimoda é colaborador do Site, terapeuta, criador da Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), a Terapia do Mentor Espiritual - Abordagem psicológica e espiritual breve canalizada por ele através dos Espíritos Superiores do Astral. Ministra palestras e cursos de formação de terapeutas nessa abordagem. Ele atende em seu consultório em São Paulo. Fone: (11) 5078-9051, ou acesse seu Site. Email: osvaldo.shimoda@uol.com.br.
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Para estudo e conhecimento.

Beijos e abraços!

quinta-feira, 10 de março de 2011

UM DOS URGENTES DESAFIOS DOS ESPÍRITAS

Por Alkíndar de Oliveira

Eis um dos nossos urgentes desafios de espíritas no campo da divulgação: Como fazer para que católicos e protestantes brasileiros creiam e conheçam os mecanismos naturais da reencarnação e da mediunidade?

Se visualizarmos o dia em que nossos diletos irmãos católicos e protestantes abraçarem e conhecerem profundamente estes naturais fenômenos, teremos outro mundo. Pois, por exemplo, por não compreenderem profundamente o processo mediúnico, muitos dos nossos irmãos protestantes enxergam nestas manifestações a presença de “demônios”, inimigos de Deus. Quando na realidade são amados filhos de Deus. Temporariamente equivocados em suas ações, mas amados filhos de Deus.

Mas, para respondermos a este desafio de divulgar de forma adequada os temas reencarnação e mediunidade, nós espíritas precisamos primeiramente começar a enxergar o Espiritismo como Filosofia e Ciência, com consequência religiosa. Pois, por abraçarmos equivocadamente o tripé Filosofia-Ciência-Religião, o Espiritismo passou a ser mais uma religião. Com este proceder desenvolvemos em nosso meio a religiosidade fácil, o que faz – sem medo de errar – que 80% dos Centros Espíritas comportem-se como Igrejas. Fato este que está impedindo que trabalhemos com empenho para que os conceitos e os princípios espíritas passem a ser vistos como substratos ou base de todas as religiões, como queria “e quer” Allan Kardec.

Sabemos que no futuro as pessoas não deixarão de ser católicas ou protestantes ou adeptas de outras religiões, mas, com o conhecimento da Filosofia e da Ciência Espírita, irão acrescentar à sua crença a realidade da mediunidade natural, das vidas sucessivas e da pluralidade dos mundos habitados.

Divulgar o Espiritismo de forma eficiente e eficaz, isto é, respeitando as religiões em geral, é a solução para o grande desafio deste momento.

Uma auspiciosa notícia é a de que, no ano de 2008, a FEB, Federação Espírita Brasileira, iniciou a elaboração de um audacioso projeto para divulgar o Espiritismo em nosso país. Com isto podemos dizer: a FEB já deu o primeiro passo, que foi decidir por um projeto de divulgação do Espiritismo. O segundo passo será a ação firme e corajosa da FEB, que tem as pessoas certas para comandar este processo. Mas precisamos tomar muito cuidado para não mais cometermos o erro de, nas divulgações espíritas, inserirmos frases  como “A única doutrina que dá respostas a todas as suas dúvidas.” ou “Espiritismo, a terceira revelação.” Expressões estas que “enchem os nossos olhos” de espíritas, mas afastam os não-espíritas, pela prepotência presente.

Será preciso contratar especialistas em divulgação ou publicidade. Não se assuste. O termo publicidade foi utilizado por Kardec. Relembremo-nos de sua fala: “Uma publicidade numa larga escala, feita nos jornais mais divulgados, levaria ao mundo inteiro, e até aos lugares mais recuados, o conhecimento das idéias espíritas, faria nascer o desejo de aprofundá-los, e, multiplicando os adeptos, imporia silêncio aos detratores que logo deveriam ceder diante do ascendente da opinião” – Obras Póstumas, “Projeto 1868”.

Bezerra de Menezes agiu em sintonia com o plano de Kardec: nos fins do século XIX ele teve uma coluna espírita semanal durante mais de uma década no jornal (não-espírita) de maior circulação do país, O País. Agora, felizmente, estamos abrindo os olhos para esta necessidade: divulgar por meio de publicidade o Espiritismo, isto é, divulgar os princípios espíritas, como reencarnação, comunicabilidade com os espíritos, pluralidade dos mundos habitados, etc.

Tão importante quanto colocar o Espiritismo em evidência, é principalmente divulgar a realidade científica da reencarnação. Imaginemos, um dia, o telespectador ver na tela da sua TV uma publicidade enfocando o tema reencarnação, de forma extremamente didática, e sustentada nas pesquisas científicas já existentes.

Por que não transformarmos este sonho em realidade?
Um parêntese: é fato que a maioria dos brasileiros acredita na realidade da reencarnação, mas esta maioria não faz reflexões sobre as consequências éticas e morais deste conhecimento. Pois se fizéssemos reflexões, não seriam necessárias campanhas contra o aborto, pois a futura mãe saberia que mesmo antes da concepção o espírito do seu filho já estaria circundando-a!


Pesquisa da extinta TV Manchete constatou o que acima menciono: a maioria dos brasileiros acredita na reencarnação. Vejo esta informação como a mais pura realidade, pois, reflitamos: será que a Rede Globo, que está à frente da TV com maior audiência do país, iria levar ao ar novelas com teor reencarnacionista se este tema desagradasse seu público?

O foco não pode ser divulgar a reencarnação simplesmente, mas, principalmente as consequências desta crença. Pois, não basta crer na lógica reencarnacionista, é preciso que conheçamos os princípios que a norteiam para que a responsabilidade esteja presente em nossas ações.

Voltando ao tema pesquisa. Onde estão estas pesquisas científicas sobre reencarnação? Elas existem em profusão principalmente nos Estados Unidos. Pois se o Brasil é o coração do mundo, os Estados Unidos são o cérebro. E lembremo-nos: foi lá, com as pancadas nas mesas, que tudo começou!!! Para lá devemos voltar! Neste especial momento, o movimento espírita brasileiro precisa conhecer as sérias pesquisas norte-americanas sobre o tema reencarnação.

O comentário dos parágrafos anteriores pode induzir-nos à seguinte  indagação: por que utilizarmo-nos de pesquisas científicas para divulgar os princípios espíritas? Kardec dá a resposta a esta indagação: “Os meios de convencer variam extremamente conforme os indivíduos. O que persuade a uns nada produz em outros; este se convenceu observando algumas manifestações materiais, aquele por efeito de comunicações inteligentes, o maior número pelo raciocínio.” – O Livro dos Médiuns, cap. III (Do Método). Claramente Kardec nos diz que a opção mais apropriada para convencer o maior número de pessoas sobre os princípios espíritas, é dar-lhe condição de raciocinar sobre o tema.



Alguém poderia comentar, mas o raciocínio está presente tanto na filosofia quanto na ciência! E isto é fato, no entanto vejo que a ciência presente nas pesquisas científicas é muito mais apropriada para quebras de paradigmas, pois elas não se baseiam em deduções que variam de grupo a grupo, mas, sim, em fatos incontestáveis. A filosofia entra num segundo momento, onde o diálogo passa a ser a melhor ferramenta.  

No início deste artigo escrevi: “Eis o nosso urgente desafio de espíritas: como fazer para que católicos e protestantes brasileiros creiam e conheçam os mecanismos naturais da reencarnação e da mediunidade?” A seguir, através de respostas a algumas perguntas, explico melhor o porquê desta forma de direcionar este artigo.

a) Por que incluir neste trabalho de divulgação apenas católicos e protestantes?
Por questão de foco prático. Estes grupos representam a maioria da população brasileira. Uma vez a maioria sendo persuadida, os grupos complementares serão mais fáceis de trabalhar.

b) Por que trabalhar a divulgação principalmente com os brasileiros?
Considerando que a literatura espírita nos esclarece que o Brasil é o coração do mundo e a pátria do Evangelho, cabe-nos fazer com que este sonho torne-se realidade. Isto é, é preciso que de fato sejamos o coração do mundo e a pátria do Evangelho, pois, quando merecermos esta denominação, os demais países terão onde se espelhar.


Não obstante priorizando a divulgação em nosso país, é essencial que continuemos e ampliemos a divulgação espírita nos outros países, pois esta abençoada semente necessita ser lançada em todos os cantos, para que no tempo certo ela possa desabrochar.

c) Por que neste trabalho de divulgação incluir apenas os temas reencarnação e mediunidade?
Também por questão de foco prático. Estes dois temas têm relação direta com pluralidade das existências e a comunicabilidade com os espíritos, os quais – por sua vez - são temas subjacentes aos princípios relacionados com a existência e sobrevivência da alma, a existência de Deus e a pluralidade dos mundos habitados. Trabalhando a divulgação destes dois temas, os demais virão de roldão.

d) Por que a urgência em começar este tipo de divulgação?
 
A questão é que por termos falhados na divulgação do Espiritismo (falamos muito para nós mesmos, somos tímidos) hoje caminha a passos largos o culto ao Bezerro de Ouro. Haja vista que a expressão religiosa que vertiginosamente mais cresce em nosso país, é composta de pastores cujas pregações não correspondem aos preceitos da essência evangélica, apesar deles se autodenominarem pastores “evangélicos”.

Neste determinado grupo evangélico as orações dirigidas aos fiéis são condicionadas aos pagamentos de boletos bancários. Isto é, o seguidor dessa doutrina tem seu nome inscrito na relação de beneficiários das orações, somente se estiver com sua contribuição financeira quitada. Estes “pastores” confundem a riqueza espiritual que Jesus nos induz, com a riqueza material, que, diga-se de passagem, não é um mal em si. Mas, da forma que divulgam e persuadem, a riqueza material está passando – para estes pastores e seus seguidores - a ser um “fim”  e não um “meio”.


Atenção: É preciso que fique bem claro que a maioria das religiões denominadas evangélicas é séria e trabalha com dedicação e amor exemplares. No caso que citei, refiro-me a uma delas em particular, por todos nós bem conhecida.


A urgência da eficaz divulgação:

A boa lógica leva-nos a concluir que nossa missão vai além do que hoje estamos fazendo. Precisamos começar uma verdadeira cruzada a favor da divulgação de nossa Doutrina, especialmente em relação aos temas reencarnação e mediunidade. O culto ao Bezerro de Ouro precisa ser combatido com todas as forças.

Cruzada? Combater o culto ao Bezerro de Ouro?

Não nos assustemos com a palavra “cruzada” e a frase “combater o culto ao bezerro de ouro”, estas citações não são minhas. Elas são transcrições do nosso guia de vida, o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo. Nele, disse o espírito Erasto: “(...) parti em cruzada contra a injustiça e a maldade. Ide e aniquilai esse culto ao bezerro de ouro, que se expande dia após dia. Ide, Deus voz conduz!” (ESO-cap.XX, item 4)

Talvez pensemos: “Será que essas novas atitudes não implicariam em pisarmos em terreno perigoso?” Reflitamos, Jesus e Kardec, não pisaram  em terrenos perigosos? Se Jesus e Kardec foram audaciosos, pisando em terreno “minado”, sendo maltratados, criticados e ultrajados, por que nós espíritas devemos, tranquilos, continuar sendo levados ao sabor do vento calmo?

Trabalhando na divulgação espírita por amor à causa, certamente passaremos por momentos de dificuldades. Mas, lembremo-nos da proteção divina sempre presente, conscientes e crentes de que “só os lobos caem nas armadilhas para lobos e o bom pastor saberá proteger suas ovelhas”.

Concluindo

Tendo em vista o especial momento em passa o nosso Planeta, é importante que nossos belos discursos de espíritas transformem-se em práticas. E para que isto ocorra torna-se urgente formar entre nós – espíritas - Grupos Afetivos fruto da ação dos Grupos de Diálogo, ou algo semelhante, para trabalharmos a favor da divulgação e vivência da abençoada causa espírita. Minha sugestão é a de que cada grupo tenha de quatro a seis participantes, pois grupos pequenos facilitam o exercício do verdadeiro diálogo, e assim, decisões são bem mais rápidas.

No assunto específico deste artigo, a proposta é que estes Grupos de Diálogo, ou algo semelhante, encontrem respostas à mencionada questão básica: Como fazer para que católicos e protestantes brasileiros creiam e conheçam os mecanismos naturais da reencarnação e da mediunidade?

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Currículo do autor: Alkindar de Oliveira, Palestrante, Escritor e Consultor de Empresas radicado em São Paulo-SP, profere palestras e ministra treinamentos comportamentais em todo o Brasil.

Suas teses e artigos estão expostos em renomados veículos de comunicação, como: as revistas Você S/A e Bons Fluidos, da Editora Abril; revista Pequenas Empresas Grandes Negócios, Editora Globo; revista “Venda Mais”, Editora Quantum; e os jornais Valor Econômico, O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil, etc.

Seus livros podem ser adquiridos pelo site www.editoratruffa.com.br

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Para refletir e agir.


Beijos e abraços.

terça-feira, 8 de março de 2011

Vale a reflexão...

Por EMMANUEL
Justo lembrar: a voz humana está carregada de vibrações.

Esforça-te por evitar os gritos intempestivos e inoportunos.

Uma exclamação tonitruante equivale a uma pedrada mental.

Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faze-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.

Os nervos dos outros são iguais aos teus: Desequilibram-se facilmente.

Discussão sem proveito é desperdício de forças.

Não te digas sofrendo esgotamento e fadiga para poder lançar frases tempestuosas e ofensivas;

Aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.

Se te sentes à beira da irritação estás doente e o doente exige remédio.

Barulho verbal apenas complica.

Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro.
 
(Do livro "Calma", psicografado por Chico Xavier)

sábado, 5 de março de 2011

Vós sois deuses

Por Leonardo Pereira

Vós sois deuses” (João 10:34) é uma afirmativa de Jesus muito utilizada no meio espírita, para gerar motivação e esperança. É acompanhada, em geral, do complemento “podem fazer o que eu faço e muito mais...” (João 14:12). (Neste artigo usamos a tradicional tradução de João Ferreira de Almeida corrigida e revisada).

Por ser de uso corrente, principalmente entre os oradores, consideramos que sua análise deve partir, primordialmente, do contexto original no qual Jesus a formulou, a saber: “Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.” (Salmo 82:6).

Reproduzamos, então, o que anotou o apóstolo João em seu Evangelho (10:23-38):

"E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão. Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente. Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim. Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.

Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Respondeu-lhes Jesus: "Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais?

Os judeus responderam, dizendo-lhe: "Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo".Respondeu-lhes Jesus: "Não está escrito na vossa lei: “Eu disse: Sois deuses?” Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida (e a Escritura não pode ser anulada), Àquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele.

Observe que nessa passagem Jesus “cita” a lei já existente, ou seja, o Salmo 82:6; não faz nenhuma afirmativa, nem a anula. Usa a própria Lei Judaica para calar a boca da turba, pois a lei referia-se a homens comuns ─ embora homens de autoridade e prestígio (juízes) ─ muitas vezes, citados pela tradição judaica como “deuses". Vale salientar que a afirmação é do Salmista do Antigo Testamento, e não de Jesus, que a utilizou somente para demonstrar a contradição de seus perseguidores, ao acusá-lo de blasfemo. Depois de tudo isso, todos se vão, indo também Jesus rumo ao rio Jordão...

***

Quanto ao complemento da frase de Jesus, citada no início do nosso texto: “Podem fazer o que eu faço e ainda muito mais”, observemos que esta remete à sentença original: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas...” (João 14:12).

Ambas as formas, por sua vez, fazem parte de uma das mais ricas passagens do Mestre Nazareno, cuja essência demonstra estreita relação com os princípios básicos da Doutrina Espírita. Analisemos, pois, a partir do texto bíblico integralmente  - João 14:1-17:

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho. Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.
Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós."

Analisemos, então, o excelso ensinamento do Cristo:

Ao começar pedindo “credes em Deus, crede também em mim”, está em concordância com um princípio básico da Doutrina Espírita: a crença em Deus como “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” (1) ;

Em seguida, maravilhando os que O cercavam, ao dizer “Na casa de meu Pai há muitas moradas” também acorda com outro princípio básico da 3ª Revelação: a existência de “diferentes categorias de mundos habitados” (2) . Continuando com o roteiro seguro para a felicidade, assevera “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

Mais adiante, respondendo a Felipe que O interpelara rogando para que lhe mostrasse o Pai, o Rabino da Galileia, com exímio raciocínio lógico, leciona acerca da fé raciocinada (princípio basilar espírita):

"Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras."

É justamente nesse contexto que o Meigo Carpinteiro se utiliza da frase: “[...] Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas [...].

Finalmente, a maior correspondência doutrinária se dá quando, na excelsa passagem bíblica, o Mestre promete: “[...] eu rogarei ao Pai e ele vos dará outro Consolador para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.”. Assim, quando nos promete enviar um novo Consolador, ensina acerca da esperança, sobrevivência e retorno do espírito ao mundo corporal ─ princípios basilares do próprio Espiritismo.

Vale notar que o Cristo de Deus já nos trazia um Consolador: sua mensagem de amor e paz; suas lições de vida e felicidade; sua forma simples de dizer de nossas imperfeições e de nos apontar o caminho reto e seguro, pautados nas verdades eternas do 'amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo'. Logo, o Ser mais evoluído que pisara em nosso planeta, falava de Si mesmo e de Suas mensagens. Por outro lado, sabia, de antemão, que nós as esqueceríamos, motivo pelo qual faz sentido prometer um outro Consolador e rogar ao Pai enviar o Espírito da Verdade, que os apóstolos conheciam e estaria com eles.

E foi assim que aconteceu...

Transformados pela letra morta, ludibriados pelos poderes temporais dos sacerdócios em seu nome, movidos pela ambição e covardia, esquecemos as mensagens do Cristo. Deflagramos guerras santas, queimamos pessoas, destruímos ideias e ideais, levantamos falso testemunho, erigimos castelos de ouro e templos vazios - tudo em Seu nome, e Ele o sabia.

 “Vós sois Deuses”, disse o Mestre de Amor, mas à medida que seguirmos seu caminho: suportando nosso cadinho de dor, erigido nos dias de ontem (vivos, porém, na consciência de hoje), enviaria o Consolador, relembrando-nos de nossos compromissos perante a nossa consciência, perante Deus e perante os talentos desprezados nas sucessivas encarnações.

Este mesmo Consolador chega e fala-nos do Sublime Peregrino que exemplificou todas as Leis e os Profetas, dividindo a Historia em antes e depois d’Ele, vivificando o espírito da verdade de que tanto precisamos nos dias de hoje.

Sim, somos 'deuses', ou um templo divino!

E, para que o Reino de Deus se estabeleça em nós e seja compartilhado com o próximo, precisamos acreditar que isso, de fato, seja possível. Sem vaidade ou supervalorização, pois Deus não fere, não mata, não magoa, não rouba, não sofre, não se envaidece, nem é egoísta ─ “a Causa primária de todas as coisas” só pode ser Amor...

Salvemos, pois, o Consolador Prometido, que vivifica a letra e nos faz retomar a Fé com a Razão, que retira o véu dos textos apostólicos, transfigurando-os em frases iluminadas a nos banhar de conhecimento!
 
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Leonardo Pereira é orador espírita e um dos trabalhadores da 'Comunidade Espírita Jardim da Penha'.

1 – KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos: princípios da Doutrina Espírita. Tradução de Guillon Ribeiro. 67. ed. S.Paulo: FEB,/USE. 1985: Parte Primeira; Das Causas Primárias; Capítulo I; De Deus. pág. 51.

2 - KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro da 3ª francesa, revisada, corrigida e modificada pelo auto em 1866. 106. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1992.cap. III, pág. 71.

quarta-feira, 2 de março de 2011

1º Encontro de Jovens no Grupo Socorrista Bezerra de Menezes

Será realizado no dia 19/03 o primeiro Encontro de Jovens no Grupo Socorrista Bezerra de Menezes.
 
Local: Rua Cel Francisco Julio Cesar Alfieri,184 Jd Prudencia - Zona Sul - SP

Data: 19/03/2011 das 17h30 às 20h30
 


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Beijos e abraços.