por Dora Incontri
publicado em 11/10/2011 no site Pedagogia Espírita-ABPE
Chegou-me hoje por e-mail uma mensagem, recebida em Portugal, por médium que não conheço, atribuída a Chico Xavier. E pela primeira vez, pareceu-me que fosse dele mesmo.
O que já indica de imediato essa autoria é a justificativa por que estaria mandando essa mensagem em Portugal, pela isenção necessária – leia-se, o clima não idólatra, que só fora do Brasil poderia achar. Ou seja, só fora poderiam lhe dar crédito. Se aqui alguém publicar uma mensagem do Chico, dizendo que ele não foi perfeito, que não está sentado à direita de Jesus… está fadado quase a ser linchado. Pois aqui, ele é o santo obrigatório.
Oportuníssima, portanto, essa mensagem – que como todas as mensagens, por todos os médiuns (inclusive pelo próprio Chico, quando encarnado), passa por um filtro de linguagem e adaptação do médium – que é sempre uma subjetividade encarnada, traduzindo outra subjetividade desencarnada. Então, pode haver aqui e ali uma expressão que Chico não usaria. Mas, no geral, o tom está bastante à moda de Chico, sentimental, pacificador, amistoso.
É pena que Chico não possa se comunicar aos brasileiros como um ser humano, que foi, exposto a enganos e desenganos, com grandes qualidades, com belo trabalho, mas também sujeito – como ele diz aqui – a fraquezas e tentações. Pena que ele não possa achar amigos a quem se confidenciar, pois só encontra pessoas de joelhos, prontas a idolatrá-lo, a colocá-lo num altar, que ninguém deve ocupar, pois somos todos “almas em trajetória, rolando em direção ao sol da vida”.
Acredito que isso deva ser motivo de angústia e solidão para um Espírito – sentir-se colocado num pedestal sobre-humano, apartado do companheirismo dos outros, para ser mitificado. O mito se sente terrivelmente solitário, porque deixa de ser gente, para se tornar uma projeção ideal.
E, por fim, acredito que seja mesmo Chico, porque ele está falando publicamente o que deveria ter falado mil vezes em vida, mas não falou: de não ter sido reencarnação de Kardec. Por isso talvez se penitencie nessa mensagem e diga o quanto ama Kardec, pois não falar isso enquanto vivo pode ter sido quase uma traição ao mestre.
Esperemos que com esse precedente, Chico possa achar outros médiuns que tenham a coragem de deixá-lo falar como irmão, como gente, como pessoa humana e falível, amorosa e sincera.
Fica aqui a mensagem para reflexão de todos (deixo a grafia portuguesa):
“À família Espírita de todo o planeta terráqueo.
É a ti meu filho que abraçaste a causa Espírita que me dirijo.
Detentor de um enorme sentimento de amor, responsabilidade e desejo de avanço de todas as almas, aqui estou novamente comunicando-me convosco.
Espero que compreendam, os amados irmãos Brasileiros, da necessidade de me comunicar noutro país, pois, é a forma mais isenta e disponível que encontramos, neste frágil momento que atravessa o Espiritismo. Agradeço comovido a todos aqueles que me carregam no coração afectuoso, relembrando-me nas recordações felizes e chorando na saudade. Porém, não pretendo que me coloquem em lugar que não me pertence estar. Não sou santo, nem fui perfeito, apenas vossos olhos ainda limitados ao conhecimento e vossos corações afectos de ternura, para me atribuírem tais e tais predicados. Sou uma alma em trajectória rolando em direcção ao sol da vida. Firme no propósito de fazer o melhor e causar o melhor à Humanidade, porém, nem sempre estive imune às tentações e fraquezas e por isso me penitencio a todos os queridos corações.
Venho humildemente pedir-vos e principalmente aqueles que me acompanharam de mais perto na caminhada da vida, aos que me enxugaram as lágrimas, aos que me mataram a fome, aos que curaram minhas feridas, aos que ouviram minhas palavras e aos que leram por mim os escritos, se for lícito fazer-vos um último pedido, aqui deixo expresso o meu desejo:
Que todos os Espíritas, principalmente aqueles com maiores responsabilidades aos olhos do Mundo, se possam avistar num evento, visando a colocação de um ponto final em todas as desavenças e histórias infelizes, equívocos e sobretudo agrupamentos e partidos. Peço-vos a retirada da Internet de todos os escritos que possam causar divisões, sofrimentos, ódios, perturbações físicas ou espirituais e descrença. Por amor a Jesus eu me libertei de tudo que na Terra me causou mágoa e sofrimento, pois tudo se reverteu em rosas que colhi no porvir. A Kardec amo profundamente e agradeço a luz. Não o fui realmente.
A nossa abençoada Doutrina Espírita nos foi trazida da bendita Espiritualidade, não é Doutrina nem Religião nascida na Terra, é foco de luz que nos conduz à paz.
Meus extremosos e tão amados filhos, o meu coração vos remete este pedido, o qual vos ficarei devendo para todo o sempre,
Chico Xavier ”
O que já indica de imediato essa autoria é a justificativa por que estaria mandando essa mensagem em Portugal, pela isenção necessária – leia-se, o clima não idólatra, que só fora do Brasil poderia achar. Ou seja, só fora poderiam lhe dar crédito. Se aqui alguém publicar uma mensagem do Chico, dizendo que ele não foi perfeito, que não está sentado à direita de Jesus… está fadado quase a ser linchado. Pois aqui, ele é o santo obrigatório.
Oportuníssima, portanto, essa mensagem – que como todas as mensagens, por todos os médiuns (inclusive pelo próprio Chico, quando encarnado), passa por um filtro de linguagem e adaptação do médium – que é sempre uma subjetividade encarnada, traduzindo outra subjetividade desencarnada. Então, pode haver aqui e ali uma expressão que Chico não usaria. Mas, no geral, o tom está bastante à moda de Chico, sentimental, pacificador, amistoso.
É pena que Chico não possa se comunicar aos brasileiros como um ser humano, que foi, exposto a enganos e desenganos, com grandes qualidades, com belo trabalho, mas também sujeito – como ele diz aqui – a fraquezas e tentações. Pena que ele não possa achar amigos a quem se confidenciar, pois só encontra pessoas de joelhos, prontas a idolatrá-lo, a colocá-lo num altar, que ninguém deve ocupar, pois somos todos “almas em trajetória, rolando em direção ao sol da vida”.
Acredito que isso deva ser motivo de angústia e solidão para um Espírito – sentir-se colocado num pedestal sobre-humano, apartado do companheirismo dos outros, para ser mitificado. O mito se sente terrivelmente solitário, porque deixa de ser gente, para se tornar uma projeção ideal.
E, por fim, acredito que seja mesmo Chico, porque ele está falando publicamente o que deveria ter falado mil vezes em vida, mas não falou: de não ter sido reencarnação de Kardec. Por isso talvez se penitencie nessa mensagem e diga o quanto ama Kardec, pois não falar isso enquanto vivo pode ter sido quase uma traição ao mestre.
Esperemos que com esse precedente, Chico possa achar outros médiuns que tenham a coragem de deixá-lo falar como irmão, como gente, como pessoa humana e falível, amorosa e sincera.
Fica aqui a mensagem para reflexão de todos (deixo a grafia portuguesa):
“À família Espírita de todo o planeta terráqueo.
É a ti meu filho que abraçaste a causa Espírita que me dirijo.
Detentor de um enorme sentimento de amor, responsabilidade e desejo de avanço de todas as almas, aqui estou novamente comunicando-me convosco.
Espero que compreendam, os amados irmãos Brasileiros, da necessidade de me comunicar noutro país, pois, é a forma mais isenta e disponível que encontramos, neste frágil momento que atravessa o Espiritismo. Agradeço comovido a todos aqueles que me carregam no coração afectuoso, relembrando-me nas recordações felizes e chorando na saudade. Porém, não pretendo que me coloquem em lugar que não me pertence estar. Não sou santo, nem fui perfeito, apenas vossos olhos ainda limitados ao conhecimento e vossos corações afectos de ternura, para me atribuírem tais e tais predicados. Sou uma alma em trajectória rolando em direcção ao sol da vida. Firme no propósito de fazer o melhor e causar o melhor à Humanidade, porém, nem sempre estive imune às tentações e fraquezas e por isso me penitencio a todos os queridos corações.
Venho humildemente pedir-vos e principalmente aqueles que me acompanharam de mais perto na caminhada da vida, aos que me enxugaram as lágrimas, aos que me mataram a fome, aos que curaram minhas feridas, aos que ouviram minhas palavras e aos que leram por mim os escritos, se for lícito fazer-vos um último pedido, aqui deixo expresso o meu desejo:
Que todos os Espíritas, principalmente aqueles com maiores responsabilidades aos olhos do Mundo, se possam avistar num evento, visando a colocação de um ponto final em todas as desavenças e histórias infelizes, equívocos e sobretudo agrupamentos e partidos. Peço-vos a retirada da Internet de todos os escritos que possam causar divisões, sofrimentos, ódios, perturbações físicas ou espirituais e descrença. Por amor a Jesus eu me libertei de tudo que na Terra me causou mágoa e sofrimento, pois tudo se reverteu em rosas que colhi no porvir. A Kardec amo profundamente e agradeço a luz. Não o fui realmente.
A nossa abençoada Doutrina Espírita nos foi trazida da bendita Espiritualidade, não é Doutrina nem Religião nascida na Terra, é foco de luz que nos conduz à paz.
Meus extremosos e tão amados filhos, o meu coração vos remete este pedido, o qual vos ficarei devendo para todo o sempre,
Chico Xavier ”
(página psicografada na noite de 21 de Setembro de 2010, pelas 22H30, no GEEAK/Coimbra, pela médium Maria della Rosa, durante os trabalhos mediúnicos)
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