por Aylton Paiva – paiva.aylton@terra.com.br
É inquestionável que a sociedade humana vem sofrendo grandes alterações na sua organização e funcionamento nos últimos anos.
Uma instituição que celeremente mudou a sua estrutura e dinâmica foi o casamento.
Aquele casamento em que o homem era o chefe da família e sua palavra dentro de casa era lei, a mulher a sua companheira para cuidar dos filhos e do lar, com total dependência econômica está a caminho do desaparecimento.
Então, a união de um homem e uma mulher não é mais importante?
O casamento deverá desaparecer do horizonte social?
Jesus, em uma de suas primeiras ações públicas privilegiou o casamento, no famoso episódio das Bodas de Caná (João, cap. 2, vers. 1 a 11)¹
Allan Kardec indagou aos Mentores Espirituais:
- Será contrário à lei da Natureza o casamento, isto é, a união permanente de dois seres?
E eles foram peremptórios:
- Seria um regresso à vida dos animais.²
Estas reflexões tomaram minha mente ao ler um artigo sobre esse tema, redigido por Roberta Faria, editora chefe da revista Sorria.³
De forma inesperada, ela diz, em sua primeira frase:
- “ Quando eu me casei, descobri que tudo o que me disseram sobre uniões estava errado.
Primeiro engano: casamento não é consequência de um amor romântico. Embora tenha lá sua contribuição no começo da história, o sentimento explosivo dos livros e novelas vira é paixonite, caso, namoro. Mas o que leva alguém a dividir a vida com outro alguém tem mais a ver com outro tipo de amor – o amor profundo e inesgotável da amizade.”
Em outro trecho, ela pondera:
- “Casamento, eu também descobri, não tem a ver com encontrar o par perfeito que se encaixa sem arestas. Na minha história, é sobre respeitar alguém diferente, o que exige negociações diárias e infinitas.”
Afirma mais adiante:
- “Casamento, eu sei agora, não tem a ver com paixão. Ou, pelo menos, não com o tipo que nos vendem, dessa cegas, que se põem acima de tudo. Na real, é o contrário. Casamento – o meu, ao menos – vive é da admiração da verdade do outro. Enxergá-lo como é, e não como a gente desejaria que fosse. Sem filtros nem disfarces, sobe a luz da intimidade e da rotina. Com todos os humores que oscilam, as falhas que temos, os nossos desacordos. E é exatamente por conhecê-lo tão bem, que posso admirá-lo por inteiro, e me encantar a cada descoberta.”
Por questão de espaço, pinço mais essa importante conclusão de Roberta:
- “ Por fim, eu aprendi que casamento não é para sempre. É para agora. Não se trata de uma promessa única, mas de um compromisso que se renova a cada manhã, a cada surpresa, a cada briga, a cada reencontro. A vida é cheia de encruzilhadas. E, a cada vez que encontramos uma, temos que decidir novamente se vamos continuar seguindo o mesmo caminho, lado a lado. Eu não me casei uma vez só. Eu me caso com o Artur todos os dias.”
E é só assim, esquecendo as ideias prontas, que acredito que o romance permanece, nos tornamos um par de verdade, a paixão supera a passagem do tempo e vamos passar o resto da vida juntos. Não é um conto de fadas.”
Concluímos do relato de Roberta que o casamento na atualidade ainda é necessário, mais que necessário é lindo, desde que pretendamos construí-lo ou mantê-lo com os ingrediente que ela apresentou: realidade, verdade, diálogo, respeito, gentileza, igualdade, admiração.
É uma construção permanente!
Bibliografia:
(1) Novo Testamento
(2) O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, Ed. FEB
(3) Revista Sorria – Para Ser Feliz Agora, ed. 22, ano 4, Ed. MO - Renda para o GRAAC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer- e ao Instituto Airton Sena.
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