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"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Revista Superinteressante e a “Ciência Espírita”


Mais uma vez, a Revista Superinteressante perdeu uma ótima oportunidade de se revelar imparcial, ou pelo menos, respeitosa. Referimo-nos à matéria de capa, do número de outubro de 2011: Ciência Espírita.

Imparcialidade, sabemos, é uma utopia jornalística, que nunca será alcançada e talvez nem seja desejável, pois cada órgão da mídia representa facções sociais de pensamento, está aí para dar voz a determinado grupo e a certos interesses. O problema é que esses interesses não são explícitos, e mais, atualmente, todos os órgãos de comunicação são hegemônicos e representam apenas uma forma de pensar e ver o mundo. Num sistema capitalista como o nosso, os grandes órgãos são grandes empresas e, como grandes empresas, muitas delas detentoras de monopólios de informação e de formação da opinião pública, não abrem espaço de manifestação para pensamentos alternativos, críticos ao sistema, dissidentes dos monopólios.

O pior de tudo é a forma manipuladora com que as matérias são conduzidas, para darem uma ilusão de imparcialidade, mas que induzem a um pensamento único, hegemônico.

Um dos monopólios ideológicos contemporâneos é o materialismo – ou ainda mais radical – o niilismo. Qualquer tendência, pesquisa, ideia ou proposta, que ameace esse paradigma deve ser estigmatizada, ridicularizada, rechaçada a priori. É proibido duvidar de que somos meros produtos biológicos, determinados geneticamente e que nossa mente é um subproduto da química neural. Embora a ciência (juntamente com a filosofia, pois esse não é apenas um problema científico) esteja longe de ter fechado algum ponto de vista a respeito do conceito de mente – há uma unanimidade imposta, que não pode ser questionada. E a mídia é justamente a patrona das unanimidades dogmáticas.

Vejamos a matéria em questão. Comecemos pelo título de capa: a ciência não é espírita ou católica ou budista – a ciência é ciência e ponto. Ao assumir na capa o adjetivo de espírita – como ficará comprovado no final da reportagem – a revista desqualifica os cientistas que estão pesquisando os fenômenos de quase-morte e reencarnação, sendo que dos pesquisadores citados, são espíritas apenas os brasileiros, mas não os autores de fora, aliás respeitados internacionalmente.

Para os espíritas desavisados, o título Ciência Espírita pode soar como música, pois nós, espíritas, defendemos a existência de uma ciência iniciada por Kardec, com métodos próprios, para investigar os fenômenos que evidenciam a vida pós-morte. Entretanto, para a maioria das pessoas, chamar uma ciência de espírita, já a desqualifica de pronto, porque parece uma ciência pré-concebida, que parte de pressupostos já assentados. E para os pesquisadores como Sam Parnia, Erlendur Haraldsson ou Peter Fenwick, trata-se de uma afronta chamá-los de espíritas, pois pertencem a culturas onde o espiritismo de Kardec, tão difundido no Brasil, não tem nenhuma ressonância.

Como se trata de um assunto ainda polêmico, seria natural que os jornalistas ouvissem os dois lados: os pesquisadores de tais fenômenos e os críticos. As explicações de um lado e as explicações do outro. Isso é feito em certa medida, dando a sensação no decorrer da matéria de que a revista está sendo imparcial – apesar do diabo da maldade revelar a ponta da orelha em certos trechos, como quando ao tratar das experiências mediúnicas investigadas por Frederico Leão, lemos: “Para a maioria dos cientistas, uma coisa dessas soaria como um espetáculo circense, uma farsa.”

Ou quando, os jornalistas acrescentam o sarcasmo a um erro grave de informação (coisa muito comum na imprensa atual). Dizem: “O jargão (mente e cérebro) serviu para batizar o primeiro evento brasileiro dedicado às pesquisas sobre o além, o I Simpósio Internacional Explorando as Fronteiras da Relação Mente e Cérebro, em (de novo) Juiz de Fora.” Esse evento foi em São Paulo, no Centro de Convenções Rebouças.

Além das ironias, o problema central é que a matéria não coloca os dois lados e deixa a questão em aberto – o que seria mais honesto. Os jornalistas (ou os editores, porque, muitas vezes, os editores remexem a matéria e imprimem o tom que a revista impõe) fecham com a negativa total, usando a seguinte tática: tanto dos fenômenos de quase morte, quanto dos casos sugestivos de reencarnação são narrados apenas algumas histórias isoladas. Isso em ciência não vale muito. Não é mencionado que há uma casuística abundante. Por exemplo, em nenhum momento se fala que Stevenson, de que os citados Jim Tucker e Haraldsson foram colaboradores, coletou e investigou mais de 2500 casos de crianças com memórias de vidas passadas. A impressão que dá é que três ou quatro casos impressionaram homens ingênuos e com tendência a uma fé cega.

O tom final é que demonstra o que a Revista pretende que o leitor pense (pois é isso que ela quer: impor um ponto de vista, sem nenhum respeito aos entrevistados, aos leitores e aos fatos): todos esses pesquisadores, brasileiros e estrangeiros, não passam de um bando de crédulos, homens de fé, que estão tentando provar o improvável. O mais incrível é a leviandade com que os jornalistas (que, diga-se de passagem, não são cientistas) pretendem derrubar a pesquisa de vidas inteiras: em apenas dois parágrafos, eles se referem a “evidências contra”. Quais? Não são sequer mencionados outros cientistas que critiquem o trabalho dos colegas. O texto é dos jornalistas mesmo, um texto,confuso, tendencioso, com argumentos fracos e que termina da forma mais acintosa possível: “é difícil não acreditar que os pesquisadores de reencarnações, EQMs (experiência de quase morte) e afins, se movam mais pela fé que pela curiosidade científica.”

E assim, estamos conversados. Está dita a última palavra. Com meia-dúzia de frases, pensa-se garantir que o paradigma materialista, pelo qual a mídia zela com tanto fervor, permaneça intacto aos olhos dos leitores.

(Recebido em email de Marcellus Vale marcellus.vale@gmail.com)

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Vamos ler, analisar, estudar, e divulgar este pensamento e demais que se desejem manifestar. Como pessoas partes da sociedade e estudantes da Doutrina Espírita temos o dever de observar, agir e refletir principalmente em como somos "espíritas"? Pois a mídia é a massificação do coletivo, aceitamos muitas vezes suas sugestões e a alimentamos. Desta forma, contribuímos para a sua formação ou não?

Para leitura e conhecimento segue o artigo "Ciência Espírita" da revista Supertinteressante.

Beijos e abraços.

Um comentário:

  1. Drª Dora, foi um prazer ler pela primeira vez um artigo seu, pois um grande amiga minha Ana Irene Chazan sempre fala da Srª com respeito e admiração. Suas palavras são bastante claras, esclarecedoras e reflexivas…
    Ao ler a matéria da Superinteressante é no mínimo patético, achei uma frase muito interessante que apesar de estar falando de outras publicações se encaixa muito bem ao perfil da Superinteressante “Mesmo as melhores publicações deixam passar estudos de qualidade duvidosa”, que no caso dela é “uma publicação duvidosa e desrespeitosa aos estudos científicos e aos profissionais por trás deles”. Entre outras expressões como “entra em parafuso”, “a coisa”, “caçar seus fantasmas”, “que até tem seu lado espírita”, “quem tiver uma história bem contada, então, tem chance de ficar famoso”, “colocam na boca dela informações” que são vulgares, carentes de profissionalismo e imparcialidade.
    Assino em baixo tudo que escreveu!

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