Atenção!


Informamos que o Grupo Espírita Auta de Souza retomou suas atividades e contamos com a presença de todos a participarem das atividades da casa como palestras, passe, atendimento fraterno, atendimento espiritual, cursos, entre outras.


Todas as sextas-feiras a partir das 19h00.


Rua Força Pública, 268/274, bairro Santana - São Paulo /SP


Altura do número 1205 da Rua Voluntários da Pátria

"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Analisando o Atual Momento Espírita - Parte IV

por Jacob Melo em Setembro 26, 2011 às 9:40 PM

Para acompanhar e entender a reflexão de Jacob veja também as parte I, parte II, parte III e parte V.

Uma panorâmica dolorosa sobre o que estão e estamos fazendo com a união entre o Espiritismo e o Magnetismo. Por Jacob Melo (setembro 2011)

Mateus, 10; 7 e 8: “... e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai”.

Lucas, 10; 30 a 35: “Jesus prosseguindo disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Casualmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o passou de largo. De igual modo também um levita chegou àquele lugar; viu-o e passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e aproximando-se atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar”.

Não resta dúvidas de que essas citações de Mateus e Lucas são bastante conhecidas e até mesmo muito comentadas. Interessante observar, entretanto, que alguns apóstolos contemporâneos estão divergindo do Mestre. Pois que ali Jesus chama a atenção tanto para o gesto do Samaritano, de pura e generosa fraternidade, como ainda disse aos seus discípulos, literalmente, o que deveriam fazer.

Visível está que Jesus não queria saber se os que curou ou que viriam a ser curados, por Ele ou por seus seguidores, seriam “merecedores” ou não dos benefícios, assim como também não se preocupou se eles “sairiam em busca de mudanças ou de novas fontes de desequilíbrios”; Ele simplesmente fez o que achou certo fazer – curá-los – e ainda recomendou que seus apóstolos fizessem o mesmo.

De saída acredito ser oportuno estarmos bem atentos para o fato de que uma velha fórmula, a qual diz que tudo é culpa ou ação “das trevas e das sombras”, continua em pleno vigor, mesmo que para isso sejam esquecidas as ações de cura que Jesus promoveu em tão larga escala.

Atualmente, muitas Casas Espíritas promovem cursos e mais cursos sobre vários enfoques e abordagens espíritas, muitos inclusive disponíveis na internet. Existem alguns tratando dos perigos das ações das trevas contra o meio espírita, como a provar que elas estão empenhadas em superficializar as ações espíritas. Em cima disso, tem gente se especializando em conhecer as ações dessas trevas, partindo de um raciocínio no mínimo esquisito: o de que se conhecermos como elas atuam estaremos melhor protegidos. Pois bem, neste artigo trarei alguns trechos de um curso dado por um dos conhecedores desse tema, mas reduzirei ao máximo as citações, já que o curso que trata da questão tem mais de 13 horas de vídeo gravadas.

Começo pelo seguinte ponto: “As pessoas (que curam) querem se promover como boazinhas fazendo “o bem” para os outros”...

Mal comecei e já interrompo a narrativa chamando a atenção para a evidência de que a generalização toma conta do raciocínio do expositor. Como sabemos, a generalização costuma fazer surgirem problemas e complicações graves, pois que põem num mesmo nível, coisas, pessoas, situações e abordagens, por isso mesmo comprometendo o melhor pelo pior. E, tal como se verá na continuação de sua fala, essa generalização segue sem freios. Anote-se que nessa primeira referência já estão em cheque as pessoas que, de uma forma ou de outra, curam; o pior é que elas, em sua generalização, o fazem para se promover, parecendo que ninguém age no campo das curas com o intuito de apenas e tão-somente ajudar a quem está sofrendo.

Continuemos com a sua palavra: “Então a pessoa vai lá no centro espírita, lá resolve, a pessoa é curada e ela volta a buscar novos problemas pra depois ser curada, e de novo, de novo...”

Esta outra generalização nos arremete a pensarmos: será, então, que ninguém busca mesmo a cura para ficar curado e até se renovar? Ou estará bem definido que quem a busca apenas intenta se degenerar repetidamente? Será isso mesmo que ele quis dizer?

A complexidade da questão, logicamente, pediria um argumento chave para seu entendimento; e ele não se faz de rogado e logo o apresenta: “Exatamente a manutenção dos padrões; não é isso o que a sombra quer? A sombra quer libertação de alguém? Não; quer que nós nos escravizemos aos mesmos padrões. Então imaginemos um Benfeitor fazendo um trabalho como esse (de cura); será que é possível? Um Benfeitor fazendo algo contra o próprio atendido? Não, eu vou tirar todos os problemas dele... e o Benfeitor sabendo que ele vai lá fora e vai buscar todos os problemas de novo? Não é trabalho da Luz isso, é trabalho da sombra”.

Não quero ser irônico, mas fico pensando como seria visto e entendido Jesus dentro dessa ótica por ele apresentada, pois, por tudo o que Ele fez pela humanidade no campo das curas, a partir dessa triste generalização o nosso Mestre seria rapidamente qualificado como um líder mais do que trevoso... Pois que além de curar ainda pediu que fizessem o mesmo em Seu nome! Nossa!

Mas o doutor continuou em seu arrazoado – deixando claro, para qualquer pessoa, o seu modo de entender, analisar e julgar a convergência curas x Centro Espírita: “É exatamente pra ir contra o objetivo principal da Doutrina Espírita que é iluminar consciências. Então um Centro que é para iluminar consicência se presta para essas práticas falso-espíritas (de curar). Jamais um Centro Espírita deve propor cura para ninguém, porque a cura não depende do Centro Espírita, não depende do médium, não depende de ninguém a não ser a própria pessoa. O que o Centro Espírita pode fazer é ajudar a pessoa a se ajudar”.

Sei que estou repetindo muito o termo generalização, mas aqui aconteceu de forma mais pesada ainda, chegando a beirar a arrogância e a prepotência. Em seu jeito de expor ele discrimina Casas, pessoas, situações, médiuns e põe em dúvida até mesmo se alguém deve se curar ou não. Bom, para que nem tudo seja perdido, pelo menos ele deu uma sugestão razoável: “ajudar a se ajudar”.

Para não deixar esse item solto, ele explicou: “O tratamento que devemos fazer no centro espírita é ajudar as pessoas através das práticas espíritas. Quais são as práticas espíritas? Basicamente a fluidoterapia espírita, que são os passes, a água fluídica, a frequência às reuniões para que a pessoa possa começar a ver uma nova visão da vida, o estudo que nós temos na Casa Espírita. Tudo isso deve ser oferecido à pessoa e ela deve ser, além disso, encaminhada para o tratamento profissional com psiquiatras, psicólogos...”. – E ainda acrescentou: “E se a Casa tiver um tratamento para desobsessão o nome da pessoa deve ser levado para o grupo mediúnico e aí os Benfeitores vão fazer aquilo que é possível”.

Muito interessante. A ajuda é dada pelas práticas espíritas; dentre outras, a fluidoterapia e a água fluidificada, que ele coloca em primeiro plano. Isso me leva a pensar: que perigo deve ser essas práticas curarem sem que a pessoa se transforme, pois se tal ocorrer, dentro do que ele mesmo genericamente estabeleceu para os outros, a Casa passará a ser falsa-espírita. Entretanto, ele coloca a assistência às reuniões e também o estudo como elementos transformadores, como se as transformações ocorressem de forma automática pelo simples aspecto presencial. Todavia, ressalta ele, o frequentador ainda deverá ser encaminhado a um profissional para ser tratado, o que se pode deduzir que ali, na casa espírita, não haverá tratamento. Até porque, em se tratando de processo obsessivo, apenas o nome do doente seguirá para o grupo mediúnico enquanto os Benfeitores farão apenas “aquilo que é possível”. Ora, isso está bastante diferente do que sugere Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, quando, no item 251, anota: “As vezes, o que falta ao obsidiado é força fluídica suficiente; nesse caso, a ação magnética de um bom magnetizador lhe pode ser de grande proveito. Contudo, é sempre conveniente procurar, por um médium de confiança, os conselhos de um Espírito superior, ou do anjo guardião”. (grifei). Ao contrário dele, Allan Kardec reconhece a necessidade e a conveniência, em muitos casos, da ação de um bom magnetizador e não de uma simplória fluidoterapia, além de ser consultar (evocar?) um Espírito Superior ou o anjo guardião (do doente). Ops! Será que se um obsidiado pedir que seja evocado um Espírito Superior para falar sobre seu caso ou mesmo o seu anjo guardião, não será isso tomado à conta de fascinação, prepotência ou ignorância de como funciona a lei espírita?

No início do “curso” que aqui está sendo abordado, o expositor fala dos perigos da superficialização do Movimento Espírita e da trama das trevas para deter o avanço do Consolador – será que ele pensou mesmo no que significa a palavra Consolador? – Diz ele que o modus operandi das trevas “é fazer com que as pessoas continuem no movimento espírita, mas de uma forma superficializada”, arrematando que “as pessoas vão aos Centros Espíritas, mas a Doutrina Espírita essencialmente não penetra nos corações”.

Isso, dito de forma isolada, pode até ser recebido como uma reflexão bem colocada, todavia seu vínculo rançoso contra as curas produz mais uma forte generalização, como a dizer que se você for curado de algo numa Casa Espírita, isso não lhe renovará nem lhe melhorará, pelo suposto de que as orientações espíritas que forem colocadas não conseguirão arremeter o curado às melhorias íntimas e verdadeiras.

Na sequência ele lembra que “mais do que nunca nós necessitamos nos aprofundar nas bases da Doutrina, especialmente no pentateuco kardequiano”, para depois soltar essa “pérola”: há “Necessidade de se estudar como se organizam as “trevas organizadas”.”

Aqui cabem considerações mais profundas.

Pentateuco kardequiano. Tenho falado muito sobre isso. Por mais que o meio espírita insista no uso dessa expressão, Allan Kardec não produziu um pentateuco apenas e sim um enorme conjunto de obras, todas solidárias, íntegras e nem maiores umas nem menores outras. Não consigo imaginar o Espiritismo sem quaisquer de suas obras, aí se incluindo o Obras Póstumas, a Revista Espírita, o Principiante Espírita, o O Que é o Espiritismo, sua Viagem Espírita... Se o relevante para o Espiritismo for, de fato, apenas o Pentateuco, para que terá aquele homem trabalhado tanto? Apenas para produzir livros que deveriam ser deixados de lado? E como foi que ele apresentou o Espiritismo numa feição de ciência, detalhando seu modelo em todas suas obras e clarificando seu método na Revista Espírita, tudo isso para se considerar depois que esses detalhes não passam de complementos menos importantes? Não! Não tenho como aceitar o conceito de pentateuco como sendo o máximo, deixando o restante da obra de Allan Kardec como algo insignificante ou de pouco valor. Não vejo como excluir, direta ou indiretamente, todo esse mundo de valores inestimáveis, incomparáveis e indispensáveis para que se tenha um justo juízo da Doutrina que dizemos seguir.

O outro ponto de destaque é acerca da “necessidade de se estudar como se organizam as trevas organizadas”. Meu Deus! Tanto temos, tanto mesmo, a estudar de essencial e fundamental na base espírita e vem alguém reduzir a estrutura da base para afirmar que devemos estudar as trevas e sua organização! Onde se quer chegar, afinal? Desde quando ter melhor conhecimento do mal, do erro, do ruim é didática e pedagogicamente mais feliz, eficiente e recomendado do que se aprimorar nas trilhas, lições e exemplos do bem, do amor ao próximo? Se for para se pensar e se fazer o bem, todos sentidos e bom senso indicam que mais valor terá pensarmos, conhecermos, desenvolvermos e nos voltarmos ao próprio bem do que nos dedicarmos a apreciar e conhecer o mal em seus detalhes.

Mais grave ainda é quando somos alertados para o fato de que os trevosos estão colocando “células controladas por controle remoto”, espécie de chips que são fixados no perispírito do obsidiado. E nem ele, o expositor, nem ninguém orienta como retirar essas células nem é dito como Deus permite tamanho poder aos inimigos do Bem, deixando-nos à mercê de mal tão desastroso. E se considerarmos isso como verdade – faço questão de dizer que não acredito nessa possibilidade –, nossa indignação contra a liberdade dessa ação só cresce, pois se como espíritas poucos são os que sabem dessa “hipótese”, como iriam se livrar delas os não-espíritas, como saberiam evitar esse tipo de controle, como e onde buscar ajuda?

Isto me leva a Allan Kardec outra vez (O Livro dos Médiuns, cap. 8, item 128, questão 11ª;), quando pergunta: “Suponhamos, então, que quisesse fazer uma substância venenosa. Se uma pessoa a ingerisse, ficaria envenenada?”. Ao que o Espírito São Luiz respondeu: "Teria podido, mas não faria, por não lhe ser isso permitido." Ou seja: não haveria permissão para um Espírito fazer uma substância venenosa e, com ela, envenenar um encarnado, mas, pela teoria apresentada por aquele senhor, os Espíritos podem fazer chips e controlar seres humanos. Se a teoria é dita por alguém que pensasse de forma aberta, até poderia fazer sentido sua colocação, mesmo que eivada de colocações totalmente distoantes com a Criação Divina, porem a mesma pessoa que diz que a cura é um ato das trevas, ela atribuir às sombras tal poder e ainda dizendo que os Benfeitores farão apenas o possível, é querer que sejamos, definitivamente, meros joguetes do mal.

N’O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 5, item 27, temos: “É certo que as vossas provas têm de seguir o curso que lhes traçou Deus; dar-se-á, porém, conheçais esse curso? Sabeis até onde têm elas de ir e se o vosso Pai misericordioso não terá dito ao sofrimento de tal ou tal dos vossos irmãos: "Não irás mais longe?" Sabeis se a Providência não vos escolheu, não como instrumento de suplício para agravar os sofrimentos do culpado, mas como o bálsamo da consolação para fazer cicatrizar as chagas que a sua justiça abrira? Não digais, pois, quando virdes atingido um dos vossos irmãos: "É a justiça de Deus, importa que siga o seu curso". Dizei antes: "Vejamos que meios o Pai misericordioso me pôs ao alcance para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se as minhas consolações morais, o meu amparo material ou meus conselhos poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer que cesse esse sofrimento; se não me deu a mim, também como prova, como expiação talvez, deter o mal e substitui-lo pela paz." Ajudai-vos, pois, sempre, mutuamente, nas vossas respectivas provações e nunca vos considereis instrumentos de tortura. Contra essa idéia deve revoltar-se todo homem de coração, principalmente todo espírita, porquanto este, melhor do que qualquer outro, deve compreender a extensão infinita da bondade de Deus. Deve o espírita estar compenetrado de que a sua vida toda tem de ser um ato de amor e de devotamento; que, faça ele o que fizer para se opor às decisões do Senhor, estas se cumprirão. Pode, portanto, sem receio, empregar todos os esforços por atenuar o amargor da expiação, certo, porém, de que só a Deus cabe detê-la ou prolongá-la, conforme julgar conveniente”. (grifei).

Qual a razão dessa tão longa transcrição? Simples. Aquele personagem de quem venho falando neste artigo diz que ajudar a se curar quem está doente é ação das trevas. Um amigo, aliás, me confidenciou que esse mesmo senhor lhe disse que do fato dele (o meu amigo) ter atedido uma portadora de imobilidade total dos membros inferiores, via magnetismo, e ela, contra todos os prognósticos, ter voltado a andar, ele seria penosamente responsabilizado no futuro, pois que com “sua cura” ele tinha tirado a oportunidade daquela criatura progredir, já que ninguém sofre de um mal desse tamanho sem que tenha uma boa razão para seguir com o mal. Quer dizer: ele não leu ou não entendeu o texto do Evangelho , ou não fui eu quem o entendi.

Para encerrar as considerações acerca desse curso, vou trazer só mais dois trechos. Disse ele: “Quando a pessoa vai a um centro espírita sério – não nesses, porque nesse aí nem alívio ela tem, ela vai ter mais obsessor em cima dela pra aprofundar mais o processo ... – no passe comum, não precisa de atividades especiais (...), onde alguém viu numa obra séria uma coisa dessas? (...) “Passe é passe!” – E conclui mais adiante: “Que tipo de Espíritos estão dentro desses locais (Centros Espíritas que fazem curas)? São espíritos altamente empedernidos no mal, técnicos de processos obsessivos, muito capacitados, que podem produzir um estado assim, que é um estado de subjugação...”

Para quem vem lendo com atenção este artigo certamente concluirá que nem é preciso comentar qualquer coisa a mais, todavia quero destacar a generalidade perniciosa que permeia todas as suas falas. Veja que coisa mais grave: se alguém busca uma cura numa Casa Espírita sairá dali ainda mais obsidiado, num processo ainda mais aprofundado. E qual a razão disso? A de que “Passe é passe”. Bela frase. Mas... Passe faz parte de alguma ciência? Qual? Magnetismo?! Nossa! Ele também não percebeu isso. E, como ciência, o senhor Allan Kardec tratou, e muito bem, desse quesito, a ponto de recomendar que a estudemos e pratiquemos, se não quisermos (o Espiritismo) ficar imobilizados.

E a generalização segue firme e franca; nos centros espíritas que curam, os empedernidos no mal, os técnicos muito capacitados em métodos obsessivos estabelecem as subjugações. E isso, ao que parece, Allan Kardec não teve tempo de perceber, Jesus não pode compreender, nem o Bem cuidou de evitar tal descaminho.

Finalizando, talvez você esteja me perguntando: e qual a relevância disso em relação ao Magnetismo? Total. Nos conceitos sinuosos apresentados por aquele expositor – o qual, diga-se de passagem, é médico e ainda apresenta outra meia dúzia de títulos em seu curriculum –, o que está por traz não são apenas as curas mediúnicas, mas sobretudo o evitar-se o conhecimento, a divulgação e a prática do Magnetismo no meio espírita, tal como nos exemplificou Jesus, tal como nos reforçou Allan Kardec. Por algum motivo que não consigo entender, ele e uma enorme quantidade de palestrantes, expositores, escritores, dirigentes e médiuns espíritas de renome, desenvolvem um monstruoso esforço para denegrir o Magnetismo, seja substituindo nomes – Magnetismo por fluidoterapia –, confundindo práticas – ação do bem por ordenações trevosas –, trocando a essência do agente humano – magnetizadores por médiuns passistas – ou ainda desviando o foco – falar de Jesus para esconder ou não falar das propostas de Allan Kardec.

No sentido genérico da palavra tenho medo de espíritas que veem trevas e sombras por todos os lados, ainda mais aqueles que se especializam em conhecê-las e tratá-las com tanta intimidade.

É isso.

Até breve.
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Espiritualidade no Século XXI: Educação, Saúde e Arte

A partir de uma abordagem inter, multi, e transdisciplinar,  O 2º Seminário Nacional Espiritualidade no Século XXI: Educação, Saúde e Arte objetiva apresentar e discutir a Espiritualidade com foco na sociedade contemporânea.
Promoção e Organização: Faculdade Messiânica
Informações gerais:
Modalidade: Seminário Nacional
Público-Alvo: 
Professores, pesquisadores e profissionais das áreas de Educação, Saúde, Arte e áreas afins. Estudantes e público em geral com interesse em Espiritualidade.

Local: Fundação Mokiti Okada
Endereço: 
Rua Morgado de Mateus, 77, Vila Mariana, São Paulo – SP, Brasil.
Data:
 18 e 19 de novembro de 2011

Período de Inscrição no site: 
Até 31/10/2011
Investimento: 
R$ 60,00
Alunos da Faculdade Messiânica: grátis

Forma de pagamento
: Boleto Bancário
Todos os participantes receberão certificados expedidos pela Faculdade Messiânica.
 
Conferencistas: Ruy Cezar do Espirito Santo e Dora Incontri.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

COMECAP 2011: a confraternização dos jovens na Capital de SP

Aconteceu no último dia 25 de Setembro a Confraternização de Mocidades Espíritas da Capital de São Paulo, evento organizado pela USE-SP que reuniu aproximadamente 280 pessoas entre trabalhadores e participantes para estudar e refletir sobre o que fazemos para construir nosso futuro (?).
Veja a reportagem completa realizada pelo Blog Vagalumeria que inclusive gravou o vídeo abaixo.


A Juventude Espírita Auta de Souza esteve lá como participante e o Alexandro Chazan deu uma entrevista para o Vagalumeria.

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Beijos e abraços!

sábado, 24 de setembro de 2011

O direito e o dever de nos assumirmos espíritas

 por Dora Incontri
publicado em 21/09/11 no site Pedagodia Espírita-ABPE

Kardec, na visão do artista Monvoisin.
 
Em contato com várias entidades assistenciais, editoriais, das áreas de saúde e educação, cujas origens e fundamentos foram espíritas, observamos uma tendência crescente e um discurso repetido para se retirar o nome espírita. Nós mesmos, na ABPE, já recebemos diversas sugestões externas e internas para abandonarmos o termo “pedagogia espírita”, que foi criado por José Herculano Pires na década de 60.

Por que essa tendência? Que motivações se escondem atrás delas? Por que não podemos concordar com isso?

Se considerássemos o Espiritismo como meramente religioso – coisa que todos sabem é o oposto do que pensamos – ainda assim defenderíamos o direito e o dever de assumirmos a nossa identidade espírita como indivíduos, como instituições, em projetos sociais e pedagógicos. Ora, não há centenas de excelentes hospitais dirigidos por religiosos católicos? Dezenas de PUCs, outras tantas universidades protestantes de renome, inúmeros trabalhos sociais respeitados e reconhecidos internacionalmente, fundados e dirigidos por religiosos, como Madre Teresa de Calcutá ou Irmã Dulce? As pastorais da criança e do idoso recebem menos reconhecimento em seu magnífico trabalho, por estarem ligadas à Igreja?

Nunca ouvi ninguém fazer uma crítica ao Dalai Lama, por se apresentar como monge budista. Suas luminosas opiniões não são ouvidas? Não é respeitado por órgãos internacionais e recebido pelas maiores personalidades do planeta? Um Gandhi, que exerceu e propôs como ninguém, o diálogo inter-religioso, deixou alguma vez de se assumir como hindu que era? Um Leonardo Boff, embora perseguido pela própria Igreja Católica, alguma vez renegou sua identidade religiosa? Seus livros não são lidos por pessoas de todos os credos e por pessoas sem credo?

Aliás, todas essas instituições e personalidades não dignificam suas religiões? Não é através de um Gandhi, que posso falar com o hinduísmo? Não é através de uma Madre Teresa, que posso ter empatia com os princípios cristãos?

Por que então, não podem os espíritas ter seus hospitais, suas escolas, suas universidades, seus projetos e suas personalidades de destaque?

O diálogo inter-religioso, o universalismo, a tolerância não se dá na morte das identidades de cada um, mas no respeito à vida saudável de todas as correntes!

Os argumentos apresentados pelos partidários do “tirar o nome espírita” seguem nas seguintes linhas:

1) O Espiritismo suscita preconceitos. Pois então devemos lutar contra os preconceitos, quanto mais nos escondermos, mais eles se perpetuarão. Se não há preconceitos contra budistas, católicos, protestantes, por que devemos aceitar que haja contra os espíritas e nos resignarmos a renunciar ao nosso direito de sermos o que somos?

2)  O nome “espírita” afasta financiadores. Em parte é verdade. E daí? Vamos trair nossas convicções ou disfarçá-las por causa de dinheiro? Em parte não é verdade, o que não se financia são projetos proselitistas, doutrinantes (dos quais também discordamos), mas instituições assumidamente espíritas podem fazer projetos universais. Além disso, temos que achar caminhos de autofinanciamento para as coisas em que acreditamos. Um exemplo positivo que pode ser citado nesse sentido é o que fez Dr. Tomás Novelino na Fundação Pestalozzi de Franca. Durante várias décadas, sustentou escolas espíritas com a renda de uma fábrica de sapatos. Outro exemplo atual, ainda em fase de implantação, é a excelente iniciativa da Capemi, em fazer um cartão de crédito para financiar projetos do bem…

3) Outro argumento usado é o de que afirmar-se espírita é criar separativismo, é afastar as pessoas, é suscitar críticas. Alguém por acaso criticou Madre Teresa de Calcutá por ser freira? Alguém desrespeita o Dalai Lama por ser budista? Alguém reclama por Hans Küng – o teólogo que trabalha pelo diálogo entre as religiões – ser católico? Todos militam por ideias e ações universais, a partir de seu lugar de identidade. É o que devemos fazer. A Pedagogia Espírita se propõe justamente a isso, a partir de uma visão espírita, trabalha pelo diálogo inter-religioso, a espiritualidade universal e o amor e a liberdade na educação – valores que todos podem aceitar. Mas a nossa perspectiva, a nossa justificativa, os nossos fundamentos são espíritas. É isso que deve ficar claro, porque mostra que o Espiritismo não é sectário (ou pelo menos não deveria ser) e que de suas raízes brotam transformações importantes para toda a sociedade.

4) O Espiritismo – também se argumenta – se aparecer ligado a uma pesquisa, a um projeto científico, pode desacreditar a neutralidade do cientista ou da instituição. Se o Espiritismo tiver esse caráter, que geralmente o movimento espírita lhe atribui, de religião sectária e de proselitismo, esse argumento é válido. Mas se resgatarmos as origens do Espiritismo, a metodologia de pesquisa inaugurada por Kardec, se enfim entendermos e praticarmos o Espiritismo como um novo paradigma do conhecimento – então podemos e devemos fazer uma ciência inspirada em Kardec.

Resumindo a questão – se a nossa visão do Espiritismo é, como queria Kardec, aberta, progressista, científica, filosófica, cultural, sem descartar seu aspecto religioso, então é nosso dever oferecer ao mundo esse caminho. Sem imposições, mas como alternativa respeitável e consistente, trabalhando lado a lado com pessoas do bem, de outras religiões, filosofias ou correntes políticas, podemos levantar a bandeira do Espiritismo, com dignidade, sem fanatismo; com abertura, sem perda de identidade.

Então, poderemos dar uma contribuição histórica importante, não para que todas as pessoas se tornem espíritas (não é esse o objetivo), mas para que projetos, ações, ideias, nascidas do Espiritismo influenciem o mundo de forma original e positiva.  Vamos assumir esse dever? Ou vamos passar à história como covardes e omissos, que participaram da conspiração do silêncio, que vem sendo feita, desde o século XIX em torno no nome de Kardec e das propostas revolucionárias do Espiritismo?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

2012 na visão de Sai Baba

O texto a seguir é uma entrevista feita com Sai Baba, um avatar hindu.

Tem muita lógica se analisarmos sob o ponto de vista da Doutrina Espírita e sob o ponto de vários outros filósofos a respeito da profecia dos Maia.

É interessante o posicionamento, a visão do mestre hindu acerca da LUZ e Escuridão e da referência a Santo Agostinho (354-430 d.C), ao afirmar que o ódio (escuridão) não é uma força que te opõe à Luz, mas sim a AUSÊNCIA da mesma... (Visão oposta ao Maniqueísmo, que acreditava que BEM e MAL eram forças antagônicas*).

* Santo Agostinho, antes de sua conversão ao Cristianismo era Maniqueísta.

Pergunta: ouviu falar de 2012 como um ano em que algo ocorrerá?
 
- Bom, por um lado existem várias profecias que indicam esta data como um momento importante da história da humanidade, mas a mais significativa é o término do calendário Maya cuja profecia foi interpretada de várias formas.
 
Os mais negativos pensam que nesse ano o mundo termina, mas isto não é real, pois sabemos que neste ano começa a Era de Aquário.

Na verdade este planeta está sempre mudando a sua vibração, e estas mudanças intensificaram-se desde 1898, levando a um período de 20 anos de alterações dos pólos magnéticos que não ocorriam há milhares de anos.

Quando ocorre uma mudança do magnetismo da terra, surge também uma mudança consciencial, assim como uma adaptação física à nova vibração. Estas alterações não acontecem apenas no nosso planeta, mas em todo o universo, como a ciência atual tem comprovado.

Informe-se sobre as mudanças das tempestades solares (que são tempestades magnéticas) e perceberá que os cientistas estão a par destes assuntos.

Ou pergunte a um piloto aviador sobre o deslocamento dos pólos magnéticos, já que todos os aeroportos foram obrigados a modificar os seus instrumentos nos últimos anos.

Esta alteração magnética se manifesta como um aumento da luz, um aumento da vibração planetária.

Para entender mais facilmente esta questão, é preciso saber que a vibração planetária é afetada e intensificada pela consciência de todos os seres humanos.

Cada pensamento, cada emoção, cada ser que desperta para a consciência de Deus, eleva a vibração do planeta.

Isto pode parecer um paradoxo, uma vez que vemos muito ódio e miséria ao nosso redor, mas é assim mesmo.

Venho dizendo em mensagens anteriores que cada um escolhe onde colocar a sua atenção. Só vê a escuridão aqueles que estão focados no drama, na dor e na injustiça.

Aquele que não consegue ver o avanço espiritual da humanidade não têm colocado a sua atenção nesse aspecto.

Porém, se liberar sua mente do negativo, abrirá um espaço onde sua essência divina pode manifestar-se, e isto certamente trará o foco para o que ocorre de fato neste momento com o planeta e a humanidade.

Estamos elevando a nossa consciência como jamais o fizemos.

Pergunta: Como assim? Não percebe a escuridão?

- Vejo-a sim, mas nao me identifico com ela, não a temo. Como posso temer a escuridao se vejo a luz tao claramente?

Claro que entendo aqueles que a temem, porque tambem fiquei parado nesse lugar onde apenas via o mal. E por esta razão sinto amor por tudo isso.
 
A escuridão não é uma força que obriga a viver com mais ruindade ou com mais ódio. Não é uma força que se opõe à luz. É ausência da luz.

Não é possível invadir a luz com a escuridão, porque não é assim que o princípio da luz funciona.
 
O medo, o drama, a injustiça, o ódio, a infelicidade, só existem em estados de penumbra, porque não podemos ver o contexto total da nossa vida.
 
A única forma de ver a partir da luz é por meio da fé. Assim que aumentarmos a nossa frequência vibracional (estado de consciência), podemos olhar para a escuridão e entender plenamente o que vivemos.

Pergunta: Mas como pode afirmar tudo isso, se no mundo existe cada vez
mais maldade?


- Não há mais maldade, o que há é mais luz, e é sobre isso que falo agora.
Imagine que você tem um quarto ou uma despensa, onde guarda suas coisas, iluminado por uma lâmpada de 40w.

Se trocar para uma lâmpada de 100W, verá muita desordem e um tipo de sujeira que você nem imaginava que tinha naquele local.

A sociedade está mais iluminada. Isto é o que está acontecendo. E isto faz com que muitas pessoas que leem estas afirmações as considerem loucura.
 
Percebeu que hoje em dia as mentiras e ilusões são percebidas cada vez mais rapidamente? Bom, também está mais rápido alcançar o entendimento de Deus e compreender a forma como a vida se organiza.
 
Esta nova vibração do planeta tem tornado as pessoas nervosas, depressivas e doentes.

Isto porque, para poder receber mais luz, as pessoas precisam mudar física e mentalmente. Devem organizar seus quartos de despejo, porque sua consciência cada dia receberá mais luz. E por mais que desejem evitar, precisarão arregaçar as mangas e começar a limpeza, ou terão que viver no meio da sujeira.

Esta mudança provoca dores físicas nos ossos, que os médicos não conseguem resolver, já que não provêm de uma doença que possa ser diagnosticada.

Dirão que é causado pelo estresse. Porém, isto não é real.

São apenas emoções negativas acumuladas, medos e angústias, todo o pó e sujeira de anos que agora precisam ser limpos. Algumas noites as pessoas acordarão e não conseguirão dormir por algum tempo.

Não se preocupem. Leiam um livro, meditem, assistam TV. Não imaginem que algo errado ocorre.

Você apenas está assimilando a nova vibração planetária. No dia seguinte seu sono ficará normal, e não sentirá falta de dormir.

Se não entender este processo, pode ser que as dores se tornem mais intensas e você acabe com um diagnóstico de fibromialgia, um nome que a medicina deu para o tipo de dores que não tem causa visível.

Para isto não existe tratamento específico-apenas antidepressivos, que farão com que você perca a oportunidade de mudar sua vida.

Uma vez mais, cada um de nós precisa escolher que tipo de realidade deseja experimentar, porém sabendo que, desta vez, os dramas serão sentidos com mais intensidade, assim como o amor.

Quando aumentamos a intensidade da luz, também aumentamos a intensidade da escuridão, o que explica o aumento de violência irracional nos últimos anos.

Estamos vivendo a melhor época da humanidade desde todos os tempos.

Seremos testemunhas e agentes da maior transformação de consciência jamais imaginada.

Informe-se, desperte sua vontade de conhecer estas questões. A ciência sabe que algo está acontecendo, você sabe que algo está acontecendo. Seja um participante ativo.

Que estes acontecimentos não o deixem assustado, por não saber do que se trata.

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Mais uma oportunidade de reflexão.

Beijos e abraços.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Bater é educar?

por Dora Incontri
publicado em 19/09/2011 no site Pedagogia Espírita

Durante séculos, considerou-se natural tratar as crianças como escravos.
“Aboliram-se os castigos corporais para os adultos porque aviltam a dignidade humana e são uma vergonha social. Mas existe maior vileza do que agredir e bater numa criança?” Maria Montessori

Desde os tempos de Rousseau, o pai da Pedagogia moderna – e isso já faz mais de 200 anos –, não foram poucos os pedagogos e psicólogos que se opuseram ao castigo físico como método educacional. Mas ainda é preciso repetir essas reflexões para muitos que não têm acesso a esses escritos e que ainda se apegam com unhas e dentes ao velho método do chinelo.

Rousseau, com a coragem fenomenal de sempre se expor por inteiro, revelando ao mundo seus pecados e seus traumas, se opôs ao uso da violência na educação, por um motivo muito convincente e não menos constrangedor. É que, ao ser castigado na infância com os requintes das surras antigas, Jean-Jacques descobriu em si mesmo uma terrível perversão sexual, que o atormentou vida afora: o masoquismo. Eis o fato que dá início ao combate dos castigos físicos pela pedagogia moderna.

As consequências psicológicas desses atentados à dignidade da criança são sempre imprevisíveis: ainda mais se levarmos em conta que, em muitos casos, não se pode descartar uma dose de sadismo inconsciente da parte daqueles que aplicam os castigos. Está aí embutido um exercício violento do poder do mais forte sobre o mais fraco. Basta ver a disparidade de forças e a completa incapacidade da criança em se defender para perceber que estamos diante de uma clamorosa injustiça.

Acontece que a infância é o último reduto da tirania. Quando o adulto não pode exercer autoridade e poder sobre mais ninguém, quando ele mesmo é vítima da injustiça social, escravizado às engrenagens do trabalho opressor, quando não lhe é dado expandir seus desejos de domínio numa escala social mais ampla, então, sobra-lhe a infância, os filhos ou tutelados, para impor sobre eles o império do medo e da crueldade.

A escala da violência pode variar ao infinito, desde as surras esporádicas até as barbaridades que chegam aos hospitais e às delegacias. O princípio, no entanto, é o mesmo. No extremo da escala, revela-se como brutalidade pura e simples; e, nas famílias “mais normais”, aparece disfarçado por um discurso pseudopedagógico. Diz-se que “é preciso bater para educar”.

Pesquisemos honestamente os motivos que levam os adultos a bater em uma criança e descobriremos que na maior parte das vezes estão longe de ser educacionais. São, isso sim, motivos bem egoístas.

O adulto quer seu sossego e sua tranquilidade garantidos. A criança se expande, em sua energia, em sua necessidade de correr, gritar, brincar ou “fazer arte”. O tapa aparece como meio de reprimir a expansão que incomoda o sossego do adulto, em vez da compreensão necessária à força vital infantil ou de sua canalização produtiva em atividades interessantes.

O adulto trabalhador (nas classes mais simples) se sente cansado, explorado em sua labuta diária, e não admite que a função da criança seja estudar e brincar. Desconta sua revolta social na criança que, segundo ele, tem de ser também explorada e trabalhar duro – como ele. O filho é visto como força de trabalho e a filha, como sucessora natural da mãe. Se não preenchem convenientemente essas funções, que não são da criança, lá vem brutalidade física.

O motivo mais corriqueiro: a desobediência. O adulto se julga no pleno direito de ser obedecido e não reconhece à criança o direito de querer, pensar e agir – ainda que não seja querer, pensar e agir mal – simplesmente diferente da vontade dos pais. O que é isso senão o poder da tirania, sob a qual o súdito não tem qualquer direito ao exercício da própria vontade, mesmo se ela estiver certa?

Vamos supor que haja absoluta honestidade por parte de um educador e ele jamais abuse do seu poder – batendo por motivos egoístas ou de dominação –, e use a surra apenas quando haja, segundo ele, um grave desvio moral, qualquer tendência negativa acentuada. É preciso então refletir se a violência física atinge o fim a que se propõe e se ela pode ser realmente coadjuvante da educação moral. Temos aí de considerar algumas características da verdadeira moral:

• Um ato só é moralmente bom, ou seja, o homem só está agindo moralmente se sua ação for fruto de sua livre escolha, sem nenhuma coação externa. Até do ponto de vista legal, os testemunhos dados sob coação e tortura não têm valor moral, pois foram o resultado de uma imposição. Assim, a moral jamais pode ser filha do medo. Se uma criança deixa de fazer algo por medo de apanhar, ela não aprendeu de fato a agir moralmente, apenas reprimiu seus desejos (que, aliás, permanecem dentro dela, talvez fortalecidos pela proibição externa).

• O ato moral é uma conjugação da razão que compreende o bem e do coração que o sente. Por isso, todo conselho moral, que se possa dar na educação de uma criatura, tem de vir escorado na lógica impecável e estribado no sentimento puro. Ora, a pancadaria é justamente o argumento de quem não sabe argumentar e de quem não tem um amor bastante grande para influenciar beneficamente o outro. A violência introduz na relação educador/educando um clima de ressentimento (imediato e a longo prazo), de remorso, de humilhação, que solapa a base do amor equilibrado.

• A educação moral prevê de fato a correção das tendências negativas que o indivíduo possa apresentar. Cabe ao educador observá-las, estudá-las, analisá-las, ultrapassando a mera manifestação exterior do comportamento, para penetrar nas camadas profundas da psique. Cabe-lhe igualmente ajudar o educando a ver suas tendências e dar-lhe os instrumentos para sua melhoria (exemplos, conselhos, uma visão filosófico-religiosa da vida). A característica principal da construção moral, porém, é que cada individualidade só pode se aperfeiçoar por si mesma, por sua própria vontade. A verdadeira moralidade é a que brota da vontade inquebrantável do indivíduo de crescer espiritualmente. O educador deve procurar tocar a fibra dessa vontade e não simplesmente coibir a manifestação das más tendências por meio da surra e do castigo. Senão, ele estará apenas impedindo a manifestação de um sintoma, sem de fato tratar a doença.

Pelo exposto, fica evidente que a pancadaria jamais pode ser invocada como auxiliar da educação. Isso sem citar Jesus (para aqueles que o tomem como base de uma filosofia de vida), que pregou sempre a mansuetude e a misericórdia como mandamentos de nossa relação com o próximo. E se Ele recomendou benevolência e perdão até para os inimigos, o que devemos então, como tratamento, às crianças, essas criaturas tão frágeis, que nos chegam às mãos e que Jesus tanto amou?

Existem ainda aqueles que, embora não defendam a surra como coadjuvante da educação, compreendem alguns tapaços esporádicos como forma de descarregar as tensões. O adulto, no caso, para ser completamente autêntico em seu relacionamento com a criança, não pode reprimir a própria raiva em certas situações, e mesmo a criança teria a necessidade de sentir a reação do adulto, que muitas vezes ela provoca, para aliviar determinados sentimentos de culpa.

É provável que um tapa espontâneo, que escape na discussão, seja bem mais escusável do que a surra calculada e humilhante, dada com sangue-frio e espírito autoritário. Ainda assim, não se pode fazer a apologia de tal atitude, pois o educador deve justamente procurar manter o equilíbrio emocional e a atmosfera de tranquilidade doméstica, necessários ao bom andamento da educação.

E, depois, se devemos controlar nossos impulsos agressivos para com o próximo adulto, se devemos mesmo controlar a nossa língua para não ofender a dignidade alheia, com que desculpa daremos livre manifestação à raiva e à agressividade justamente para com as crianças?

Além disso, na hierarquia de poderes que ainda se estabelece nas famílias, apenas os pais, os adultos, têm o direito de descarregar tensões e distribuir tapas. A criança, na maior parte das vezes, não pode sequer “responder”. Isso indica o grau de autoritarismo da educação; afinal, sempre que há dois interlocutores, ambos têm direito à réplica.

Esperamos e queremos um mundo de paz, onde as guerras não sejam mais a linguagem dos povos; onde os direitos humanos sejam respeitados e as torturas e a opressão se desfaçam; onde as revoluções do progresso sejam de ordem moral e não mais de metralhadora em punho! Comecemos, então, por abolir a crença de que a violência tem de fazer parte das relações mais íntimas e sagradas que há na Terra: as relações entre pais e filhos, entre adultos e crianças. Saibamos desde cedo mostrar a elas que acreditamos na força do amor e no poder do diálogo para a evolução humana, e elas saberão mais tarde usar o amor para transformar o mundo!

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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Normose

A palavra normose foi criada na França pelo escritor e conferencista Jean-Ives Leloup para designar, em síntese, essa forma de comportamento visto como normal mas que, na realidade, não é normal.

Transportando esse conceito para observação da sociedade atual verificamos que as pessoas se pautam por padrões estabelecidos por alguém ou um grupo, em algum momento.

Por exemplo, segundo padrões da moda atual, ser normal é ser magro e bonito.

Para isso, vale dieta e, a cada dia surge uma diferente, ditada por essa ou aquela celebridade que afirma ter conseguido o peso ideal em um tempo mínimo.

Para alcançar as medidas ideais da dita normalidade vale a frequência a academias, com rigorosos exercícios físicos, massagens e tudo o mais que possa permitir atingir o idealizado.

E depois vêm as cirurgias para modificar tudo que seja possível alterar.

Não escapam os dentes, que devem ser perfeitos e brancos e, para isso, submetem-se as pessoas a aplicações de laser, porcelana e o que mais seja necessário.

Não importa se algo faz mal à saúde. O importante é ser normal que inclui, ao demais, estar sempre na moda, vestir a roupa do momento, custe o que custar.

Gastam-se verdadeiras fortunas com cabeleireiros, maquiagem, produtos de beleza.

Porque não se pode perder festa alguma. Nem evento importante. Isso logo nos desqualificaria como um ser normal.

Naturalmente, é louvável o cuidado com o corpo, a atenção ao parecer bem, à elegância. Faz parte da evolução da criatura cultivar o belo, o bom.

Mas daí aos exageros, aos excessos vai uma distância que prima pela insensatez.

Gasta-se o que não se tem, finge-se o que não se é. Tudo para parecer normal... Como os demais.

Que padrão de normalidade, afinal, estamos elegendo? Algo totalmente físico, exterior, passageiro em detrimento de valores reais?

Será isso que desejamos para os nossos filhos, a Humanidade do amanhã?

Desejaremos uma Humanidade de pessoas esquálidas, bulímicas, estressadas e vazias de conteúdo?

Cabe-nos pensar um pouco, antes que nossos filhos, por não atenderem aos padrões ditados por alguns se lancem no fundo poço da depressão, perdendo as oportunidades de progresso nesta vida.

Estamos na Terra para angariar sabedoria, ilustrar a mente, dulcificar o coração, ascender à perfeição.

A mente se ilustra com estudo, reflexão, esforço. O coração se dulcifica no exercício do bem ao próximo, entendendo que as diferenças existem para permitir realce à verdadeira beleza.

Invistamos nisso. E, em vez de nos esgotarmos em horas e mais horas de trabalho para conseguir mais dinheiro para atender a necessidades tolas, reservemos tempo para conviver com a família, com os amigos.

Reservemos tempo para leituras, alimentando as ideias; para a reflexão, a fim de nos enriquecermos interiormente.

Tempo para olhar o nascer do sol e seu desaparecer no poente, para ouvir a sinfonia da chuva em dias quentes, o agradecimento da terra pela água que sorve, com sofreguidão.

Tempo para amar, para viver, para ser um humano de valor, para ser feliz.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita em 18.03.2010.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Palestra Pública: Relacionamentos, benevolência e renovação

Saudações Amigos!
Para todos que desejam ouvir boas palavras regadas com músicas inspiradoras sintam-se convidados!!!!
É mês de aniversário de Auta de Souza, poetisa Potiguar e também do Grupo Espírita Auta de Souza.
Venham festejar conosco ouvindo a palestra de Plinio B. Penteado Jr. e a voz maravilhosa de Margarete Áquila.
Na rua Força Pública, 268 Carandiru - dia 16 de setembro às 20 horas.
Desde já agradecemos o carinho e a atenção dos amigos e amigas!!!!
Sejam benvindos!!!!
Com carinho
 Ana Irene e Marcos Chazan


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Melindres no Centro Espírita


É fácil conviver?
“Os melindres são verdadeiros fantasmas de um Centro Espírita. Associados às mágoas e ressentimentos, contribuem para fragilizar os laços humanos.” A convivência na Casa Espírita de Jerri Roberto Almeida
Definição do dicionário para melindre:
  • Facilidade de se magoar, de se amuar, suscetibilidade;
  • Delicadeza no trato, Escrúpulo (cuidado minucioso e atento)

Por que há melindres?
"O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece". O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 9, it. 9

“A exaltação da personalidade leva o homem a considerar-se acima dos outros. Julgando-se com direitos superiores, melindra-se com o que quer que, a seu ver, constitua ofensa a seus direitos. A importância, que por orgulho atribui à sua pessoa, naturalmente o torna egoísta.” Allan Kardec, Obras Póstumas 1ª parte, O egoísmo e o orgulho

“Há ainda aqueles cuja suscetibilidade é levada ao excesso; que se melindram com as mínimas coisas, mesmo com o lugar que lhes é destinado nas reuniões se não os põem em evidência (...)". Allan Kardec, discurso pronunciado nas reuniões gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux

Definição do dicionário para suscetibilidade:
  • Nível da capacidade do sujeito em sentir ofendido
"Pode-se compreender o melindre, pelo viés psicológico, como um artifício usado pelo ego para preservar sua própria identidade. (...) quando o ego se sente “ameaçado”(ou desestabilizado por algo ou alguém), reage através de um fechamento psíquico, de um retraimento emocional, visando preservar, numa atitude defensiva e imatura, as estruturas (orgulho, vaidade, etc.) do próprio Eu.” A convivência na Casa Espírita de Jerri  Roberto Almeida

Melindre: associado a três elementos básicos:
  • Orgulho ferido
  • Insegurança pessoal
  • Baixa autoestima
Melindre: primeiro estágio de outros sentimentos que poderão se seguir:
  • Mágoa
  • Ressentimento
  • Raiva
  • Agressividade
  • Vingança

Quando sentir-se melindrado questionar-se:
  • Porque estou sentindo-me assim?
  • O que está atrás disso?
  • Orgulho?
  • Desvalorização?
  • Influência espiritual?
Há determinadas contingências que podem tornar a pessoa mais propícia ao melindre:
  • Estresse
  • Separação conjugal
  • Problemas familiares
  • Desemprego
  • A experiência de uma frustração, etc...
"O fortalecimento emocional e espiritual é imperativo para o enfrentamento de tais desafios. O melindre e seus derivados, quando não administrados, significam a negação do próprio sujeito, enquanto ser que possui responsabilidade por sua evolução." A convivência na Casa Espírita de Jerri  Roberto Almeida

Alírio de Cerqueira Filho, Modelos de liderança, trabalho e autotransformação, p. 83 e 95: "Muitos são os convidados para o trabalho com Jesus, contudo poucos são os escolhidos, porque são poucos realmente os servidores fiéis que permanecem no trabalho, colocando a tarefa em primeiro lugar e não o seu ego (...) É essencial ter plena consciência que nenhum de nós é insubstituível.(...) Portanto, o trabalho do Bem não necessita de nós. Nós é que necessitamos do trabalho do Bem para evoluir. Por isso, se alguém enterra o talento, outro o substituirá (...) Aquele que tinha dez vai receber mais essa incumbência, porque o outro simplesmente a negligenciou. A oportunidade que era dele não é usada, então, ele não se aprimora, enquanto o servo diligente vai ter as oportunidades ampliadas, porque em vez de dez, vai administrar onze talentos."

A árdua tarefa dos dirigentes e coordenadores...

ESE cap. 10, it.13: "A censura lançada à conduta de outrem pode obedecer a dois móveis: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem escusa nunca este último propósito, porquanto, no caso, então, só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever, porque um bem deverá daí resultar, e porque, a não ser assim, jamais, na sociedade, se reprimiria o mal. Não cumpre, aliás, ao homem auxiliar o progresso do seu semelhante?"

ESE, cap.10, it 20: "...a ninguém é defeso ver o mal, quando ele existe. Fora mesmo inconveniente ver em toda a parte só o bem. Semelhante ilusão prejudicaria o progresso. O erro está no fazer-se que a observação redunde em detrimento do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião geral. Igualmente repreensível seria fazê-lo alguém apenas para dar expansão a um sentimento de malevolência e à satisfação de apanhar os outros em falta."

ESE, cap. 10 it 21: "Haverá casos em que convenha se desvende o mal de outrem? É muito delicada esta questão e, para resolvê-la, necessário se torna apelar para a caridade bem compreendida. Se as imperfeições de uma pessoa só a ela prejudicam, nenhuma utilidade haverá nunca em divulgá-la. Se, porém, podem acarretar prejuízo a terceiros, deve-se atender de preferência ao interesse do maior número. Segundo as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode constituir um dever, pois mais vale caia um homem, do que virem muitos a ser suas vítimas. Em tal caso, deve-se pesar a soma das vantagens e dos inconvenientes." São Luís (Paris, 1860.)

"...a autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura." ESE, cap. 10, it. 13

"Indulgência para com as imperfeições alheias não é sinônimo de inoperância diante do erro. No grupo espírita não é razoável, diante de algo que está errado, fazer-se silêncio, simplesmente, para não “melindrar” esse ou aquele. O compromisso maior de todos é com a Doutrina Espírita em primeira instância, e com a Instituição em segundo." A convivência na Casa Espírita, p. 49 de Jerri Roberto Almeida

"A FORMA DE ABORDAGEM É QUE DEVE ESTAR FUNDAMENTADA NA INDULGÊNCIA, NÃO O ERRO."
A convivência na Casa Espírita, p. 49 de Jerri  Roberto Almeida

"A rigidez mata os bons sentimentos." ESE,  cap. 11 it.12;

"Aprende, tu, a ouvir com o coração, tudo quanto outros corações estejam procurando dizer-te.” Joanna de Ângelis, Diretrizes para o êxito
 
"(...) não devemos ter, na Casa Espírita, uma preocupação exagerada com os melindres e os melindrosos para não nos tornarmos reféns deles (...) Exige-se, como é natural em qualquer instituição que se discuta fraternalmente projetos, metas, trabalhos, questões doutrinárias, etc. Que se busque dar cumprimento aos normativos da instituição, tais como o estatuto e regimento interno (...) As atividades de qualquer Centro Espírita necessitam obedecer a certas disciplinas, e os trabalhadores e estudantes necessitam estar inseridos neste contexto para o bom funcionamento da instituição." A convivência na Casa Espírita, p. 49 de Jerri  Roberto Almeida

"Seja o teu falar sim, sim; não, não."
Jesus  Mateus: 5,37

A conotação que disso tiramos é como o dizer o sim, e como dizer o não. Não dá para ser liberal a ponto de tornar-se conivente, porque à medida que nós vamos concordando, para sermos gentis e fraternos, com as coisas equivocadas, eis que elas se adentram e em breve corremos o perigo de serem colocadas, nos textos da Doutrina Espírita, essas adendas muito perturbadoras, a ponto de confundir os neófitos, aqueles que não tem uma estrutura doutrinária segura...

"...Deveremos ser fiéis à Codificação e à Verdade. Seremos gentis, mas não aceitaremos as propostas equivocadas que nos chegam de toda parte..." Conversando com Divaldo P. Franco – II, p. 197

"Não se deve comprometer a Causa, simplesmente para atender aos caprichos de alguém." A convivência na Casa Espírita, p. 50 de Jerri Roberto Almeida

Postulados Espíritas

Para pensar: O que é negociável? O que é inegociável?

Allan Kardec: Trabalho, Solidariedade, Tolerância

Kardec, Revista Espírita, março de 1863: “Nunca seria demais recomendar aos Espíritas que refletissem maduramente antes de agir." Falsos irmãos e amigos inábeis: “Crer na própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro espírita.”

Resultado: "VOU ME AFASTAR DA CASA ESPÍRITA!"

"...Ninguém é obrigado a permanecer em um local com o qual não mais se afine (...) As antipatias, no entanto, surgem dos desajustes crescentes que não foram trabalhados pela ética Cristã". A convivência na Casa Espírita, p. 64 de Jerri  Roberto Almeida

"A precipitação aliada, muitas vezes, a um temperamento impulsivo, poderá fazer com que o indivíduo, mesmo bem intencionado, tome a atitude de afastamento (...) A cautela e a reflexão nesse momento são indispensáveis para se evitar decisões precipitadas" A convivência na Casa Espírita, p. 66 de Jerri  Roberto Almeida

"As divergências deveriam ser instrumentos úteis de reflexão e aprendizado convivencial, jamais de pretextos para dissidência ou deserção". A convivência na Casa Espírita, p. 65 de Jerri  Roberto Almeida

"As divergências que culminam em dissidências atestam a falência do entendimento, que deveria caracterizar as relações amadurecidas espiritualmente (...) Cabe ao trabalhador espírita colaborar com suas preces para reduzir a atmosfera de instabilidade da instituição, sem jamais esquecer que o exercício do perdão é tarefa diária." A convivência na Casa Espírita, p. 66 de Jerri  Roberto Almeida

Quando o pior acontece: "Abandonar a Doutrina Espírita"

Allan Kardec , Obras Póstumas, Os desertores: "Entre os adeptos convictos, não há deserções, na lídima acepção do termo, visto como aquele que desertasse, por motivo de interesse ou qualquer outro, nunca teria sido sinceramente espírita".

Pode, entretanto, haver desfalecimentos. Pode dar-se que a coragem e a perseverança fraqueiem diante de uma decepção, de uma ambição frustrada, de uma preeminência não alcançada, de uma ferida no amor-próprio, de uma prova difícil.

"Uma postura de humildade e desejo de servir à Doutrina e aos semelhantes, mesmo em momentos 'supostamente' de adversidades, são os tônicos revigorantes do servidor."
A convivência na Casa Espírita, p. 66 de Jerri  Roberto Almeida

Como evitar os melindres? É possível? Como?

Sugestões para evitar os melindres:
  • Ter normas claras e seguras
  • Conhecer e aplicar o estatuto
  • Espaços de diálogo
  • Atendimento fraterno ao trabalhador
  • Estudo constante da doutrina espírita
  • Incentivo à vivência dos seus postulados
  • Prece sincera
  • "Não se deve, portanto, esperar que o mal se haja tornado incurável, para remediá-lo" Kardec, LM, cap. 29 item 340.
Reuniões gerais de trabalhadores, palestras e seminários sobre o assunto com o fim de alertamento e esclarecimento, podem surtir efeitos positivos.

UNIÃO

O Livro dos Médiuns, cap. 29, item 341: 
"as condições mais favoráveis para uma Sociedade que aspira a granjear a simpatia dos bons Espíritos. Estas condições se contêm todas nas disposições morais dos assistentes e se resume nos pontos seguintes:
Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos;
Cordialidade recíproca entre todos os membros;
Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã;
Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem."
São Vicente de Paulo, O Livro dos Médiuns, cap. 31, it.XX: 
“A união faz a força; sede unidos para serdes fortes. O Espiritismo germinou, lançou raízes profundas; vai estender sobre a Terra seus ramos benfazejos (...) Que uma indulgência e uma benevolência recíprocas presidam as vossas relações; que vossos defeitos passem despercebidos, que somente vossas qualidades sejam sempre notadas. Que o facho da santa amizade reúna, ilumine e aqueça os vossos corações, e resistireis aos ataques impotentes do mal, como o rochedo inabalável à vaga furiosa.”
“Não olvideis que o objetivo essencial, exclusivo, do Espiritismo, é o vosso adiantamento.” LM, cap. XXVI, it. 292, qt. 22

"Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja?" LM, cap. 29, item 350

“Na tarefa cristã começar é fácil, continuar é difícil e chegar ao fim é crucificar-se.” Emmanuel.

Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:

“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” O Espírito de Verdade, ESE, cap. 20, item 5, Os obreiros do Senhor.

Joanna de Ângelis, Seara do Bem: “Ante a incoerência de atitude e a debandada do dever a que se entregam muitos discípulos modernos do Evangelho, permanece tu, doando-te e confiando. Fazendo-se necessários maiores sacrifícios, doa-te mais e mais confia, de modo que, num certo amanhecer da tua vida, possas encontrar o Mestre, que te indagará:
- Donde vens, meu filho?
E possas responder, em júbilo:
- Do mundo, Senhor, onde dei a vida com os Teus discípulos por amor de Ti." 
 
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Mensagem recebida em formato Power Point organizado por Cláudia Scholl – DEDO/UME. Apresentação disponível em www.searadomestre.com.br

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Autolibertação


“...nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele...” Paulo I Tim 6:7
Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do “eu”, começa o teu curso de autolibertação, aprendendo a viver “como possuindo tudo e nada tendo”, “com todos e sem ninguém”.

Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e socorro e se sabes que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a imortalidade.

Lembra-te de que, por força das leis que governam os destinos, cada criatura está ou estará em solidão, a seu modo, adquirindo a ciência da autosuperação.

Consagra-te ao bem, não só pelo bem de ti mesmo, mas, acima de tudo, por amor ao próprio bem.

Realmente grande é aquele que conhece a própria pequenez, ante a vida infinita.

Não te imponhas, deliberadamente, afugentando a simpatia; não dispensarás o concurso alheio na execução de tua tarefa.

Jamais suponhas que a tua dor sejam maior que a do vizinho ou que as situações do teu agrado sejam as que devam agradar aos que te seguem. Aquilo que te encoraja pode espantar a muitos e o material de tua alegria pode ser um veneno para teu irmão.

Sobretudo, combate a tendência ao melindre pessoal com a mesma persistência empregada no serviço de higiene do leito em que repousas. Muita ofensa registrada é peso inútil ao coração. Guardar o sarcasmo ou o insulto dos outros não será o mesmo que cultivar espinhos alheios em nossa casa?

Desanuvia a mente, cada manhã, e segue para diante, na certeza de que acertaremos as nossas contas com Quem nos emprestou a vida e não com os homens que a malbaratam.
Deixa que a realidade te auxilie a visão e encontrarás a divina felicidade do anjo anônimo, que se confunde na glória do bem comum.

Aprende a ser só, para seres mais livre no desempenho do dever que te une a todos, e, de pensamento voltado para o Amigo Celeste, que esposou o caminho estreito da cruz, não nos esqueçamos da advertência de Paulo, quando nos diz que, com alusão a quaisquer patrimônios de ordem material, “nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”.

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Mensagem do livro FONTE VIVA editado por FEB psicografado por Chico Xavier e ditado pelo Espírito de Emmanuel

Mensagem recebida em formato Power Point realizada por manolo@livrarianossolar.com.br

sábado, 3 de setembro de 2011

Assume teu leito


 “a ti te digo: levanta-te e anda, toma o teu leito e vai para tua casa.” Marcos 21:11
Submetido ao leito de provas, o paralítico chega naquela enfermaria da vida para o encontro sublime com o Médico do Amor.

Depois de ter restaurada a saúde, recebe a magna orientação do Senhor: “toma o teu leito”, adquirindo em definitivo o controle sobre as dores a que se ajustava. Ele carregaria a cama e não o contrário.

A cura do corpo, porém, não lhe liberta do leito provacional que carregava intimamente. Ele regressaria à origem de suas lutas: “vai para tua casa”. Foi no grupo familiar que nasceu sua paralisia.

Ante o exemplo do doente de Cafarnaum, procura assumir teu leito de testemunhos. Busca a nascente de tuas dores e cure-a.

Cultiva a resignação produtiva, invista no saber libertador, dinamiza teus sentimentos pelo próximo, empenha-te na disciplina e sacrifício aos deveres, serve sem condições, ama indistintamente, ora perante tua fragilidade.

Prossegue confiante rumo ao futuro, assim terás ensejo de assumir teu leito e, por fim, te livrares da exaustiva jornada de estagnação e dependência.

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Mensagem psicografada na SOCIEDADE ESPÍRITA ERMANCE DUFAUX em 03/07/2008 pelo médium Wanderley Soares de Oliveira e ditado pelo Espírito de Ermance Dufaux

Mensagem recebida em formato Power Point realizad por manolo@livrarianossolar.com.br