Atenção!


Informamos que o Grupo Espírita Auta de Souza retomou suas atividades e contamos com a presença de todos a participarem das atividades da casa como palestras, passe, atendimento fraterno, atendimento espiritual, cursos, entre outras.


Todas as sextas-feiras a partir das 19h00.


Rua Força Pública, 268/274, bairro Santana - São Paulo /SP


Altura do número 1205 da Rua Voluntários da Pátria

"Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação".

Trecho retirado do livro Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40. Chico Xavier/Waldo Vieira. Pelos espíritos Emmanuel/André Luiz.

Campanha Segunda Sem Carne

domingo, 8 de janeiro de 2012

Quando se estreita o caminho


Richard Simonetti - richardsimonetti@uol.com.br


"A ciência poderá ter achado a cura para a maioria dos males, mas não achou ainda remédio para o pior de todos: a apatia dos seres humanos."

Antes de identificar o autor dessa frase bem-humorada, um teste, leitor amigo:


Coloque uma venda grossa nos olhos, impedindo qualquer vislumbre de claridade.


Ponha tampões nos ouvidos, que neutralizem inteiramente as ondas sonoras.


Sele a boca com uma fita crepe.


Experimente ficar assim alguns minutos.


Terá idéia do que é perder o contato com o mundo exterior.


Não obstante, em pensamento transitará por um universo de formas, imagens, sons, pessoas, objetos, formado por suas lembranças.


Imagine, porém, que desde a mais tenra idade, você houvesse perdido a possibilidade de ver, ouvir e falar.


Cego, surdo e mudo!


Além da impossibilidade de contato com o mundo exterior, haveria o caos interior, praticamente vazio de experiências visuais e auditivas.


Uma existência justificadamente apática, instintiva, pior que a de qualquer animal, já que este vê, ouve, comunica-se com seres da mesma espécie.


***


Pois saiba que o autor daquela frase, mais exatamente a autora, viveu esse drama.


Não obstante, por prodígios de que o Espírito humano é capaz, transformou-se em marcante exemplo de que é possível vencer a adversidade, superar a inércia e dar significado e objetivo à existência.


Nossa heroína é Hellen Keller (1880-1968), escritora e conferencista americana.

Isso mesmo! – escritora e conferencista, autora de artigos para a imprensa e livros famosos, como Minha Vida de Mulher, A História de Minha Vida e Diário de Hellen Keller.


Cega, surda e muda, em virtude de um mal não bem definido, contraído quando era um bebê, vivia isolada em seu terrível mundo sem som e imagem, tratada como um animalzinho de estimação por adultos compadecidos de sua sorte.


Sua vida começou a mudar aos sete anos.


Graças aos esforços de uma professora contratada para ajudá-la, Anne Sullivan, conseguiu estabelecer contato com o mundo exterior pelo tato. Aprendeu que havia uma conexão entre o que tocava e um símbolo que o representava, a palavra.


Substituiu os ouvidos pelo tato.


Com a mão esquerda tocava o objeto; com a direita encostada nos lábios de Anne ouvia e o identificava.


Um novo prodígio logo aconteceu: aprendeu a falar, algo até então considerado impossível a um surdo. Como pronunciar palavras e sons nunca ouvidos? Pois ela conseguiu! E seguiu em frente, com sua vocação para romper fronteiras.


Aprendeu a ler e escrever em Braille. Frequentou escola para jovens normais e formou-se com distinção.


Escrevia em inglês e francês, mantendo correspondência com pessoas famosas e com deficientes físicos que tinham nela o grande estímulo para enfrentar seus problemas, já que nenhum deles tinha tão graves limitações.


Tornou-se conferencista, percorrendo vários países, num ingente trabalho em favor dos carentes de todos os matizes, particularmente cegos, surdos e mudos, mostrando que é importante seguir adiante, na viagem da existência, mesmo quando se estreitam os caminhos.


Esteve no Brasil em 1953 para conferências e contatos com entidades dedicadas a treinar deficientes físicos.


Numa palestra, no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a presença de médicos e estudantes de medicina, alguém lhe perguntou:


– O que você gostaria mais de ver, se Deus lhe desse visão por cinco minutos?


– As flores, o pôr do sol e o rosto de uma criança.


Emocionante, leitor amigo! Costumamos esquecer essas maravilhas, às voltas com preocupações e interesses que nos fazem perder o melhor da Vida.


Ao retornar aos Estados Unidos, deixou uma mensagem aos brasileiros, onde destaca:


Caros amigos do Brasil, agora que me despeço de vocês, deixem-me pedir-lhes, a todos, homens e mulheres, que tomem parte ativa no programa de assistência de seu país em favor dos cegos e outros grupos desfavorecidos.


Ajudem a estender este glorioso trabalho por toda a América Latina, e quando estiverem cumprindo esse objetivo poderão sentir a alentadora satisfação de estar fazendo aos outros o que gostariam que os outros lhes fizessem; e o Senhor, que zela pelos desfavorecidos, os abençoará.


***


Como ensina a Doutrina Espírita, não há inocentes na Terra.


Vivemos num planeta de provas e expiações, onde o egoísmo, agente das ações humanas, gera intermináveis situações cármicas que nos afligem, no suceder dos dias, dos anos, das existências…


A única distinção que podemos estabelecer diz respeito à natureza de nosso resgate.


Expiação ou prova?


Expiação: aqueles que enfrentam dificuldades e dores impostas pelas leis divinas, como sentenciados conduzidos compulsoriamente à prisão. Costumam debater-se, enveredando pelos domínios da revolta, da inconformação, da rebeldia…


Provação: aqueles mais conscientes, que planejaram seu resgate, buscando transformá-lo em experiência edificante para si mesmos e para os outros.


Estes, mesmo submetidos aos piores sofrimentos, mesmo quando o caminho se estreita, seguem em frente, firmes em seus propósitos, resgatando o passado, construindo o futuro de bênçãos com o esforço do bem, oferecendo gloriosos e edificantes testemunhos.


Hellen Keller foi um deles.

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