Richard Simonetti |
O novo voluntário em serviços de assistência familiar dizia-se dotado de inusitados poderes mentais.
Afirmava, incisivo:
– Em nosso grupo de trabalho, no Rio de Janeiro, movimentávamos objetos, controlávamos animais, acalmávamos loucos furiosos… Todos o podemos fazer. Demanda apenas treinamento, desenvolvendo nosso potencial.
Certa feita participou de uma visitação domiciliar a enfermos. Numa das casas o grupo deparou-se com um pit-bull. O cão mostrava as dentes, ameaçador, do outro lado do portão.
Como a assistida era paralítica e naquele momento não estava presente sua irmã para prender o animal, o grupo dispunha-se a seguir adiante, quando nosso companheiro adiantou-se:
– Deixem comigo! Resolverei o problema.
Concentrando seu potencial vibratório no animal, a fim de imobilizá-lo, abriu o portão e entrou.
O cão não tomou conhecimento de seu poder mental. Parecendo até mais excitado, avançou, furioso, sobre o intruso.
Nosso herói fez meia-volta num átimo e, com a velocidade dos apavorados, saltou de volta, não sem antes receber uma dentada nos fundilhos, “homenagem” ao seu atrevimento.
***
Bem, descartando tais excessos de imaginação, podemos conceber a mente humana como poderoso gerador de energia magnética. Ela se expande ao nosso redor, guardando compatibilidade com a natureza de nossos sentimentos.
Se a pessoa cultiva tendências negativas, terá um padrão vibratório de baixo teor, formando um clima pessoal denso, escuro, pesado, que a infelicitará.
E tenderá a contaminar o ambiente onde se encontra, da mesma forma que alguém gripado disseminará, pela respiração, os vírus de que é portador.
Nossas vibrações fazem o ambiente pessoal.
As vibrações dos moradores fazem o ambiente doméstico.
As vibrações da população fazem o ambiente urbano.
Se o tempo se fecha, carregado de nuvens, há o perigo de descargas elétricas, que causam estragos.
Se o ambiente psíquico de uma cidade é denso, ocorrem, em maior intensidade, crimes, acidentes, tragédias, mortes, como raios destruidores que se abatem sobre a população.
***
Relata André Luiz, em Nosso Lar, psicografia de Chico Xavier, que, saindo do Umbral, a região trevosa que circunda a Terra, admirou-se ao entrar na cidade espiritual que dá título ao livro.
Céu azul, sol brilhante, sem nuvens, sem nevoeiro…
Céu azul, sol brilhante, sem nuvens, sem nevoeiro…
Explicaram-lhe que era o resultado do compromisso dos moradores com o exercício do Bem, em pensamentos e ações.
Ficou sabendo, então, que a atmosfera densa e escura do Umbral, que situaríamos como um “purgatório”, é formada pelas vibrações mentais de bilhões de Espíritos encarnados e desencarnados, ainda dominados por sentimentos inferiores, paixões e vícios.
Para melhorar nosso ambiente psíquico, do lar e da cidade onde moramos, o caminho é o mesmo dos habitantes de Nosso Lar:
Exercitar bons pensamentos e ações, cumprindo nossos deveres perante Deus e o próximo.
Se o Bem se situar como a marca de nossos dias, estaremos em paz.
Se os moradores da casa fizerem assim, haverá harmonia no lar.
Se os habitantes da cidade tiverem o mesmo direcionamento, haverá drástica redução de crimes, mortes, problemas, dores, angústias, enfermidades…
Abençoado bem-estar se derramará sobre a comunidade.
***
O envolvimento de toda uma população com essa diretriz é algo quimérico, distante, em face da inferioridade humana.
Não obstante, toda a jornada, por mais longa, começa com o primeiro passo.
Que tal, se nos dispuséssemos a participar de uma “corrente do Bem”?
Seria o empenho permanente de fazer algo em favor do próximo, solicitando, como pagamento, que o beneficiário se comprometa em idêntica iniciativa.
Crescendo esse movimento abençoado, estaremos iluminando o Mundo, com promissoras perspectivas de uma existência feliz e tranqüila para todos, a vida em abundância, segundo a expressão de Jesus.
Há, a propósito, ilustrativa história:
Uma senhora esperava, há uma hora, no acostamento, que alguém parasse para ajudá-la a trocar o pneu furado de seu carro. Finalmente, um motorista estacionou por perto e aproximou-se.
– Meu nome é Bryan. Posso ajudá-la?
Ficou preocupada. Estava vestido com simplicidade, carro maltratado, bem diferente do seu, novinho em folha. E se fosse um assaltante?
Mas ele logo foi pegando o macaco hidráulico e rapidinho trocou o pneu.
Ela não sabia como agradecer. Perguntou quanto lhe devia. Bryan sorriu:
– Não foi nada. Gosto de ajudar pessoas, quando tenho chance. Sou grato a Deus pelas dádivas recebidas, embora viva modestamente. Tenho um lar abençoado, uma esposa adorável. Se realmente quer me reembolsar, da próxima vez que encontrar alguém em dificuldade, tente fazer o mesmo.
Alguns quilômetros adiante, ela entrou numa lanchonete de beira de estrada. A garçonete aproximou-se. Tinha luminoso sorriso, não obstante os pés doendo, o cansaço, por um dia inteiro de trabalho estafante. E havia a sobrecarga da gravidez. A barriga proeminente revelava avançada gestação.
Atenciosa, limpou a mesa com cuidado, atendendo, solicita, a freguesa.
A senhora admirou seu jeito carinhoso e se perguntava como alguém, em tal situação, conservava a disposição de exercitar a gentileza.
Então, recordou de Bryan e de sua recomendação.
Após a refeição, enquanto a jovem buscava troco para uma nota de cem dólares que lhe dera, a senhora partiu.
Quando a garçonete voltou, notou algo escrito no guardanapo, sob o qual havia mais quatro notas de cem dólares.
Não conteve as lágrimas, ao ler:
Alguém me ajudou uma vez e da mesma forma lhe estou ajudando. Não me deve nada. Eu já tenho o bastante. Se realmente quiser me reembolsar, não deixe este círculo de amor terminar em você.
Naquela noite, ao deitar-se, ficou pensando no bilhete.
Como a freguesa soubera o quanto ela e o marido precisavam daquele dinheiro?
Virou-se para ele que dormia ao lado, deu-lhe um beijo e sussurrou:
– Tudo ficará bem, meu querido. Eu te amo muito, Bryan.
Se houvesse um levantamento estatístico, ficariam admiradas as pessoas ao constatar que naquela noite foram menos numerosos os acidentes e as ocorrências policiais.
É que um círculo de luz estendera-se pelas adjacências, a partir de uma corrente de amor, a iluminar os caminhos e a neutralizar as trevas.
***
Façamos então, a nossa corrente sagrada, cultivando bons sentimentos, bons pensamentos, boas ações…
Generosos mentores nos ajudarão nesse empenho, e o Bem se estenderá ao redor de nossos passos, favorecendo nossa cidade com um ambiente tranqüilo e ajustado, onde possamos viver em paz.
Vamos aderir?
Agora é a vez de cada fazer sua escolha e colher os frutos.
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Beijos e abraços.
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